Foto: Miguel Ângelo/CNI
Com taxa de desemprego em queda, crescimento da atividade econômica e inflação menor, o ano de 2023 deve terminar com um saldo positivo para a economia brasileira, afirmam especialistas consultados pelo g1.
A taxa de desemprego fechou o trimestre móvel terminado em outubro com o menor índice desde fevereiro de 2015, de 7,6%, e deve fechar o ano com média de 8%.
O Produto Interno Bruto (PIB) deve fechar o ano em 2,9%, enquanto a inflação deve chegar a 4,2% –menor que os 5,6% de 2022. As estimativas são da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
“Quando se começa a pensar no início do ano, esperávamos menos crescimento e mais inflação. Então, acho que é uma boa notícia”, afirma a coordenadora do Boletim Macro da FGV, Silvia Matos.
"Entendo que os indicadores econômicos em geral mostram uma situação positiva em 2023, inclusive melhor do que nós economistas, em grande maioria, projetávamos para este ano”, declarou o economista-chefe da Warren Investimentos e ex-diretor executivo do Instituto Fiscal Independente, Felipe Salto.
Salto explica que o PIB potencial – ou seja, a capacidade produtiva — está se recuperando depois de cair durante a pandemia de Covid-19.
“O que permite que você tenha uma coisa que parece contraditória, quando olhamos à primeira vista, mas não é: o desemprego em patamares muito baixos e a inflação não pressionada, ao contrário, a inflação em redução, até surpreendendo positivamente a cada resultado mensal”, destacou.
Efeito das commodities
Segundo Matos, da FGV, os fatores para a redução da inflação passam pelo “choque de preços” das commodities -- que aumentaram cerca de 20% em 2022, mas caíram em 2023 --, pela política monetária do Banco Central e pela valorização da moeda nacional.
Matos destaca, contudo, o aumento na oferta de alimentos. A supersafra deste ano teve efeitos tanto na inflação quanto na atividade econômica.
A inflação domiciliar, que afeta principalmente alimentos e tem impacto direto sobre as contas das famílias mais pobres, deve ter uma deflação de 0,8% este ano, segundo Matos. Em 2022, houve inflação de 13,2%.