quinta-feira, agosto 03, 2023

PF prende suspeito de ser o maior devastador da Amazônia já investigado


Polícia Federal faz operação contra suspeito de grilagem na Amazônia — Foto: PF/ Reprodução

A Polícia Federal faz uma operação nesta quinta-feira contra um suspeito de ser um dos maiores grileiros da Amazônia, segundo a instituição. O alvo é investigado por ter desmatado mais de 6 mil hectares de áreas de floresta no Pará, o que equivale a quatro ilhas de Fernando de Noronha (PE). Segundo as apurações, ele teria se apossado de 21 mil hectares de terras da União no entorno de reservas indígenas e unidades de conservação.


Conforme a PF, o suspeito de grilagem foi preso em flagrante por ter sido encontrado com uma arma irregular e pedaços de ouro em estado bruto - provavelmente oriundo de algum garimpo ilegal da região. Ele foi detido na cidade de Novo Progresso (PA) e será encaminhado ao presídio de Itaituba (PA).

Os agentes cumpriram também três mandados de busca e apreensão nas cidades de Novo Progresso (PA) e Sinop (MT). A Justiça Federal autorizou o confisco de R$ 116 milhões, 16 fazendas e 10.000 cabeças de gado que pertenceriam ao grupo do investigado.

As áreas griladas ficam próximas à BR-163, que conecta Cuiabá (MT) a Santarém (PA). Ao longo das investigações, a PF descobriu que o grupo criminoso fazia a inscrição fraudulenta de áreas públicas no Cadastro Ambiental Rural (CAR) em nome de terceiros que não moram na região. Depois, os suspeitos desmatavam os terrenos e o destinavam à criação de gado.

"Assim, os verdadeiros responsáveis pela exploração das atividades se sentiriam protegidos contra eventuais processos criminais ou administrativos, os quais seriam direcionados aos participantes sem patrimônio", diz a nota da PF.

O alvo já recebeu onze autuações e seis embargos do Ibama por manejo irregular e desmatamento ilegal. Conforme as multas aplicadas entre 2006 e 2021, o órgão proibiu o investigado de realizar qualquer atividade agropastoril na sua fazenda e determinou a retirada dos animais do local.

Por Eduardo Gonçalves
O Globo


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