quinta-feira, outubro 26, 2023

Quem são os presos na 19ª fase da Operação Lesa Pátria; Operação permanente da PF segue investigando financiadores e apoiadores do 8 de janeiro

José Carlos da Silva Zé Carlos Renascer Foto: Reprodução/Facebook/Ze Carlos Renascer

Nesta quarta-feira, 25, a Polícia Federal (PF) deflagrou mais uma etapa da operação Lesa Pátria, que investiga os financiadores dos atos antidemocráticos do 8 de janeiro. Foram, ao todo, 13 mandados de busca e apreensão e cinco prisões. Um dos alvos de busca é Leonardo Rodrigues de Jesus, o Léo Índio, primo dos filhos mais velhos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Essas pessoas são suspeitas de “incitar, participar e fomentar” as manifestações do 8 de janeiro, que destruíram as sedes dos Três Poderes em Brasília e tentaram dar um golpe de Estado.

Essas fases da Lesa Pátria investigam outros financiadores e apoiadores das manifestações do 8/1, além daqueles que já estão sendo julgados e condenados pelo STF Foto: ERALDO PERES/AP

Elas podem responder pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa, destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido - mesmos delitos imputados aos manifestantes que já estão sendo condenados pelo Supremo.

Além deles, os investigados da 19ª fase da Lesa Pátria também são suspeitos de incitação ao crime e delitos previstos na Lei de Terrorismo. Os mandados da operação foram assinados pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes.

Léo Índio foi auxiliar do vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ) nas estratégias de redes sociais da campanha de 2018 do ex-presidente. Depois da eleição do tio, ele começou a circular livremente pelo Planalto. Quando a situação começou a repercutir mal, ele foi nomeado assessor do senador Chico Rodrigues (DEM-RR), que escondeu dinheiro na cueca durante uma operação da Polícia Federal.

Léo Índio tinha livre trânsito pelo Planalto depois da eleição de Bolsonaro; ele auxiliou o primo, Carlos, na estratégia de redes sociais do ex-presidente Foto: Dida Sampaio

José Carlos da Silva, Zé Carlos da Renascer

Um dos presos desta quarta-feira, 25, é José Carlos da Silva, conhecido como Zé Carlos Renascer. Evangélico, ele se apresenta como líder comunitário e entusiasta do ex-presidente Bolsonaro. Silva mora em Cuiabá, capital mato-grossense, cidade na qual foi candidato a vereador em 2020 e 2016, pelo Podemos. Nas últimas eleições municipais, ele ficou como suplente.


José Carlos da Silva Zé Carlos Renascer Foto: Reprodução/Facebook/Ze Carlos Renascer

Luiz Antonio Villar de Sena

Outro preso nesta quarta-feira também é de Cuiabá. Ele é empresário e sócio da Sena Pneus, uma empresa que tem sede na capital mato-grossense e filial em Várzea Grande. Veículos locais publicaram vídeos e fotos que Sena fez no dia da invasão golpista, 8 de janeiro, no meio dos manifestantes.

Luiz Antonio Villar de Sena Foto: Reprodução/Facebook/Luiz Antonio Villar de Sena


Cézar Guimarães Galli Junior


O terceiro alvo da PF desta quarta é o médico veterinário Cesar Guimarães Galli Junior. Nas suas redes sociais, abertas e com mais de 6 mil seguidores, há uma foto sua no acampamento em frente ao Quartel-general do Exército em Brasília. Ele também mora em Cuiabá.

“39 dias de Brasília. No fim, não importa tanto que você consiga lutar. O motivo da sua luta é o que conta. Não parem! Não ficará um filho para trás”, escreveu o veterinário. Em outras publicações, ele manifesta apoio à reeleição de Bolsonaro.

Fabricio Cisneiros Colombo

Fabrizio Cisneros Colombo Foto: Reprodução/Facebook/Fabrizio Cisneros Colombo

O quarto mandado de prisão foi cumprido a 220 quilômetros de Cuiabá. Fabrizio Cisneros Colombo mora em Cáceres, no interior do Mato Grosso. Nas redes sociais, ele se apresenta como empreendedor e “Ativista, Cristão, Conservador, Pró Armas, Pró Vida e Pró Família”. Para a Justiça Eleitoral, ele declarou que trabalha como protético.

Em 2022, ele foi candidato a deputado estadual pelo Democracia Cristã. Em 2020, tentou ser vereador de Cáceres, pelo Podemos. Nos dois pleitos, Colombo não foi eleito.

Walter Parreira

O último preso desta quarta-feira é Walter Parreira, historiador e representante comercial que mora em Santos, litoral de São Paulo. Ele gravou vários vídeos indo e voltando das manifestações do 8 de janeiro. Parreira se apresenta como um dos organizadores do grupo “Trincheira Patriótica” e diz ter alugado um dos ônibus que levou manifestantes a Brasília.

Na volta, ele disse que a invasão dos Três Poderes foi “ordeira” e que havia “infiltrados”. Ele comparou o esvaziamento do acampamento na frente do QG do Exército em Brasília com o holocausto, que matou mais de 6 milhões de judeus.

“Essa passagem (do acampamento para o local em que os ônibus dos manifestantes estavam estacionados) me faz lembrar aqueles judeus sendo levados naqueles vagões para os campos de concentração nazista. A cena foi a mesma”, disse Parreira.

Estadão Conteúdo


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