O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), recebeu o grupo de 32 pessoas repatriadas que chegaram da Faixa de Gaza, na noite desta segunda-feira (13), na Base Aérea da capital federal. A aeronave pousou na capital federal, às 23h24, do horário de Brasília.
Acompanhado da primeira-dama, Janja da Silva; do ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, da ministra da Saúde, Nísia Trindade; do ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino; do ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida; do chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Márcio Macêdo; do ministro da Secretaria de Comunicação Social, Paulo Pimenta; entre outros.
Eles fizeram um corredor para recepcionar os repatriados. Após isso, Lula falou à imprensa acompanhado de ministros e repatriados. O presidente solicitou a Mauro Vieira que ele "continue brigando" pela aprovação da segunda lista de repatriados. "Nós vamos continuar trabalhando para trazer toda e qualquer pessoa que lá esteja e que queira voltar para o Brasil", declarou.
Por sua vez, o chanceler afirmou que "irá continuar trabalhando" por meio das embaixadas em Ramala, Tel Aviv e Cairo para localizar outros brasileiros que estejam na região e que queiram também retornar ao país.
Desembarque
Os passageiros desembarcaram do VC-2 (Embraer 190), cedido pela Presidência da República, e que estava há mais de um mês em Roma, na Itália, esperando a liberação da fronteira. A repatriação desses brasileiros faz parte da operação Voltando em Paz, do governo federal, que atua na retirada de cidadãos da área de conflito.
A chegada ao Brasil ocorreu três dias depois de terem sido autorizados a deixar a Faixa de Gaza rumo ao Egito e após uma espera que vem praticamente desde o início da guerra. Somente no domingo, o governo brasileiro concluiu a operação de retirada do grupo da região de Gaza, atravessando a passagem de Rafah, na fronteira para o Egito.
Com isso, desembarcaram 32 pessoas, sendo 22 brasileiros, 7 palestinos que têm RNM (Registro Nacional Migratório) e 3 palestinos que são familiares próximos. Dentre eles, 17 são crianças, 9 são mulheres e 6 são homens. Inicialmente, 34 pessoas estavam na lista para a saída de Gaza, mas duas desistiram da repatriação e decidiram permanecer na região por "motivos pessoais".
Recepção no Brasil
Uma força-tarefa foi mobilizada no aeroporto de Brasília, onde haverá estrutura de acolhimento. Eles passarão 48 horas em um alojamento da FAB, se recuperando e descansando. No local, uma equipe multidisciplinar fornecida pela FAB estará à disposição. Essa equipe será composta por uma médica, uma enfermeira e três psicólogas.
Durante esse período, serão realizados os trâmites necessários, incluindo a aplicação das vacinas exigidas pela lei brasileira e a geração de documentos. Após a conclusão dessas formalidades, 24 dos repatriados seguirão para São Paulo. Dentre eles, 12 serão encaminhados para um abrigo, onde receberão tratamento semelhante ao concedido aos refugiados.
Ainda segundo o governo federal, outros doze serão destinados a diferentes locais em São Paulo. Além disso, uma pessoa seguirá para Cuiabá (MT), outra para Novo Hamburgo (RS), outros dois para Florianópolis e quatro permanecerão em Brasília (DF).
Grupo deixou Gaza após 37 dias de guerra
O grupo é formado por pessoas que estavam no sul da Faixa de Gaza, nas cidades de Khan Younis e Rafah, para onde se deslocaram após Israel anunciar que iniciaram pesados bombardeios no norte do enclave governado pelo Hamas. A organização iniciou a guerra com Israel após um ataque surpresa em 7 de outubro.
Na fronteira com o Egito, Rafah é o único ponto de saída de Gaza. No entanto, o posto de controle ficou fechado nas duas primeiras semanas de guerra. Após uma negociação entre Egito, Estados Unidos, Israel e o Hamas, os civis estrangeiros e palestinos com dupla nacionalidade foram autorizados a deixarem o enclave.
Mas a saída não foi autorizada para todos. Ela tem ocorrido em grupos de até 700 pessoas. As listas são divulgadas sem um critério claro, após aval de Israel. A maioria absoluta dos estrangeiros liberados são norte-americanos. Devido a questões burocráticas e de segurança, a fronteira com o Egito foi fechada diversas vezes e os cidadãos brasileiros não conseguiram sair do enclave palestino nas primeiras listas.
Israel alega que terroristas do Hamas podem se aproveitar para, por exemplo, se infiltrar em ambulâncias. Por isso, além dos veículos de socorro, centenas de caminhões com ajuda humanitária têm sido retidos na fronteira do Egito com Gaza, o que tem levado ao colapso do sistema de saúde no conclave palestino, que também sofre com cortes de energia elétrica e bombardeios.
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, afirmou que a operação para a saída dos brasileiros contou com a colaboração de Tel-Aviv e Cairo. “O que eu posso dizer é que contamos tanto do lado de Israel quanto do Egito com boa vontade, tentando solucionar a questão como aconteceu no dia de hoje. Se não aconteceu antes, não foi só com o Brasil, foi com todos os outros países”, afirmou, em entrevista coletiva no domingo (10).
Após atravessar a fronteira, o grupo enfrentou uma viagem de ônibus que durou sete horas, até o Cairo, onde chegou por volta das 19h (horário de Brasília) e passou a noite em um hotel. Antes, houve uma parada para almoço na cidade de el-Arish, onde crianças brincaram na praia, mesmo sem roupas adequadas.
* Lula;
* Paulo Pimenta – ministro-chefe da Secom;
* Márcio Macêdo – ministro-chefe da Secretaria Geral;
* Flávio Dino – ministro da Justiça;
* Mauro Vieira – ministro das Relações Exteriores;
* Nísia Trindade – ministra da Saúde;
* Silvio Almeida – ministro dos Direitos
* Humanos e da Cidadania;
* Augusto Botelho – secretário nacional de Justiça;
*Celso Amorim – assessor-especial da Presidência;
* Andrei Rodrigues – diretor-geral da PF (Polícia Federal);
* almirante de esquadra Marcos Sampaio Olsen – comandante da Marinha;
* e tenente-brigadeiro do ar Marcelo Damasceno – comandante da Força Aérea....
Por Portal O Tempo e Poder 360
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