quinta-feira, janeiro 25, 2024

Abin espionou Gilmar e Alexandre e buscou elo de ministros com PCC, diz PF

Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes participam de palestra, em São Paulo, em outubro de 2017
Imagem: Nelson Antoine/Folhapress

A Polícia Federal (PF) encontrou, em busca e apreensão na Abin (Agência Brasileira de Inteligência) no ano passado, um relatório detalhando uma ação de inteligência que buscava encontrar vínculos entre os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes e a facção criminosa PCC.

O documento, impresso, estava em uma pasta contendo relatórios de diversas "missões" encomendadas durante a gestão de Alexandre Ramagem (PL-RJ), diretor da agência de 2019 a 2022, hoje deputado federal.

No documento que cita Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes, há uma lista de vínculos que deveriam ser investigados para comprovar a suposta ligação com o PCC. Alexandre de Moraes já foi alvo de notícias falsas, associando-o à facção criminosa.

Ramagem foi alvo de busca e apreensão nesta quinta-feira (25), assim como policiais federais que pertenciam ao CIN (Centro de Inteligência Nacional), uma estrutura conhecida como "Abin paralela" por operar contra adversários do então presidente, Jair Bolsonaro, em ações que não passavam pelos trâmites normais da agência.

Em outra "missão", a PF encontrou ordem expressa de Alexandre Ramagem para monitorar Rodrigo Maia, presidente da Câmara dos Deputados no primeiro biênio da gestão de Bolsonaro, e Joice Hasselmann, que foi deputada federal no mesmo período, eleita pelo PSL em 2018, e rompeu com o então presidente.

A investigação da Polícia Federal avançou após compartilhamento de provas com a Controladoria-Geral da União (CGU), segundo fontes que estão a par do caso.

Nesta quinta-feira, policiais federais cumprem 21 mandados de busca e apreensão, além de medidas cautelares diversas da prisão, incluindo a suspensão imediata do exercício das funções públicas de sete policiais federais. As buscas acontecem em Brasília, Juiz de Fora (MG), São João Del Rei (MG) e Rio de Janeiro.

Natália PortinariColunista do UOL

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