Compesa alerta para perigo das ligações irregulares de águas pluviais no sistema de esgotamento sanitário

Prática clandestina promove sobrecarga no sistema de esgotamento sanitário em períodos chuvosos, alerta a empresa (Foto: Compesa)

Todo sistema de esgoto é projetado para receber um determinado fluxo de efluente de acordo com as estimativas populacionais de uso em cada área, bairro ou região. Quando uma rede de águas pluviais é interligada irregularmente na tubulação de esgoto, esse dispositivo recebe uma sobrecarga, o que pode comprometer a estrutura física dos sistemas de esgoto, que não são dimensionados para essa quantidade de fluxo. A situação também pode causar entupimentos e extravasamentos, seja em vias públicas ou até mesmo em residências.

Por isso, a Compesa e a BRK, parceiras no Programa Cidade Saneada, esclarecem e alertam que rede de esgoto e rede de drenagem são sistemas distintos, operam separadamente e são responsáveis por coletas diferentes. “É preciso deixar claro que a rede de esgoto transporta os efluentes sanitários gerados pelas residências e estabelecimentos comerciais até uma Estação de Tratamento de Esgoto (ETE), enquanto as redes de drenagem (ou galerias de águas pluviais, popularmente conhecidas como ‘bocas de lobo’) têm a função de escoar a água da chuva de áreas urbanas para rios córregos ou ribeirões, por meio de canaletas e canais, sem tratamento”, destaca o gerente de Monitoramento e Desempenho da Compesa, Bruno Gonçalves.

Como muitas pessoas ainda confundem os sistemas, apenas em 2022, foram registrados mais de 530 chamados nas centrais de atendimento da Compesa que foram encerrados como problemas na rede de drenagem, após verificação das equipes. Esse número chega perto dos 450 chamados apenas em 2023. “Sem esse tipo de chamado, as equipes conseguiriam atender a população de forma mais eficaz, já que seriam feitas apenas as verificações da rede de esgoto”, aponta Gonçalves.

Uma das situações de irregularidade é o direcionamento das calhas de água de chuva para poços de visita, equipamentos usado nos serviços de manutenção do sistema de esgoto. Quando as equipes identificam uma ligação irregular de drenagem no sistema de esgoto, é enviada uma nota técnica para os órgãos competentes, que, neste caso, são as prefeituras municipais, para a realização das medidas necessárias. Usando água com corante, os técnicos conseguem descobrir se existem ligações clandestinas em uma rede de esgoto. A água esverdeada indica quando a água da chuva está sendo desviada para a rede de esgotamento sanitário, o que sobrecarrega o sistema, causa extravasamentos e até o retorno do esgoto para dentro das casas. Em 2023, já foram registrados 13 casos de ligações irregulares no sistema de esgoto da Região Metropolitana do Recife (RMR).

“Essa prática clandestina promove uma sobrecarga no sistema de esgotamento sanitário em períodos chuvosos, facilita a entrada de resíduos sólidos na rede coletora, intensificando a ocorrência de extravasamentos de esgotos nas vias e no interior dos imóveis conectados irregularmente, além de resultar em prejuízos ao meio ambiente e à qualidade de vida da população, devido à geração de odores e a contribuição na proliferação de pragas urbanas”, explica Rodrigo Viana, gerente de Operações da BRK.

Todos esses problemas podem ser evitados com a adoção de práticas corretas na utilização dos dois sistemas. No caso de disponibilidade de sistema de esgoto, é muito importante que todos os imóveis estejam ligados à rede de esgoto. Essa ligação é a garantia de saúde e bem-estar para todos os moradores. Já nos casos em que a rede pública de esgoto ainda não está disponível, é aconselhável o uso de solução individual, como fossas sépticas.

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