O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) chegou, no início da tarde desta quarta-feira (12), à sede da Polícia Federal, em Brasília. Ele vai prestar depoimento sobre o inquérito que investiga o senador Marcos do Val (Podemos-ES) por articular uma suposta trama golpista com o ex-deputado Daniel Silveira.
A conspiração consistia em tentar gravar de maneira escondida o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, e induzi-lo a falar algo que pudesse gerar alguma nulidade no processo eleitoral de 2022.
Marcos do Val é investigado pelos crimes de divulgação de documentos sigilosos; tentativa, com emprego de violência ou grave ameaça, de abolir o Estado Democrático de Direito, impedindo ou restringindo o exercício dos poderes constitucionais; tentativa de golpe de estado; e ainda por eventualmente integrar uma organização criminosa.
No início de fevereiro, Moraes determinou a abertura de um novo inquérito contra o senador acerca das entrevistas que concedeu a respeito de uma suposta articulação de um golpe de estado, contra a posse do presidente eleito Luis Inácio Lula. A orquestração, segundo ele, contaria com a participação de Silveira e Bolsonaro.
Na ocasião, Do Val denunciou que teria participado de uma reunião com ambos em que ele teria dito, inclusive, que colocaria equipamentos do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) para gravar conversas com o ministro. O senador deu versões contraditórias sobre o caso posteriormente.
Em abril, a Polícia Federal chegou a pedir a prisão do senador, em razão de uma tentativa de obstrução do inquérito que investiga os atos antidemocráticos de 8 de janeiro. Seguindo parecer contrário da Procuradoria-Geral da República (PGR), Moraes, indeferiu a prisão, mas determinou busca e apreensão em endereços ligados ao parlamentar. Os mandados foram cumpridos no mês passado.
Essa será a quarta vez que Jair Bolsonaro irá prestar depoimento à PF, esse ano. Ele já foi ouvido sobre os atos antidemocráticos de 8 de janeiro, sobre as joias da Arábia Saudita que não foram declaradas e ainda sobre as fraudes nos cartões de vacina dele, de seus familiares e assessores.
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