O Banco do Nordeste (BNB) pretende financiar cerca R$ 14 bilhões em toda área de atuação da instituição ao longo de 2023. Ao todo, R$ 9,2 bilhões serão destinados ao agronegócio; o restante para a agricultura familiar. Para Pernambuco, o objetivo é contratar R$ 1,2 bilhão em atividades agrícolas e pecuárias, sendo R$ 546 milhões para a agricultura familiar.
Segundo a assessoria de comunicação do BNB, não há uma divisão por atividade (pecuária, agricultura, agroindústria....). "O recurso é disponível para o agronegócio como um todo". A assessoria ainda informou que as metas são colocadas pelo banco como referência. "Se houver projetos suficientes cujos valores ultrapassam R$ 1,2 bilhão, em 2023, o banco pode realocar recursos de outras linhas, se houver disponibilidade", explicou em nota.
O Banco do Nordeste, atualmente, responde por cerca de 70% de todos os valores contratados no estado pernambucano. Ou seja, de cada R$ 100 que os produtores rurais captam de crédito, R$ 70 são oriundos do BNB.
Conforme Luiz Sérgio Farias Machado, superintendente de Agronegócio e Microfinança Rural do BNB, o Banco do Nordeste é o principal agente financeiro do agronegócio em sua área de atuação, respondendo por 51,6% do crédito rural. “No ano de 2022, foram contratados mais de R$ 14 bilhões em crédito rural, com fonte FNE (Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste), em mais de 626 mil operações com clientes todos os portes, inclusive agricultores familiares, o que representa um acréscimo de 43% em relação ao ano anterior”, afirmou. A área de atuação do banco compreende estados nordestinos e parte de Minas Gerais e Espírito Santo.
Nordeste
Na Região Nordeste, de acordo com o BNB, os produtores de grãos esperam colher, na safra 2023, mais de 25,8 milhões de toneladas, o que representa crescimento de 8,6% em relação à safra anterior. Os grãos que puxam o crescimento são soja e milho. As informações compõem a análise do cenário macroeconômico realizado pelo Escritório Técnico de Estudos Econômicos do Nordeste (Etene) do banco com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
“O aumento na expectativa da safra de 2023 é explicado não só pela expansão da área plantada, como também pela melhoria da produtividade, a exemplo do que ocorre nas principais culturas como soja, milho e feijão”, explicou a pesquisadora do Etene Hellen Saraiva Leão. Segundo ela, para acompanhar o momento no mercado, o produtor precisa investir em adaptação de técnicas e melhoria de produtividade.
Brasil
Para a Safra 2023, a estimativa da produção nacional de grãos, cereais, leguminosas e oleaginosas deverá alcançar 301,9 milhões de toneladas, alta de 14,7% em relação a 2022, que computou 263,2 milhões de toneladas. Com expectativas de recordes nas produções de soja (147,5 milhões de toneladas) e milho (122,5 milhões de toneladas), participação de 48,9% e 40,6% da produção de grãos do país, nesta ordem.
Entre as grandes regiões, a distribuição da produção de grãos deverá se concentrar, no Centro-Oeste (141,8 milhões de toneladas; 46,9%) e no Sul (91,0 milhões de toneladas; 30,1%), seguidos por Sudeste (28,1 milhões de toneladas; 9,3%); Nordeste (25,8 milhões de toneladas; 8,6%) e Norte (15,0 milhões de toneladas; 4,9%).
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