segunda-feira, maio 20, 2024

Queda de helicóptero mata o presidente do Irã, Ebrahim Raisi

Presidente do Irã Ebrahim Raisi — Foto: REUTERS/Shannon Stapleton/File Photo

O presidente iraniano, Ebrahim Raisi, morreu aos 63 anos na queda de um helicóptero, informou a TV estatal do Irã nesta segunda-feira (20).

Raisi, que foi eleito em 2021 e tinha mandato até 2025, era a 2ª pessoa mais importante do Irã, atrás apenas do aiatolá Ali Khamanei, líder supremo do Irã e de quem o atual presidente era um protegido e possível sucessor.

Segundo a imprensa oficial iraniana, o helicóptero caiu numa reunião montanhosa do Irã em razão das más condições climáticas durante um voo que trazia Raisi e outras autoridades do vizinho Azerbaijão.

A queda ocorreu entre as aldeias de Pir Davood e Uzi, na província iraniana de Azerbaijão Oriental, cerca de 600 quilômetros a noroeste de Teerã, a capital iraniana.

Além de Raisi, a queda matou o chanceler do Irã, Hossein Amirabdollahian.

A aeronave transportava, ainda, Malek Rahmati, governador da província iraniana do Azerbaijão Oriental; e Hojjatoleslam Al Hashem, líder religioso. As mortes dos dois não foram confirmadas, mas, mais cedo, a imprensa oficial informou não haver sinal de sobreviventes no local da queda.

Quem era Ebrahim Raisi

Ebrahim Raisi foi eleito em 1º turno em 2021 para um mandato de 4 anos, numa eleição com abstenção recorde e da qual vários adversários foram impedidos de participar pelo Conselho de Guardiães da Constituição.

Entre os que foram tirados da corrida eleitoral estão o ex-presidente Mahmoud Ahmadinejad, o ex-presidente do Parlamento Ali Larijani, o atual vice-presidente Es-Hagh Jahanguiri e o reformista Mostafa Tajzadeh, foram afastados.

Na década de 1980, Raisi participou das chamadas comissões da morte, que levaram à execução de cerca de 5 mil militantes opositores que se voltaram contra o regime dos aiatolás. Em 2019, os Estados Unidos impuseram sanções a Raisi por conta da participação nas mortes.

Em 2022, já sob Raisi, o governo iraniano reagiu com violência à onda de protestos que pediam justiça por Mahsa Amini, uma jovem que morreu três dias após ser presa por não usar adequadamente o véu em local público (veja no vídeo abaixo). Mais de 500 manifestantes foram mortos nos protestos, segundo a Agência de Notícias de Ativistas de Direitos Humanos (Hrana).

Na ocasião, Raisi afirmou que o Irã deveria "lidar de forma decisiva com aqueles que se opõem à segurança e tranquilidade do país"

No plano internacional, o Irã viveu um escalada de tensão com Israel que, em 1º de abril, matou 7 membros da Guarda Revolucionária num ataque à embaixada iraniana na Síria. Em resposta, em 13 de abril, o Irã lançou um ataque contra Israel, que retaliou em 18 de abril.

Por g1

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