Rita Serrano, presidente da Caixa, com Fernando Haddad, ministro da Fazenda Washington Costa/MFRita Serrano afirmou, após sua cerimônia de posse como presidente da Caixa Econômica Federal na noite desta quinta-feira, que o banco público vai suspender as operações de crédito consignado do antigo Auxilio Brasil, agora renomeado como Bolsa Família. O perdão da dívida, por outro lado, foi descartado.
— Nós estamos suspendendo o consignado do Auxilio (Brasil), por duas razões. A primeira é que o Ministério do Desenvolvimento Social vai revisar o cadastro (dos beneficiários), então é de bom tom que a gente mantenha, pois nós não sabemos quem ficará nesse cadastro ou não. E a outra razão é que de fato os juros para essa modalidade consignada é muito alto. Nós estamos suspendendo para reavaliar essa questão dos juros e ver as possibilidades que existem para tentar baixar esse juros dentro das regras de conformidade — disse.
Atualmente, de acordo com informações oficiais da Caixa, os beneficiários têm possibilidade de empréstimo com juros de 3,45% ao mês, muito acima de outros consignados, como de aposentados. O prazo de pagamento do valor emprestado é em até 2 anos.
De acordo com a equipe de transição do governo Lula, essa modalidade de crédito concedeu R$ 9,5 bilhões em empréstimos para 3,5 milhões de beneficiários do Auxílio Brasil. A maior parte do valor saiu da Caixa Econômica. A linha de crédito, que começou entre os dois turnos das eleições presidenciais, foi questionada por comprometer até 40% da renda dos beneficiários e pelo eventual uso eleitoral da medida, uma vez que Jair Bolsonaro queria aumentar suas chances de reeleição.