Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tomou posse neste domingo (1º), como 39º presidente do Brasil, em sessão solene do Congresso Nacional.
No discurso, de 31 minutos, o presidente defendeu "democracia para sempre".
"Sob os ventos da redemocratização, dizíamos 'ditadura nunca mais'. Hoje, depois do terrível desafio que superamos, devemos dizer 'democracia para sempre'", afirmou.
Lula também disse que a mensagem que quer passar ao Brasil é de "esperança e reconstrução".
“Hoje, nossa mensagem ao Brasil é de esperança e reconstrução. O grande edifício de direitos, de soberania e de desenvolvimento que essa nação levantou a partir de 1988, vinha sendo sistematicamente demolido nos anos recentes. É para reerguer esse edifício de direitos e valores nacionais que vamos dirigir todos os nossos esforços”, disse Lula.
O presidente afirmou ainda que a democracia foi a "grande vitoriosa" das eleições.
"Foi a democracia a grande vitoriosa nesta eleição, superando a maior mobilização de recursos públicos e privados que já se viu. As mais violentas ameaças à liberdade do povo. A mais abjeta campanha de mentiras e de ódio tramada para manipular e constranger o eleitorado brasileiro", completou o petista.
Lula afirmou também que os direitos da população, o fortalecimento da democracia e a retomada da soberania nacional serão "os pilares" de seu terceiro governo.
Ações sociais
Ao longo do discurso, Lula relembrou promessas feitas durante a campanha e anunciou outros compromissos.
A lista inclui:
definir, em conjunto com os governadores, uma lista de obras prioritárias a serem retomadas;
retomar o Minha Casa, Minha Vida e o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC);
impulsionar as pequenas e médias empresas;
retomar a política de valorização permanente do salário mínimo;
acabar com a fila do INSS;
dialogar com governo e sindicatos para aprovar uma "nova legislação trabalhista" que una liberdade de empreender e proteção social;
iniciar a transição da matriz energética do país para modelos sustentáveis;
alcançar o desmatamento zero na Amazônia e a emissão zero de gases de efeito estufa;
estimular o reaproveitamento de pastagens degradadas;
revogar as "injustiças cometidas contra os povos indígenas";
apurar responsabilidades e punir desvios de conduta no enfrentamento à pandemia de Covid.
Sem revanche
Lula fez críticas ao governo anterior, sem citar diretamente o nome do ex-presidente jair Bolsonaro. Ele disse que não tem sentimento de "revanche", mas afirmou que "quem errou responderá por seus erros".
"Não carregamos nenhum ânimo de revanche contra os que tentaram subjugar a nação a seus desígnios pessoais e ideológicos, mas vamos garantir o primado da ele. Quem errou responderá por seus erros com direito a ampla defesa, dentro do devido processo legal", disse Lula.
Afirmou que os recursos públicos foram "desvirtuados" durante o governo que chegou ao fim.
E que o adversário pregava a liberdade "de oprimir o vulnerável, massacrar o oponente, e impor a lei do mais forte acima das leis da civilização".
Mais uma vez sem citar Bolsonaro, o petista disse que não haverá “revanche”.
O petista criticou também a disseminação de fake news, o uso da máquina pública com finalidade eleitoral, e desmontes nas áreas da saúde, educação, ciência e meio ambiente.
Lula afirmou ainda que a diminuição da desigualdade e o combate à fome serão foco do governo
A sessão
O petista chegou à sede do Poder Legislativo por volta das 14h40. Ele subiu a rampa do Congresso e foi recebido pelos presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).
O presidente estava acompanhado do vice, Geraldo Alckmin (PSD). As esposas de Lula, Janja da Silva, e de Alckmin, Lu, também participaram do evento.
Ao chegar ao plenário da Câmara, Lula foi abordado por vários parlamentares, que buscavam cumprimentar o presidente e tirar uma foto com o petista.
Chefes de Estado de vários países também estavam no plenário, como os presidentes de Portugal, Marcelo Rebelo, e da Argentina, Alberto Fernández.
Lula foi empossado durante sessão solene do Congresso Nacional, no plenário da Câmara dos Deputados. Na mesma ocasião, Geraldo Alckmin (PSB) tomou posse como vice-presidente.
A sessão solene foi presidida por Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
Estavam na mesa principal do plenário, além de Pacheco, Lula e Alckmin, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), o primeiro-secretário do Congresso, Luciano Bivar (União-PE), a presidente do STF, Rosa Weber, e o procurador-geral da República, Augusto Aras.
Ao abrir a sessão, Pacheco propôs e foi realizado um minuto de silêncio em homenagem ao ex-jogador de futebol Pelé e ao papa emérito Bento XVI, que faleceram na última semana.
G1