Jair Bolsonaro fala à imprensa em frente à sua casa, em Brasília Reynaldo Turllo Jr. / Foto O GloboO ex-presidente Jair Bolsonaro negou na manhã desta quarta-feira ter adulterado seu cartão de vacinação. Ele foi alvo de uma operação da Polícia Federal que apura suspeita de fraude em dados do Ministério da Saúde.
— Não existe adulteração da minha parte. Não tomei a vacina. Ponto final — afirmou Bolsonaro na porta de sua casa, num condomínio em Brasília. — Em momento nenhum eu falei que tomei a vacina e não tomei.
Segundo ele, sua mulher, Michelle, que também teria dados de vacinação falsificados no sistema, se vacinou em 2021 durante viagem aos Estados Unidos. Sua filha, Laura, cujas informações lançadas também são alvo de suspeitas, não tomou o imunizante.
— Ela (Michelle) tomou a vacina nos EUA, da Janssen. E outra minha filha, que eu respondo por ela, a Laura, de 12 anos, não tomou a vacina também. Tenho laudo médico no tocante a isso. Fico surpreso com a busca e apreensão por esse motivo — afirmou Bolsonaro.
De acordo com os indícios coletados pela PF, a suposta falsificação do certificado de vacinação tinha como objetivo viabilizar a entrada nos Estados Unidos de Bolsonaro, de seus familiares, de assessores, além de parentes desses auxiliares, driblando as exigências da imunização obrigatória.
De acordo com os indícios coletados pela PF, a suposta falsificação do certificado de vacinação tinha como objetivo viabilizar a entrada nos Estados Unidos de Bolsonaro, de seus familiares, de assessores, além de parentes desses auxiliares, driblando as exigências da imunização obrigatória.
"Hoje a PF fez uma busca e apreensão na nossa casa, não sabemos o motivo e nem o nosso advogado não teve acesso aos autos. Apenas o celular do meu marido foi apreendido. Ficamos sabendo, pela imprensa, que o motivoseria "falsificação de cartão de vacina" do meu marido e de nossa filha Laura. Na minha casa, apenas EU fui vacinada", escreveu.
Na operação de hoje, a PF fez busca e apreensão na casa do ex-presidente em um condomínio de Brasília. O seu ex-ajudante de ordens, tenente-coronel Mauro Cid Barbosa foi preso na mesma ação. Também foram detidos: o secretário municipal de Governo de Duque de Caxias (RJ), João Carlos de Sousa Brecha, o policial militar que atuou na segurança presidencial, Max Guilherme, e o militar do Exército e também segurança pessoal de Bolsonaro, Sérgio Cordeiro.
A operação foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Bolsonaro foi intimado para prestar depoimento ainda nesta quarta-feira. Ao deixar sua casa, porém, disse que se dirigia à sede do partido.
Por Reynaldo Turollo Jr. e Alice Cravo, O Globo — Brasília
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