terça-feira, abril 18, 2023

Jogadores recebiam até R$ 100 mil para ‘cavar’ escanteios, cartões, cometer penalidade máxima e garantir derrota da equipe: entenda esquema no Brasileirão

Ministério Público de Goiás cumpre mandados de prisão contra envolvidos em esquema de manipulação de resultados de jogos do Brasileirão Série A Divulgação/MPGO

Jogadores de futebol da Série A do Campeonato Brasileiro são apontados como suspeitos de envolvimento em um esquema de manipulação de resultados de partidas. Para cometerem lances que alterassem o rumo dos jogos, como receber cartões ou "cavar" pênaltis, os atletas recebiam de R$ 50 mil a R$ 100 mil. O Ministério Público de Goiás (MPGO) suspeita que, além do Brasileirão do ano passado, o grupo também tenha atuado em cinco competições estaduais, entre eles o Goianão, Gaúchão, Mato-Grossense e Paulistão.

As investigações apontam que a organização criminosa está "concretamente" envolvida em, pelo menos, cinco disputas da primeira divisão de 2022. Um dos alvos de busca e apreensão é o zagueiro Victor Ramos, da Chapecoense, segundo o ge. A segunda parte da Operação Penalidade Máxima II, deflagrada pelo MPGO nesta terça-feira, cumpre três mandados de prisão preventiva em 16 cidades em seis estados.

Zagueiro Victor Ramos é um dos alvos de operação contra manipulação de resultados — Foto: Reprodução/instagram

Em nota, o clube de Chapecó alegou que "reforça o seu apoio e, principalmente, a confiança na integridade profissional do atleta". No entanto, endossou "posicionamento totalmente contrário a qualquer tipo de situação que envolva a manipulação de resultados de jogos". O time destacou ainda que esta prática é antidesportiva e fere "os valores éticos e morais da modalidade". A Chapecoense disse colaborar com as investigações das autoridades.

No mês de fevereiro, a ação resultou na denúncia de 14 pessoas, entre elas oito jogadores profissionais da Série B. Os alvos desta terça-feira atuavam de maneira semelhante ao que era aplicado em confortos da segunda divisão.

Veja imagens da operação que prendeu envolvidos em manipulação de resultados no Brasileirão Série A




Jogadores profissionais cooptados receberiam valores entre R$ 50 mil a R$ 100 mil

Entenda a atuação do grupo

De acordo com o Ministério Público, os atletas cooptados manipulavam os confrontos de diversas maneiras como, por exemplo, forçar punição a determinado jogador por cartão amarelo ou vermelho, cometer penalidade máxima e assegurar o número de escanteios da partida. Garantir a derrota da equipe também era uma das práticas.

Os indícios mostram que as condutas previamente combinadas tinham o objetivo de gerar grandes lucros aos envolvidos em apostas realizadas em sites de casas esportivas. Para isso, eram utilizadas cadastradas em nome de terceiros para aumentar os rendimentos.

Por Rayane Rocha — Rio de Janeiro
O Globo



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