quarta-feira, outubro 18, 2023
Bolsonaro vai à PF, mas se cala no inquérito sobre fake news na eleição
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ficou calado em depoimento à Polícia Federal (PF) nesta quarta-feira (18). Por escrito, a defesa de Bolsonaro apresentou os argumentos técnicos que justificariam não haver necessidade de o ex-presidente depor. Os advogados pediram, ainda, que a ação seja arquivada. As informações foram confirmadas ao R7 por fontes da PF.
Na saída da sede da corporação, em Brasília, Bolsonaro e o advogado e assessor Fábio Wajngarten afirmaram que as mensagens são de “cunho privado” e que as eleições de 2022 são “página virada”.
“Minha vinda aqui hoje é por causa do inquérito dos empresários. Fui incluído depois de muitos meses. Por que esse assunto? Por causa das mensagens que passei. A opção dos advogados era de entregar as razões de defesa por escrito e continuar batendo na tecla da competência”, argumentou Bolsonaro.
A Polícia Federal intimou o ex-presidente a prestar depoimento no inquérito sobre empresários que teriam tramado um golpe de Estado em um aplicativo de mensagens. A corporação encontrou no celular do empresário Meyer Nigri, fundador da Tecnisa, uma mensagem que seria do ex-presidente, na qual ele incentiva a disseminação de fake news sobre o processo eleitoral.
Os investigadores encontraram a conversa com um contato identificado como “PR Bolsonaro 8”, que seria de um dos números do ex-presidente, no celular de Meyer Nigri. O texto faz críticas ao sistema eleitoral e a um instituto de pesquisa. No fim da mensagem, aparece “Repasse ao máximo”, destacado em caixa-alta.
Na mensagem atribuída a Bolsonaro, o ex-presidente supostamente ataca a ação do ministro Luís Roberto Barroso de defender o processo eleitoral e diz que há “interferência”.
O empresário, então, responde: “Já repassei para vários grupos. Abraços de Veneza”.
O grupo investigado reunia empresários de diversas partes do país a pretexto de apoiar a reeleição do então presidente Bolsonaro. A apuração começou em agosto do ano passado, depois da divulgação de prints de conversas do grupo.
Por Gabriela Coelho e Giovanna Inoue, do R7
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