Também foram alvos da operação possíveis destinatários de informações coletadas ilegalmente pela Abin, entre eles o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ). A busca foi autorizada para sua residência e gabinete na Câmara Municipal do Rio de Janeiro.
De acordo com uma fonte da PF, serão recolhidos celulares e aparelhos eletrônicos de todos que estão na casa, não apenas de Carlos. Ele e o ex-presidente voltaram ao local no final da manhã.
A casa de veraneio da família Bolsonaro virou notícia em outras ocasiões, já que ela fica na mesma rua da ex-assessora parlamentar Walderice Santos da Conceição, conhecida como Wal do Açaí, suspeita de ter sido funcionária fantasma do gabinete do ex-presidente quando ele era deputado federal.
Em novembro do ano passado, o Tribunal Regional Federal da Primeira Região (TRF-1) rejeitou um recurso e decidiu manter uma ação de improbidade administrativa contra o ex-presidente. A investigação teve início em 2018.
A Polícia Federal teria apreendido um computador da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) com Carlos Bolsonaro . O blog apurou a informação com uma fonte ligada à operação, mas a PF nega oficialmente.
O ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, é quem assina a autorização para os mandados.
A Polícia Federal suspeita que, sob o mandato de Jair Bolsonaro, a Abin atuou como um braço de coleta de informações ilegais, sem autorização judicial, e também como fonte de informações falsas, depois disseminadas por perfis de extrema direita para difamar instituições e autoridades.
Em outra frente, a Abin também teria sido acionada para blindar filhos do ex-presidente Bolsonaro de investigações da própria Polícia Federal.
Carlos Bolsonaro é vereador desde 2001 e está em seu sexto mandato consecutivo na Câmara Municipal do Rio. Ele foi apontado pelo ex-braço-direito de Jair Bolsonaro, Mauro Cid, como chefe do chamado gabinete do ódio, uma estrutura paralela montada no Palácio do Planalto para atacar adversários e instituições – como o sistema eleitoral brasileiro.
O filho de Jair Bolsonaro não se pronunciou sobre a operação até a última atualização desta reportagem.
Abin paralela
A operação desta segunda (29) é uma continuidade da ocorrida na quinta-feira (25), quando Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin, foi alvo de buscas.
Os mandados foram expedidos pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moares. Segundo a decisão, Ramagem usou o órgão para fazer espionagem ilegal a favor da família do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Entre os alvos estavam autoridades, desafetos e pessoas envolvidas em investigações contra integrantes da família, como as contra Jair Renan (suspeita de estelionato) e Flávio Bolsonaro (caso das rachadinhas).
Nesta segunda (29), o presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse que iria pedir ao STF a lista de parlamentares que foram monitorados pela Abin.
G1
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