quinta-feira, fevereiro 08, 2024

PF aponta que Moraes era monitorado por aliados de Bolsonaro; veja mensagem

O ministro do STF Alexandre de Moraes — Foto: Cristiano Mariz/Agência O Globo/30-06-2023

As investigações da Polícia Federal (PF) apontaram que um núcleo de inteligência paralela composta pelo general Augusto Heleno, Mauro Cid e Marcelo Câmara — integrantes do governo Jair Bolsonaro — teriam monitorado o itinerário, deslocamento e localização do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), com o objetivo de captura e detenção após a assinatura de um decreto de golpe de Estado.

A Polícia Federal deflagrou uma operação nesta quinta-feira contra o ex-presidente, ex-ministros e ex-assessores dele investigados por tentar dar um golpe de Estado no país e invalidar as eleições de 2022, vencidas por Luiz Inácio Lula da Silva.

"A autoridade policial aponta que Augusto Heleno Ribeiro Pereira, Marcelo Costa Câmara e Mauro César Barbosa Cid integraram o núcleo de inteligência paralela, responsável pela coleta de dados e informações que pudessem auxiliar a tomada de decisões do ex-Presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, na consumação do golpe de Estado. Os membros teriam monitorado o itinerário, o deslocamento e a localização do Ministro do Supremo Tribunal Federal e então chefe do Poder Judiciário Eleitoral, Alexandre de Moraes, e de possíveis outras autoridades da República, com o objetivo de captura e detenção, nas primeiras horas que se seguissem à assinatura do decreto de golpe de Estado", afirma a decisão de Moraes.

Veja troca de emnsagem entre Cid e Marcelo Câmara — Foto: Reprodução

De acordo com a PF, haveria um núcleo de inteligência, formado por assessores próximos ao ex-presidente Jair Bolsonaro, “que teria monitorado a agenda, o deslocamento aéreo e a localização” do ministro do STF Alexandre de Moraes, “com o escopo de garantir a captura e a detenção do então chefe do Poder Judiciário Eleitoral nas primeiras horas do início daquele plano”.

Segundo a decisão, Mauro Cid e Câmara usavam o codinome "professora" para identificar o ministro Alexandre de Moraes. Os deslocamentos feitos entre Brasília e São Paulo por Moraes no período coincidem com as informações relatadas pelos ex-assessores de Bolsonaro e também com as reuniões realizadas no Palácio da Alvorada sobre a confecção de uma minuta golpista.

"Considerando que a minuta do decreto que declarava o Golpe de Estado previa a prisão do ministro Alexandre de Moraes, o acompanhamento e monitoramento da autoridade — inclusive durante o Natal (24/12/2022) — demonstra que o grupo criminoso tinha intenções reais de consumar a subversão do regime democrático, procedendo a eventual captura e detenção do Chefe do Poder Judiciário Eleitoral", afirma a decisão.

Por Dimitrius Dantas e Patrik Camporez G1— Brasília


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Comentários são publicados somente depois de avaliados por moderador. Aguarde publicação. Agradecemos a sua opinião.