O primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, anunciou ao receber o presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta sexta-feira que o Reino Unido será o quarto país a contribuir para o Fundo Amazônia, dias após os Estados Unidos fazerem o mesmo. A doação de 80 milhões de libras (R$ 499,53 milhões) é um voto de confiança nos compromissos ambientais assumidos pelo petista, em uma cruzada para reposicionar o Brasil internacionalmente.
O anúncio de Sunak foi feito logo no início do encontro com Lula, que está em Londres para a coroação do rei Charles III. Após dar boas-vindas e brincar que desejava que o encontro fosse "menos competitivo que um jogo entre o Brasil e a Inglaterra na Copa", o chefe de governo britânico disse:
— Para além do futebol, temos muitos interesses em comum. Seja aumentando a nossa relação econômica e o nosso fluxo comercial, mas também no combate às mudanças climáticas. Tenho prazer de anunciar nesta ocasião que vamos investir no seu Fundo Amazônia, e nós prestamos esse reconhecimento por seu trabalho e liderança.
Coroação do rei Charles III: conheça looks de rainhas e princesas de outros países em datas semelhantes
O anúncio de Sunak foi feito logo no início do encontro com Lula, que está em Londres para a coroação do rei Charles III. Após dar boas-vindas e brincar que desejava que o encontro fosse "menos competitivo que um jogo entre o Brasil e a Inglaterra na Copa", o chefe de governo britânico disse:
— Para além do futebol, temos muitos interesses em comum. Seja aumentando a nossa relação econômica e o nosso fluxo comercial, mas também no combate às mudanças climáticas. Tenho prazer de anunciar nesta ocasião que vamos investir no seu Fundo Amazônia, e nós prestamos esse reconhecimento por seu trabalho e liderança.
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O Reino Unido se soma a Noruega e Alemanha, que retomaram suas contribuições neste ano, além dos EUA. Há 15 dias, o presidente Joe Biden anunciou que Washington pedirá a seu Congresso a aprovação de US$ 500 milhões para o mecanismo — não está claro, contudo, se conseguirá o sinal verde, já que a oposição republicana controla a Câmara e historicamente se opõe a medidas do tipo.
O presidente brasileiro, por sua vez, afirmou a Sunak que viajou para "tentar restabelecer a normalidade na relação Brasil-Reino Unido" e que "esta é a retomada das relações do Brasil com o mundo após um período de isolamento". Segundo o petista, o relacionamento bilateral é bom, mas "certamente" aquém do possível na frente comercial.
O presidente brasileiro, por sua vez, afirmou a Sunak que viajou para "tentar restabelecer a normalidade na relação Brasil-Reino Unido" e que "esta é a retomada das relações do Brasil com o mundo após um período de isolamento". Segundo o petista, o relacionamento bilateral é bom, mas "certamente" aquém do possível na frente comercial.
— Os países ricos precisam cumprir os compromissos definidos nas COPs [conferência climática da ONU]. Os países mais pobres precisam de ajuda para manter suas florestas em pé — afirmou ele. — Estou muito otimista e agradecido de estar aqui. Essa bilateral é muito importante para nós.
— Os países ricos precisam cumprir os compromissos definidos nas COPs [conferência climática da ONU]. Os países mais pobres precisam de ajuda para manter suas florestas em pé — afirmou ele. — Estou muito otimista e agradecido de estar aqui. Essa bilateral é muito importante para nós.
Os dois países europeus, contudo, congelaram seus fundos em abril de 2019 devido às catastróficas políticas ambientais bolsonaristas e a decisão de extinguir os comitês gestores do mecanismo sem consultar os países financiadores. O retorno aconteceu nos primeiros dias de Lula no poder, frente aos acenos petistas de que a pauta climática seria prioritária.
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva e premier britânico, Rishi Sunak, em frente à sede do governo britânico — Foto: Ricardo Stuckert/Presidência da República
Os endossos ainda assim são importantes para o petista, que tenta recuperar o terreno de terra arrasada herdado do governo anterior no Ministério do Meio Ambiente e nos organismos de fiscalização. Entre agosto de 2021 e julho de 2022, a Amazônia teve quase 11,6 mil km² desmatados — a piora durante o governo Bolsonaro foi de 59,5% em comparação com os quatro anos anteriores, de acordo com o preciso sistema Prodes do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
O desmate no primeiro trimestre foi o segundo pior da série histórica para o período na região, segundo dos dados do sistema de alertas do Deter, também do Inpe, que começaram a ser contabilizados em 2016. A taxa de abril, divulgada nesta sexta, contudo, registrou uma queda comparativa em relação ao mesmo mês do ano passado, ficando em 288 km², a terceira melhor marca da série histórica.
Os endossos ainda assim são importantes para o petista, que tenta recuperar o terreno de terra arrasada herdado do governo anterior no Ministério do Meio Ambiente e nos organismos de fiscalização. Entre agosto de 2021 e julho de 2022, a Amazônia teve quase 11,6 mil km² desmatados — a piora durante o governo Bolsonaro foi de 59,5% em comparação com os quatro anos anteriores, de acordo com o preciso sistema Prodes do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
O desmate no primeiro trimestre foi o segundo pior da série histórica para o período na região, segundo dos dados do sistema de alertas do Deter, também do Inpe, que começaram a ser contabilizados em 2016. A taxa de abril, divulgada nesta sexta, contudo, registrou uma queda comparativa em relação ao mesmo mês do ano passado, ficando em 288 km², a terceira melhor marca da série histórica.
Os endossos ainda assim são importantes para o petista, que tenta recuperar o terreno de terra arrasada herdado do governo anterior no Ministério do Meio Ambiente e nos organismos de fiscalização. Entre agosto de 2021 e julho de 2022, a Amazônia teve quase 11,6 mil km² desmatados — a piora durante o governo Bolsonaro foi de 59,5% em comparação com os quatro anos anteriores, de acordo com o preciso sistema Prodes do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
O desmate no primeiro trimestre foi o segundo pior da série histórica para o período na região, segundo dos dados do sistema de alertas do Deter, também do Inpe, que começaram a ser contabilizados em 2016. A taxa de abril, divulgada nesta sexta, contudo, registrou uma queda comparativa em relação ao mesmo mês do ano passado, ficando em 288 km², a terceira melhor marca da série histórica.
Cooperação Brasil-Reino Unido
Os britânicos perderam peso na geopolítica internacional ao deixarem a União Europeia (UE), divórcio que se concretizou em 2021. O Reino Unido, ainda assim, continua a ser um importante parceiro comercial para o Brasil, apesar de algumas barreiras.
Na agricultura, concentram-se obstáculos herdados do bloco europeu, ao menos até que os britânicos criem novas regras para substituir as comunitárias, internalizadas no pós-Brexit. O Reino Unido é um dos maiores importadores líquidos de alimentos e bebidas no mundo, e a expectativa brasileira é que, justamente por ser competitivo e sustentável nesta seara, possa ir atrás de novos acordos.
Londres pode se interessar em abrir as portas para o Brasil, frente a um quadro de inflação que custa a ceder, sobretudo no segmento de alimentos: o índice anual bateu 19,1% ao ano em março, quase o dobro do índice geral, que fechou em 10,1%. Em uma nota após o encontro dos chefes de governo, Londres afirmou que vê "grande potencial na relação entre o Reino Unido e o Brasil em temas como saúde, pesquisa, desenvolvimento e tecnologia" e que as partes concordaram em "trabalharem juntas para tratar de barreiras comerciais e destravar investimentos".
O comunicado diz ainda que os líderes "discutiram a situação na Ucrânia e concordaram que a invasão na Rússia foi inaceitável, assim como o assassinato de civis inocentes". A paz está no interesse de ambos, afirmaram os britânicos, e Sunak disse que "enquanto as forças russas permanecerem na Ucrânia, será impossível para o país encontrar paz". A nota brasileira divulgada pelo Palácio do Planalto não faz menção à Ucrânia, após comentários controversos de Lula gerarem mal-estar diplomático para o Brasil.
Dados do Banco Central mostram que o Brasil foi destino para US$ 25,2 bilhões em investimentos britânicos em 2020. Na mão inversa, o Reino Unido recebeu US$ 5,2 bilhões no mesmo período. O fluxo comercial entre os países, o somatório do que um exporta e importa para o outro, chegou a US$ 5,6 bilhões em 2021. O saldo bilateral manteve-se favorável ao Brasil em cerca de US$ 884 milhões. O Reino Unido é o 20° no ranking de destino das exportações brasileiras, mesma posição para as importações.
Por Vivian Oswald, especial para O Globo, e Ana Rosa Alves — Londres e Rio
Os endossos ainda assim são importantes para o petista, que tenta recuperar o terreno de terra arrasada herdado do governo anterior no Ministério do Meio Ambiente e nos organismos de fiscalização. Entre agosto de 2021 e julho de 2022, a Amazônia teve quase 11,6 mil km² desmatados — a piora durante o governo Bolsonaro foi de 59,5% em comparação com os quatro anos anteriores, de acordo com o preciso sistema Prodes do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
O desmate no primeiro trimestre foi o segundo pior da série histórica para o período na região, segundo dos dados do sistema de alertas do Deter, também do Inpe, que começaram a ser contabilizados em 2016. A taxa de abril, divulgada nesta sexta, contudo, registrou uma queda comparativa em relação ao mesmo mês do ano passado, ficando em 288 km², a terceira melhor marca da série histórica.
Os endossos ainda assim são importantes para o petista, que tenta recuperar o terreno de terra arrasada herdado do governo anterior no Ministério do Meio Ambiente e nos organismos de fiscalização. Entre agosto de 2021 e julho de 2022, a Amazônia teve quase 11,6 mil km² desmatados — a piora durante o governo Bolsonaro foi de 59,5% em comparação com os quatro anos anteriores, de acordo com o preciso sistema Prodes do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
O desmate no primeiro trimestre foi o segundo pior da série histórica para o período na região, segundo dos dados do sistema de alertas do Deter, também do Inpe, que começaram a ser contabilizados em 2016. A taxa de abril, divulgada nesta sexta, contudo, registrou uma queda comparativa em relação ao mesmo mês do ano passado, ficando em 288 km², a terceira melhor marca da série histórica.
Os endossos ainda assim são importantes para o petista, que tenta recuperar o terreno de terra arrasada herdado do governo anterior no Ministério do Meio Ambiente e nos organismos de fiscalização. Entre agosto de 2021 e julho de 2022, a Amazônia teve quase 11,6 mil km² desmatados — a piora durante o governo Bolsonaro foi de 59,5% em comparação com os quatro anos anteriores, de acordo com o preciso sistema Prodes do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
O desmate no primeiro trimestre foi o segundo pior da série histórica para o período na região, segundo dos dados do sistema de alertas do Deter, também do Inpe, que começaram a ser contabilizados em 2016. A taxa de abril, divulgada nesta sexta, contudo, registrou uma queda comparativa em relação ao mesmo mês do ano passado, ficando em 288 km², a terceira melhor marca da série histórica.
Cooperação Brasil-Reino Unido
Os britânicos perderam peso na geopolítica internacional ao deixarem a União Europeia (UE), divórcio que se concretizou em 2021. O Reino Unido, ainda assim, continua a ser um importante parceiro comercial para o Brasil, apesar de algumas barreiras.
Na agricultura, concentram-se obstáculos herdados do bloco europeu, ao menos até que os britânicos criem novas regras para substituir as comunitárias, internalizadas no pós-Brexit. O Reino Unido é um dos maiores importadores líquidos de alimentos e bebidas no mundo, e a expectativa brasileira é que, justamente por ser competitivo e sustentável nesta seara, possa ir atrás de novos acordos.
Londres pode se interessar em abrir as portas para o Brasil, frente a um quadro de inflação que custa a ceder, sobretudo no segmento de alimentos: o índice anual bateu 19,1% ao ano em março, quase o dobro do índice geral, que fechou em 10,1%. Em uma nota após o encontro dos chefes de governo, Londres afirmou que vê "grande potencial na relação entre o Reino Unido e o Brasil em temas como saúde, pesquisa, desenvolvimento e tecnologia" e que as partes concordaram em "trabalharem juntas para tratar de barreiras comerciais e destravar investimentos".
O comunicado diz ainda que os líderes "discutiram a situação na Ucrânia e concordaram que a invasão na Rússia foi inaceitável, assim como o assassinato de civis inocentes". A paz está no interesse de ambos, afirmaram os britânicos, e Sunak disse que "enquanto as forças russas permanecerem na Ucrânia, será impossível para o país encontrar paz". A nota brasileira divulgada pelo Palácio do Planalto não faz menção à Ucrânia, após comentários controversos de Lula gerarem mal-estar diplomático para o Brasil.
Dados do Banco Central mostram que o Brasil foi destino para US$ 25,2 bilhões em investimentos britânicos em 2020. Na mão inversa, o Reino Unido recebeu US$ 5,2 bilhões no mesmo período. O fluxo comercial entre os países, o somatório do que um exporta e importa para o outro, chegou a US$ 5,6 bilhões em 2021. O saldo bilateral manteve-se favorável ao Brasil em cerca de US$ 884 milhões. O Reino Unido é o 20° no ranking de destino das exportações brasileiras, mesma posição para as importações.
Por Vivian Oswald, especial para O Globo, e Ana Rosa Alves — Londres e Rio
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