Três suspeitos de participar do ataque a pedradas ao ônibus com o time do Fortaleza, que deixou seis jogadores feridos após partida contra o Sport no Recife em fevereiro, foram presos pela Polícia Civil (veja vídeo acima). Nesta sexta-feira (15), foi deflagrada a Operação Hooligans, que busca cumprir sete mandados de prisão e outros sete de busca e apreensão.
"A investigação foi iniciada em fevereiro de 2024, com o objetivo de identificar e desarticular associação criminosa voltada à prática dos crimes de tentativa de homicídio, provocação de tumulto e dano", informou a Polícia Civil, em nota.
Os mandados são cumpridos em três cidades da Região Metropolitana: Recife, Jaboatão dos Guararapes e Camaragibe. Eles foram expedidos pelo Juízo da Segunda Vara do Tribunal do Júri da Comarca de Jaboatão dos Guararapes.
As prisões aconteceram 22 dias depois do ataque. Os presos foram levados para o Complexo de Operações e Recursos Especiais da Polícia Civil, localizado no bairro de Ouro Preto, em Olinda.
Segundo o delegado Raul Carvalho, chefe da Delegacia de Polícia de Repressão à Intolerância Esportiva, a investigação foi iniciada na madrugada de 22 de fevereiro. “O Fortaleza estava solicitando apoio e a gente já estava a par da situação. A repercussão do caso foi imediata e muito grande”, disse.
Um dos principais pontos de dificuldade para apurar o caso, ainda segundo o delegado, foi a ausência de imagens aproximadas do local do ataque. Câmeras de segurança capturaram o momento em que três ônibus pararam ao redor do local deixando torcedores do Sport.
“Eles pararam em um local previamente definido porque havia muito entulho de uma obra que estava em andamento. Não foi uma ação isolada, foi um ataque premeditado para acontecer contra uma torcida uniformizada do Fortaleza ou do ônibus", declarou o delegado.
Em nota, a Polícia Civil informou que:
A Operação Hooligans conta com 60 policiais civis, entre delegados, agentes e escrivães;
As investigações foram assessoradas pela Diretoria de Inteligência da Polícia Civil de Pernambuco (Dintel).
Relembre o ataque
O ataque aconteceu na madrugada da quinta-feira (22), após o empate entre o Sport e o Fortaleza, que jogaram pela Copa do Nordeste na Arena de Pernambuco, em São Lourenço da Mata, no Grande Recife.
Quando o ônibus do Fortaleza passava pela BR-232, no bairro do Curado, na Zona Oeste do Recife, a equipe cearense foi surpreendida por pedradas que quebraram as janelas e espalharam estilhaços de vidro no coletivo.
Nas imagens, é possível ver manchas de sangue em alguns dos assentos do veículo (veja vídeo acima).
Segundo o Fortaleza, seis jogadores feridos no ataque foram levados para o Real Hospital Português, localizado no bairro do Paissandu, na área central do Recife. Na unidade de saúde, os atletas receberam cuidados médicos para a retirada de estilhaços de vidro pelo corpo e receberam alta.
As vítimas do ataque foram:
O goleiro João Ricardo, que ficou ferido com um corte no supercílio;
O lateral-esquerdo Gonzalo Escobar, que sofreu uma pancada na cabeça, um corte na boca e um outro corte no supercílio;
O lateral-direito Dudu, os zagueiros Titi e Brítez e o volante Lucas Sasha ficaram feridos por causa dos estilhaços de vidro e tiveram que conter sangramentos.
Nas redes sociais, no dia seguinte ao ataque, o Sport repudiou a violência sofrida pelos jogadores do Fortaleza e afirmou que tais atos "não condizem com a real conduta e comportamento da torcida rubro-negra, tampouco com os valores do clube".
Punição ao Sport
Em primeira instância, o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) puniu o Sport, clube mandante no jogo da Copa do Nordeste contra o Fortaleza, com oito jogos de portões fechados pelo incidente.
Além disso, o Sport fica sem direito à carga de ingressos como visitante durante a punição das oito partidas como mandante. O clube pernambucano informou que vai recorrer da decisão.
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