Desde a reunião com Haddad, o deputado Ricardo Salles (PL-SP) está utilizando as suas redes sociais para criticar Tarcísio, questionando a sua lealdade com o ex-presidente. Um fato em comum entre os dois é que ambos eram ministros de Estado de Bolsonaro no início do seu mandato em 2019: Freitas comandava a pasta da Infraestrutura, já Salles, a do Meio Ambiente.
Sem citar o governador, Salles disse em uma postagem na manhã desta sexta, 7, que os seus seguidores devem se recordar de quem apoiou o projeto e ironizou os “95%” ditos por Tarcísio com uma palavra de baixo calão. “Com essa reforma meia boca, aprovada a toque de caixa, o Brasil em breve ficará 95% f*****. Gravem bem os nomes de quem ajudou a realizar e viabilizar essa c*****”, afirmou o parlamentar.
O deputado também compartilhou uma postagem de um internauta que disse que ele havia “montado no governador. “Não sei se o PL vai ter culhão de enfrentar essa briga, mas nunca imaginei que essa rebelião contra o engenheiro [Tarcísio] aconteceria. Aguardemos o desfecho”, afirma o post compartilhado com Tarcísio. A publicação mostra uma parte da reunião do PL onde Salles fez duras críticas a Tarcísio, afirmando que o mandatário paulista não era um representante da direita política e que não tinha uma “lealdade verdadeira” ao ex-presidente.
“Se tem um lugar do Brasil hoje que não tem um governo de direita é o governo de São Paulo. Não venha colocar faixa de representante da direita, porque não é. (...) Nós temos as nossas próprias convicções. Nós temos os nossos próprios princípios e, muitos de nós, temos pelo presidente Bolsonaro uma lealdade verdadeira”, disse o parlamentar, arrancando aplausos da plateia de partidários do PL.
Porém, na última sexta-feira, 30, a opinião do deputado sobre o governador era outra. Após o ex-presidente ser condenado a inelegibilidade, Salles disse para a Jovem Pan que Tarcísio era o sucessor mais provável para liderar a direita política. “Ele é aquele que está em uma melhor posição. Foi colocado nesta posição que ocupa hoje pelo próprio Bolsonaro, com o esforço do Bolsonaro. Foi um candidato que foi levado a cadeira de governador de estado pela direita, pelos conservadores, pelos liberais e pelos bolsonaristas”, disse.
Reflexos do governador
Em um vídeo publicado nas suas redes, o deputado Marco Feliciano (PL-SP) criticou o mandatário paulista sem citar o seu nome, ao falar de oportunistas que “se sentam primeiro com algozes” com governistas e que “não eram nada” até estarem na cúpula do ex-presidente Bolsonaro. “Oportunistas arrogantes, pensando apenas no espólio do dito morto, querendo repartir os despojos dizendo que a guerra acabou. Querendo ser o sucessor”, classificou.
Em uma entrevista feita no dia 8 de junho para a Jovem Pan, onde estava sendo discutida a realização da edição de 2023 da Marcha para Jesus, Feliciano classificou Tarcísio, que esteve presente naquele evento, como um reflexo de Bolsonaro e do conservadorismo “que ainda queima no coração de 58 milhões de brasileiros” que votaram no ex-presidente.
Falta de humildade e ingratidão
O deputado estadual bolsonarista Gil Diniz (PL-SP), que foi um dos principais apoiadores da candidatura de Tarcísio a governador, compartilhou os trechos onde Tarcísio era vaiado com a legenda: “Humildade se prova com atitude e não da boca pra fora!”.
Em fevereiro, uma internauta comentou no perfil de Gil, que parabenizava o fim da obrigatoriedade do cartão de vacina contra a covid-19, sancionada pelo governador. A mulher afirmou que o governador “estava longe de ser um Bolsonaro 2.0″. Como resposta, o político disse: “Sou Bolsonaro e Bolsonaro é Tarcísio. Logo, sou Tarcísio!”.
Nas redes, o deputado federal Bibo Nunes (PL-RS), que participou da reunião do PL e votou contra a reforma tributária nesta quinta, 8, alfinetou Tarcísio dizendo que, no encontro se lembrou “que a gratidão e fidelidade são sentimentos que as pessoas jamais devem esquecer”. No mesmo perfil, no dia 20 de fevereiro, o parlamentar publicou que Freitas era “o melhor governador do Brasil” até aquele momento. “Equilíbrio, bom senso, conhecimento e amor ao País”, completou.
As informações são do Jornal Estadão.
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