Morreu na madrugada desta quinta-feira (15), aos 64 anos, o tecladista e fundador do RPM, Luiz Schiavon. Ele vinha tratando uma doença autoimune há quatro anos. A informação foi confirmada pela família do músico nas redes sociais. De acordo com a nota, o artista teve complicações durante uma cirurgia em decorrência e não resistiu. Schiavon estava internado no Hospital São Luiz, em Osasco, na Região Metropolitana de São Paulo. Ainda segundo o comunicado, a cerimônia de despedida será reservada apenas para pessoas próximas.
"Esperamos que lembrem-se dele com a maestria e a energia da sua música, um legado que ele nos deixou de presente e que continuará vivo em nossos corações. Despeçam-se, ouvindo seus acordes, fazendo homenagens nas redes sociais, revistas e jornais, ou simplesmente lembrando dele com carinho, o mesmo carinho que ele sempre teve com todos aqueles que conviveram com ele", complementa o comunicado.
De família de classe média, Schiavon se iniciou no piano ainda jovem, meio a contragosto, por insistência da mãe, Dona Edméia. Aos 19 anos, se formou em música no Conservatório Mário de Andrade, em São Paulo. Embora fosse um pianista clássico, era afeiçoado ao rock progressivo e chegou a montar uma banda cover de Deep Purple. No início dos anos 1980, conheceu Paulo Ricardo, que namorava com sua vizinha. Juntos, formaram a banda Aura.
O RPM foi fundado em 1983, após uma passagem de Paulo Ricardo pela Europa. Schiavon já estava bastante influenciado pela música eletrônica, que naquela época vivia um boom diante dos inúmeros instrumentos novos, bem como sintetizadores e computadores que ampliavam possibilidades musicais.
Schiavon e Paulo Ricardo compuseram as primeiras músicas do RPM, "Olhar 43", "A cruz e a espada" e "Revoluções por minuto". Depois de uma recusa da CBS, a banda conseguiu um contrato com a Sony e lançou seu primeiro compacto, em 1984, com "Louras geladas" e "Revoluções por minuto", que acabou censurada. A primeira música estourou nas rádios e abriu as portas para o grupo gravar seu primeiro disco. Assim, "Revoluções por minuto" chegava às prateleiras das lojas de disco em 1985. Seria um divisor de águas na trajetória de Luiz Schiavon e do RPM, que virou um fenômeno arrasador em todo o Brasil. A assinatura synth-pop dos teclados de Schiavon e a sensualidade de Paulo Ricardo eram marcas fundamentais da banda.
Em 1986, foi lançado o disco "Rádio Pirata Ao Vivo", que vendeu 3,5 milhões de cópias e reafirmou a força da banda. Mesmo com todo o sucesso, o RPM já dava sinais da relação conflituosa entre os integrantes. O grupo chegou a se separar em 1987, mas retomou os trabalhos logo depois para a gravação do segundo álbum de estúdio, "Quatro coiotes", de 1988. No ano seguinte, houve uma nova separação.
Por Rayane Rocha — Rio de Janeiro
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