A governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB), foi vaiada diversas vezes durante a agenda oficial do presidente Lula (PT) em Pernambuco, no relançamento do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA). Em seu discurso, ao final da cerimônia, o presidente deu uma "bronca" nos manifestantes e disse que é preciso aprender a conviver e dialogar com adversários políticos.
"Tudo o que era anunciado era pequeno diante da necessidade de vaiar a governadora. Que pena. E não pode ser assim. Quando a gente convidar alguém para vir na casa da gente, e esse dono da casa sou eu, pode me vaiar à vontade; mas, por favor, respeitem os meus convidados", disse o presidente.
A solenidade aconteceu nesta quarta-feira (22), no Ginásio de Esportes Geraldo Magalhães (Geraldão), no bairro da Imbiribeira, na Zona Sul do Recife.
Na cerimônia, Raquel Lyra foi vaiada até mesmo quando era citada por outras autoridades. A governadora foi uma das últimas a discursar e falou por cinco minutos, com o presidente Lula de pé ao lado dela.
Durante todo o discurso, o público se manifestou contra a gestora. Algumas pessoas viraram de costas enquanto Raquel se pronunciava.
No final de seu pronunciamento, a governadora segurou na mão de Lula e disse: “Presidente Lula, eu quero dizer ao senhor que eu trabalharei mesmo para aqueles que agora manifestam a expressão de sua vontade, de seu desejo, e que estão de costas. Eu vou trabalhar por vocês e para vocês”.
Em meio às vaias, a governadora começou o discurso falando sobre a democracia e depois se dirigiu às mulheres. “Viva a democracia, viva Fernando Lyra, viva Eduardo Campos, viva Miguel Arraes, viva tanta gente que veio antes de nós para garantir que momentos como esse pudessem acontecer nesse dia de hoje”, disse.
Lula, por sua vez, discursou depois de assinar os decretos com os programas lançados e defendeu Raquel Lyra, dando um 'puxão de orelha' nos manifestantes. A partir desse momento, também foram ouvidas vaias no discurso do presidente.
"Se tem uma coisa que eu aprendi na vida foi conviver e aprender a compreender as angústias das pessoas. Eu acho que quando vocês estavam vaiando a governadora, vocês estavam me vaiando. Porque ela não está aqui porque ela quer estar aqui. Ela está aqui porque ela foi convidada por nós", disse.
Ele disse também que Raquel Lyra é adversária política, e não inimiga.
"Nós precisamos compreender e conviver até com adversários. O que a gente não pode é aprender a conviver com inimigo. Ou seja, um adversário eu debato com ele, eu sento com ele, eu faço muitas coisas com ele. Com inimigo eu não faço. E a diferença que eu quero fazer aqui e e agora, para ficar muito claro, é que a governadora pode ser nossa adversária política, mas ela é governadora do estado, ela foi eleita e eu vou respeitá-la como governadora do estado", afirmou Lula.
Durante o segundo turno das eleições, quando disputou o governo de Pernambuco com Marília Arraes (Solidariedade), Raquel Lyra manteve discurso de neutralidade e não apoiou nenhum dos candidatos à presidência da República, sendo cobrada pela adversária por ter recebido apoio de diversos aliados do então candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL).
Raquel foi eleita governadora de Pernambuco numa eleição que tinha entre os candidatos dois aliados do presidente Lula: Danilo Cabral (PSB) - que tinha o apoio oficial do PT no primeiro turno, e Marília Arraes (Solidariedade) - aliada histórica do presidente, que perdeu as eleições no segundo turno para a atual governadora.
Piso da enfermagem
Enfermeiros protestam pelo piso salarial da categoria em evento com o presidente Lula — Foto: Pedro Alves/g1
Além das vaias à governadora Raquel Lyra (PSDB), o evento teve também protesto dos profissionais de enfermagem presentes, que em várias ocasiões gritaram em coro frases exigindo o pagamento do piso salarial da categoria, como “Pague o piso”, “Enfermagem acordou”, “Se não paga, para”.
Em resposta aos manifestantes, o presidente Lula pediu paciência para que a categoria aguarde a decisão do STF sobre a ação impetrada pela Confederação Nacional de Saúde, Hospitais e Estabelecimentos de Serviços (CNSaúde) – que alega que a medida causaria desequilíbrio nas contas das unidades de saúde privadas e para estados e municípios.
“O presidente da República não pode atropelar a decisão, quem fazia isso era o ‘boco roto’ do Bolsonaro, que ficava xingando a suprema corte todo dia. Eu quero respeitar a decisão. (...). Quero dizer pra vocês é que, primeiro, a rede hospitalar privada pode pagar. Quem tem dificuldade de pagar são as santas casas. Mas para as santas casas desse país não se atrapalharem para pagar o piso, a gente vai tomar a decisão de fazer um subsídio para financiar o pagamento, ou uma parte do pagamento das santas casas”, disse Lula.
Ele acrescentou que ministro da Casa Civil, Rui Costa, foi nesta quarta (22) conversar com o ministro Roberto Barroso sobre o assunto.
“A única decisão que eu não posso é tomar uma decisão com o processo na Suprema Corte. Então hoje, o nosso ministro da Casa Civil foi ao gabinete do ministro Barroso tentar conversar com ele para ver se ele tomava logo a decisão para liberar o governo de tomar a decisão.
Os profissionais de enfermagem da Região Metropolitana do Recife estão em greve desde o dia 10 de março, exigindo o pagamento do piso salarial da categoria.
Enfermeiros: R$ 4.750;
Técnicos de enfermagem: R$ 3.325 (70% do piso dos enfermeiros);
Auxiliares de enfermagem: R$ 2.375 (50% do piso dos enfermeiros);
Parteiras: R$ 2.375 (50% do piso dos enfermeiros).
Por Juliana Cavalcanti e Pedro Alves, g1 PE
Além das vaias à governadora Raquel Lyra (PSDB), o evento teve também protesto dos profissionais de enfermagem presentes, que em várias ocasiões gritaram em coro frases exigindo o pagamento do piso salarial da categoria, como “Pague o piso”, “Enfermagem acordou”, “Se não paga, para”.
Em resposta aos manifestantes, o presidente Lula pediu paciência para que a categoria aguarde a decisão do STF sobre a ação impetrada pela Confederação Nacional de Saúde, Hospitais e Estabelecimentos de Serviços (CNSaúde) – que alega que a medida causaria desequilíbrio nas contas das unidades de saúde privadas e para estados e municípios.
“O presidente da República não pode atropelar a decisão, quem fazia isso era o ‘boco roto’ do Bolsonaro, que ficava xingando a suprema corte todo dia. Eu quero respeitar a decisão. (...). Quero dizer pra vocês é que, primeiro, a rede hospitalar privada pode pagar. Quem tem dificuldade de pagar são as santas casas. Mas para as santas casas desse país não se atrapalharem para pagar o piso, a gente vai tomar a decisão de fazer um subsídio para financiar o pagamento, ou uma parte do pagamento das santas casas”, disse Lula.
Ele acrescentou que ministro da Casa Civil, Rui Costa, foi nesta quarta (22) conversar com o ministro Roberto Barroso sobre o assunto.
“A única decisão que eu não posso é tomar uma decisão com o processo na Suprema Corte. Então hoje, o nosso ministro da Casa Civil foi ao gabinete do ministro Barroso tentar conversar com ele para ver se ele tomava logo a decisão para liberar o governo de tomar a decisão.
Os profissionais de enfermagem da Região Metropolitana do Recife estão em greve desde o dia 10 de março, exigindo o pagamento do piso salarial da categoria.
Enfermeiros: R$ 4.750;
Técnicos de enfermagem: R$ 3.325 (70% do piso dos enfermeiros);
Auxiliares de enfermagem: R$ 2.375 (50% do piso dos enfermeiros);
Parteiras: R$ 2.375 (50% do piso dos enfermeiros).
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