O número veio abaixo das projeções anteriores do órgão. Em 2021, o prognóstico apontava que país teria ao menos 213 milhões de habitantes. Em dezembro de 2022, já com dados prévios do levantamento, o IBGE revisou a estimativa para 207,7 milhões, ou 4,7 milhões de pessoas acima do cálculo final.
🤔 O que é o Censo? É uma pesquisa realizada pelo IBGE para fazer uma ampla coleta de dados sobre a população brasileira. Ela permite traçar um perfil socioeconômico do país, já que conta os habitantes do território nacional, identifica suas características e revela como vivem os brasileiros.
🚨 Por que ele é importante? Porque ele identifica informações essenciais para o desenvolvimento e implementação de políticas públicas e para a realização de investimentos públicos e privados. Interfere, por exemplo, na distribuição das transferências da União para estados e municípios e na identificação de áreas de investimento prioritário em saúde, educação, habitação, transportes e energia.
Veja, abaixo, os destaques do Censo 2022:
Os dados revelam a população do país em 1º de agosto de 2022.
A população brasileira registrou um aumento de 6,45% em relação à edição anterior da pesquisa, em 2010, que havia contabilizado 190.755.799 de pessoas.
Em números absolutos, houve um crescimento de 12.262.757 habitantes.
A taxa de crescimento nesses 12 anos foi de 0,52% ao ano, o menor nível da série histórica.
As regiões Sul e Sudeste puxaram o crescimento da população brasileira. O Sudeste ganhou 4.482.777 pessoas, e o Sul, 2.546.424.
Dos 5.570 municípios do Brasil, 3.168 ganharam habitantes entre 2010 e 2012 – isso representa 56,9% do total.
Dos 5.570 municípios do Brasil, 2.399 perderam habitantes entre 2010 e 2022 – isso representa 43% do total.
Cidade mais populosa do país, São Paulo tem é 11.451.245 habitantes. Na sequência, vêm Rio e Brasília.
O Brasil tem três cidades com menos de mil habitantes – Serra da Saudade (MG), com 833 habitantes; Borá (SP), com 907; e Anhanguera (GO), com 924.
O crescimento populacional foi maior no interior do que em capitais – 66,58% dos novos habitantes se concentraram em regiões fora desses grandes centros urbanos.
5% das cidades brasileiras concentram 56% população do país. Ao todo, 115,6 milhões de pessoas, ou 56,95% da população, vivem em apenas 319 cidades.
A média de moradores por domicílio caiu de 3,31 para 2,79.
📌 Quantos municípios receberam visita de recenseadores? Todos os 5.568 municípios brasileiros, mais dois distritos (Fernando de Noronha e Distrito Federal), num total de 5.570 localidades.
🏘️ Quantos domicílios foram visitados? Segundo o IBGE, 106,8 milhões de endereços em 8,5 milhões de quilômetros quadrados.
📝 Quantos questionários foram respondidos? 79.160.207, dos quais 88,9% com 26 quesitos e 11,1% com 77 quesitos. No total, 98,88% das entrevistas foram presenciais; o restante foi pela internet ou por telefone.
🔎 Que dados a pesquisa coletou? Além verificar exatamente qual o tamanho da população, o Censo compila dados sobre as características dos moradores (como idade, sexo, cor ou raça, religião, escolaridade e renda) e informações sobre saneamento básico dos domicílios.
🐢 Por que o Censo 2022 atrasou? A lei prevê que a pesquisa deve ocorrer a cada dez anos. Como a edição anterior era de 2010, ela deveria ter sido realizada novamente em 2020, mas foi suspensa por conta da pandemia de Covid-19. Em 2021, o Censo sofreu segundo adiamento, desta vez por cortes orçamentários do governo Jair Bolsonaro. Após determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), o governo federal liberou os R$ 2,3 bilhões solicitados pelo IBGE, que deu início aos trabalhos em 1º de agosto de 2022.
Questionado, o IBGE não havia explicado, até a última atualização desta reportagem, o que causou a diferença entre o número final divulgado e as estimativas dos últimos anos. O órgão informou que demógrafos iniciaram trabalhos para elucidar o fenômeno.
As estimativas populacionais divulgadas pelo IBGE também servem de parâmetro para obrigações do Estado brasileiro, como repasses de dinheiro da União para municípios.
A distribuição do Fundo de Participação de Estados e Municípios (FPM) pelo Tribunal de Contas da União (TCU) é uma das atribuições do Estado que leva em conta números Censo. Para a grande maioria das cidades — todas aquelas que não são capitais e que têm menos de 142.633 habitantes —, o critério utilizado para o repasse de recursos é populacional.
O número de habitantes contabilizado pelo IBGE define o coeficiente em que a cidade se enquadra. Esse índice determina qual será a participação de determinado município no fundo. Quanto menor a população, menor o coeficiente – e, portanto, menor o valor do repasse realizado pela União.
A diminuição da população em relação às estimativas anteriores pode alterar o enquadramento dos municípios.
Em 2023, não haverá mudança na distribuição, pois o TCU havia estabelecido que seriam aplicados os mesmos parâmetros de distribuição utilizados no ano passado. Para 2024, no entanto, esses números ainda não foram definidos.
Nas Unidades da Federação (UFs), a população sofreu pouca alteração de distribuição. A região Sudeste continua sendo a mais populosa, com 41,8% do total de habitantes do país. Na sequência, estão o Nordeste (26,9%), Sul (14,7%), Norte (8,5%) e Centro-Oeste (8%).
Também em posição inalterada, o estado de São Paulo continua a ser o mais populoso do país, com 44,4 milhões de habitantes (21,88% da população brasileira).
Completam o pódio Minas Gerais, com 20,5 milhões de habitantes, e Rio de Janeiro, com 16 milhões. Na ponta oposta, o estado com menor população é Roraima, com 636 mil habitantes.
São Paulo – 44.420.459 habitantes
Minas Gerais – 20.538.718 habitantes
Rio de Janeiro – 16.054.524 habitantes
Bahia – 14.136.417 habitantes
Paraná – 11.443.208 habitantes
Rio Grande do Sul – 10.880.506 habitantes
Pernambuco – 9.058.155 habitantes
Ceará – 8.791.688 habitantes
Pará – 8.116.132 habitantes
Santa Catarina – 7.609.601 habitantes
Goiás – 7.055.228 habitantes
Maranhão – 6.775.152 habitantes
Paraíba – 3.974.495 habitantes
Amazonas – 3.941.175 habitantes
Espírito Santo – 3.833.486 habitantes
Mato Grosso – 3.658.813 habitantes
Rio Grande do Norte – 3.302.406 habitantes
Piauí – 3.269.200 habitantes
Alagoas – 3.127.511 habitantes
Distrito Federal – 2.817.068 habitantes
Mato Grosso do Sul – 2.756.700 habitantes
Sergipe – 2.209.558 habitantes
Rondônia – 1.581.016 habitantes
Tocantins – 1.511.459 habitantes
Acre – 830.026 habitantes
Amapá – 733.508 habitantesRoraima – 636.303 habitantes
Ranking dos municípios
Entre os municípios, a capital paulista permanece sendo, com folga, a cidade mais populosa do país: 20.666.224 habitantes, um aumento de 5,3% em relação ao Censo 2010.
O Rio é o vice-líder, com 11,6 milhões e queda de 2,1% no período. Belo Horizonte (MG) vem na sequência, com 4,95 milhões, alta de 4,4%.
A menor cidade do país é Serra da Saudade (MG), com 833 habitantes. O município tomou o espaço de Bora (SP), que agora tem 907 residentes, um aumento de 12,7% em relação a 2010.
Veja a lista com os 10 municípios com as maiores populações do Brasil:
São Paulo (SP) – 11.451.245 habitantes
Rio de Janeiro (RJ) – 6.211.423 habitantes
Brasília (DF) – 2.817.068 habitantes
Fortaleza (CE) – 2.428.678 habitantes
Salvador (BA) – 2.418.005 habitantes
Belo Horizonte (MG) – 2.315.560 habitantes
Manaus (AM) – 2.063.547 habitantes
Curitiba (PR) – 1.773.733 habitantes
Recife (PE) – 1.488.920 habitantes
Goiânia (GO) –1.437.237 habitantes
Veja a lista com os 10 municípios com as menores populações do Brasil:
Serra da Saudade (MG) – 833 habitantes
Bora (SP) – 907 habitantes
Anhanguera (GO) – 924 habitantes
Araguainha (MT) – 1.010 habitantes
Novo Castilho (SP) – 1.062 habitantes
Cedro do Abaete (MG) – 1.081 habitantes
Andre da Rocha (RS) – 1.135 habitantes
Oliveira de Fátima (TO) – 1.164 habitantes
União da Serra (RS) – 1.170 habitantes
São Sebastião do Rio Preto (MG) – 1.259 habitantes
Por Isabela Bolzani, Raphael Martins e Cauê Muraro, g1
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