No Nordeste do país, quase metade do estado do Piauí está em alerta por causa da seca. Alguns municípios já enfrentam racionamento.
Rios, açudes, barragens...Nem os grandes reservatórios resistem à estiagem prolongada. Muitos secaram e em outros a água está no fim. A escassez de chuva devastou as plantações e os animais estão morrendo de sede e fome.
"Para o agricultor, para o criador, pecuarista, a situação é triste. Porque nós não temos pastagem para os animais e a água", diz Luís Nobre, agricultor.
A falta de chuva também já compromete o abastecimento de água em 15 municípios no sul do estado.
A barragem da Salgadinha foi construída para abastecer os quinze mil moradores do município de Simões, mas por causa da estiagem prolongada o reservatório secou praticamente inteiro.
Com a torneira vazia, muita gente tem que comprar água potável. O caminhão -pipa com sete mil litros chega a custar R$ 700. Algumas famílias deixam de comprar comida para ter água em casa.
"Até que você estando com fome, você toma um copo de água e você se alimenta, você se sustenta", diz Teresinha de Sousa, dona de casa.
Sem a água da chuva, milhares de cisternas também secaram. Seu Valdivino foi obrigado a comprar água para o consumo da família e do pequeno rebanho de ovelhas.
"Aquilo que vem para a boca da gente, reparte. Quem é que quer ver um bichinho morrer com fome e sede", diz Valdivino da Silva, agricultor.
Para tentar amenizar os efeitos da seca, o governo federal reativou o programa Água Doce que usa tecnologia israelense para transformar a água salobra retirada de poços em água potável. O projeto atualmente beneficia 3 mil famílias.
"Todo mundo tem água para beber seja na seca ou no inverno, sem ter aperreio", diz Gustavo Rodrigues, agricultor.
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