O embaixador israelense nas Nações Unidas, Gilad Erdan, condenou o ataque de drones e mísseis do Irã a Israel neste sábado (13) e convocou uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU.
Em documento enviado à ONU, Erdan também chamou o ataque iraniano de uma "severa e perigosa" escalada nas tensões da região. A agressão iraniana deste sábado é uma resposta ao bombardeio de Israel à embaixada do país na Síria --entenda a cronologia do caso.
"O ataque iraniano é uma séria ameaça à paz e segurança globais, e espero que o Conselho utilize todos os meios para tomar medidas concretas contra o Irã. (...) Chegou o momento do Conselho de Segurança tomar ações concretas contra a ameaça iraniana", disse Erdan.
O Conselho de Segurança da ONU anunciou que vai se reunir em caráter emergencial neste domingo (14) às 17h (horário de Brasília).
Além de pedir a reunião, Israel também solicitou que o conselho condene o ataque do Irã a Israel e designe o Corpo de Guardiões da Revolução Islâmica Iraniana como uma organização terrorista.
Erdan disse ainda que o ataque iraniano viola as resoluções do Conselho de Segurança da ONU, a lei internacional e a soberania de Israel. "O Irã foi arquiteto de instabilidade [no Oriente Médio] durante anos, através do Hamas, os Houtis, o Hezbollah e outros grupos", completou.
Após anunciar o fim do ataque, o Irã reforçou sua legitimidade, citando o Artigo 51 da Carta das Nações Unidas. Em comunicado, o Ministério de Relações Exteriores disse que o país não hesitará em tomar novas "medidas defensivas" para proteger seus interesses contra qualquer agressão militar. (Leia mais abaixo)
O porta-voz das Forças de Defesa de Israel (IDF), Daniel Hagari, afirmou que o exército do país interceptou mais de dez mísseis de cruzeiro e dezenas de drones fora das fronteiras do país. Ele disse ainda que mais de 200 mísseis e drones foram lançados pelo Irã em direção a Israel e que a maioria deles foram interceptados fora do espaço aéreo israelense.
Veja o que se sabe sobre o ataque:
O Irã lançou mais de 200 drones e mísseis (balísticos e de cruzeiro) para atacar Israel.
A previsão era que eles demorariam horas para chegar ao destino.
No caminho, parte deles foi derrubada por aeronaves de Israel, dos EUA, do Reino Unido e da Jordânia.
Perto das 20h, as primeiras explosões e sirenes de aviso foram ouvidas em Israel.
O serviço nacional de emergência médica local informou que uma menina de 10 anos ficou gravemente ferida, no deserto de Negev, por estilhaços de um artefato para interceptar drones.
Um centro militar de Israel foi atingido, sem maiores prejuízos.
Às 19h, ainda antes de os artefatos chegarem a Israel, a missão do Irã na ONU afirmou que o ataque estava encerrado, referindo-se a ele com uma "ação legítima".
Uma hora depois, a Força de Defesa de Israel (FDI) informou que não os moradores de Israel não precisavam mais se abrigar.
"Legítima defesa", diz Irã
O Irã disse que o ataque a Israel neste sábado (13) foi uma "legítima defesa" após o consulado iraniano em Damasco, na Síria, ter sido atacado no início de abril —e sinalizou que colocou fim à resposta militar.
"Com base no Artigo 51 da Carta das Nações Unidas relativo à defesa legítima, a ação militar do Irã ocorreu em resposta à agressão do regime sionista [em referência a Israel] contra as nossas instalações diplomáticas em Damasco [em referência ao ataque à embaixada iraniana na Síria, ocorrido em 1º de abril]. O assunto pode ser considerado concluído. Contudo, se o regime israelense cometer outro erro, a resposta do Irã será consideravelmente mais severa. É um conflito entre o Irã e o regime israelense desonesto, do qual os Estados Unidos DEVEM FICAR LONGE!", disse a Missão Diplomática do Irã em sua conta na rede social X (ex-Twitter).Os drones atingiram por volta de 20h o território israelense. Explosões foram ouvidas no território israelense.
Segundo o Canal 12, de Israel, o Irã lançou dezenas de drones e mísseis, num total de cerca de cem artefatos. Alguns teriam sido derrubados pelas Forças israelenses quando sobrevoavam a Síria e a Jordânia - antes, portanto, de chegarem ao espaço aéreo do país. A previsão é que os drones cheguem a Israel às 20h deste sábado (ou 2h da madrugada deste domingo no horário local). As Forças de Defesa de Israel (IDF) afirmam que foram mais de cem drones, mas não falou sobre o número de mísseis.
Trata-se de uma retaliação depois de um bombardeio no dia 1º de abril contra o consulado iraniano em Damasco, na Síria, em que um comandante sênior das Guardas Revolucionárias do Irã foi morto. O ministro das Relações Exteriores do Irã, Hossein Amirabdollahian, disse que "os avisos necessários foram dados aos Estados Unidos" sobre o ataque de retaliação. Após o Irã colocar os drones no ar, a Casa Branca afirmou que o ataque vai se desenrolar durante horas.
Três fontes da agência de notícias Reuters no Iraque afirmaram que viram mais de 20 drones voando na região de Sulaymaniya vindos da direção do Irã.
Segundo o Flightradar, um site que monitora a aviação, os espaços aéreos de Israel, Jordânia, Iraque e Líbano estão fechados.
As IDF afirmaram que estão em alerta máximo e monitoram constantemente a situação operacional. "O conjunto de defesa aérea está em alerta máximo, juntamente com os caças e os navios da Marinha israelense que estão em missão de defesa no espaço aéreo israelense. As IDF estão monitorando todos os alvos", diz a nota.
No fim, elas pedem para que as pessoas em Israel sigam instruções do comando e os anúncios oficiais das forças.
Antes mesmo do ataque, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu disse que Israel estava de prontidão para um ataque direto do Irã e que responderia da mesma forma.
"Nossos sistemas de defesa estão em prontidão e estamos preparados para qualquer cenário", disse ele.
Daniel Hagari, o porta--voz das IDF, afirmou que o país está se defendendo com toda sua força e que essa é uma missão que eles estão determinados a cumprir.
O ministro de Defesa do Irã, Mohammad Reza Ashtiani, afirmou que eles vão atacar qualquer país que abrir seu espaço aéreo para Israel poder retribuir contra o território iraniano.
Na ONU, representantes do Irã afirmaram que esse é um conflito entre eles e Israel, e que os Estados Unidos devem manter distância da disputa.
Israel já vinha se preparando há diasImagem da cidade de Tel Aviv na noite do dia 13 de abril de 2024, quando o Irã enviou drones para atacar Israel — Foto: Reprodução vídeo/Reuters
O país já estava se preparando e "monitorando de perto um ataque planejado" de Irã ou um de seus grupos aliados há dias, disse o ministro da Defesa israelense Yoav Gallant.
Segundo autoridades israelenses, após o Irã prometer responder ao bombardeio israelense à embaixada iraniana na Síria, que matou comandantes da Guarda Revolucionária, um ataque era considerado iminente.Gallant disse ainda que as tropas israelenses devem acatar quaisquer ordens que possam ser emitidas pelo Comando da Frente Interna militar, que mapeia mísseis recebidos e outras ameaças aéreas para que o público saiba se deve se abrigar.
O comando da Frente Interna das Forças de Defesa (IDF, em inglês) de Israel proibiu reuniões de mais de 1.000 pessoas em todo o país.
A Guarda Revolucionária iraniana apreendeu um navio de carga português neste sábado (13) no Estreito de Ormuz, afirmou a agência de notícias estatal iraniana IRNA.
Um helicóptero das forças especiais da Marinha da Guarda abordou o navio de carga português, chamado MSC Aries, e o levou para águas territoriais do Irã. Segundo a Guarda Revolucionária, a embarcação está "ligada a Israel".
A MSC, que opera o Aries, confirmou a apreensão e disse que trabalha com as autoridades competentes para o regresso seguro do navio e o bem-estar dos seus 25 tripulantes.
Em rede social, o ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, disse que Teerã pratica pirataria e que deveria ser sancionado por isso.
“O regime do aiatolá de Khamenei é um regime criminoso que apoia os crimes do Hamas e que está conduzindo uma operação pirata que viola o direito internacional”, disse Katz no X.
“Apelo à União Europeia e ao mundo livre para que declarem imediatamente o corpo da Guarda Revolucionária Iraniana como uma organização terrorista e para que sancionem agora o Irão.”
Já o porta-voz militar de Israel, o contra-almirante Daniel Hagari, disse que “o Irã sofrerá as consequências por escolher agravar ainda mais esta situação”.
A MSC aluga o navio Aries da Gortal Shipping, uma afiliada da Zodiac Maritime, disse a Zodiac em comunicado. De acordo com a empresa, a MSC é responsável por todas as atividades do navio. A Zodiac é parcialmente propriedade do empresário israelense Eyal Ofer.
Helicóptero passa sobre o navio MSC Aries — Foto: AFP/Divulgação
Escalada de tensão
A crise começou depois que autoridades iranianas acusaram Israel de um bombardeio ao consulado do país na Síria, que matou um comandante e outros seis oficiais da Guarda Revolucionária Iraniana. O governo israelense não assumiu a autoria.
Os EUA posicionaram navios de guerra para proteger Israel.
O presidente americano Joe Biden avisou que a retaliação ao bombardeio aconteceria e alertou ao Irã que não ataque. Biden ainda garantiu que Washington vai proteger Israel.
Por precaução, vários países como França, Reino Unido, Alemanha e Rússia pediram aos cidadãos que evitem viagens para a região.
Escalada de tensão
A crise começou depois que autoridades iranianas acusaram Israel de um bombardeio ao consulado do país na Síria, que matou um comandante e outros seis oficiais da Guarda Revolucionária Iraniana. O governo israelense não assumiu a autoria.
Os EUA posicionaram navios de guerra para proteger Israel.
O presidente americano Joe Biden avisou que a retaliação ao bombardeio aconteceria e alertou ao Irã que não ataque. Biden ainda garantiu que Washington vai proteger Israel.
Por precaução, vários países como França, Reino Unido, Alemanha e Rússia pediram aos cidadãos que evitem viagens para a região.
Por G1
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