A quase duas semanas das sabatinas, o ministro Flávio Dino (Justiça) e o subprocurador-geral da República Paulo Gonet começaram a buscar senadores para construir apoio em torno de suas indicações ao Supremo Tribunal Federal (STF) e à chefia da Procuradoria-Geral da República (PGR), respectivamente.
Os nomes foram enviados ao Senado, que, de acordo com a Constituição, tem a competência de aprovar as indicações da Presidência a esses cargos. Eles passarão por sabatinas na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), agendadas para o próximo dia 13 de dezembro.
Antes de encaminhar as indicações para votação no plenário principal da Casa, a CCJ precisa aprovar os nomes. Somente após esta etapa o plenário aprecia as indicações, que devem reunir, no mínimo, 41 votos favoráveis.
Em busca de apoio, Flávio Dino se reuniu nesta quarta (29) com o vice-presidente do Senado, Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB). Ao deixar a reunião, Dino disse à imprensa que seguirá a agenda de encontros com "muita constância" e "perseverança".
"Estou aqui em busca dessa aprovação no plenário do Senado. E farei esse diálogo sempre com muito respeito, muita humildade, acerca desse lugar, da importância do Supremo Tribunal Federal, para que haja harmonia entre os Poderes", afirmou.
O ministro também defendeu que, ao assumir uma vaga na Corte, os membros deixam de ter "lado político".
"Quem vai ao Supremo, ou pretende ir ao Supremo, evidentemente ao vestir uma toga deixa de ter lado político. Para mim, eu não olho se é governo, se é oposição, se é do partido A, B ou C, eu olho para o País, olho para a instituição", declarou.
Na terça (28), Dino já havia tido encontros com o relator de sua indicação na CCJ, o senador Weverton (PDT-MA). Também participou de jantar com senadores, promovido pelo líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP).
O périplo pelos gabinetes do Senado é comum nesse tipo de indicação, em especial nas de ministros do Supremo.
Gonet
O procurador Paulo Gustavo Gonet Branco no plenário onde acontece o início do julgamento da ação de investigação judicial eleitoral (AIJE), ajuizada pelo PDT, que pode retirar os direitos políticos do ex- presidente Jair Bolsonaro (PL) e torná-lo inelegível por oito anos caso seja condenado, em Brasília, nesta quinta- feira, 22 de junho de 2023. A Corte vai decidir se o ex-mandatário usou o cargo e a estrutura do governo para espalhar notícias falsas sobre o processo eleitoral e para fazer campanha em reunião com embaixadores estrangeiros em julho de 2022, enquanto ainda era presidente. — Foto: PAULO BOMTEMPO/ENQUADRAR/ESTADÃO CONTEÚDO
A expectativa é que os pareceres de Weverton e Jaques sejam apresentados na próxima semana.
Jaques Wagner, que também é líder do governo na Casa, tem repetido que está otimista com a aprovação dos nomes indicados por Lula ao STF e à PGR. Ele afirmou que a base aliada ao Planalto fará o "necessário" para angariar votos a Dino e Gonet.
"Agora, não posso adivinhar, não tenho bola de cristal. Vamos trabalhar o tanto que for necessário. Os dois candidatos têm que fazer a sua romaria. São 81 votos. Como todo candidato, eles têm que pedir votos", afirmou.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comentários são publicados somente depois de avaliados por moderador. Aguarde publicação. Agradecemos a sua opinião.