quarta-feira, março 29, 2023

Juiz da Lava Jato pede que PF investigue de forma 'urgente' possível extorsão de Moro e Dallagnol contra Tacla Duran

Rodrigo Tacla Duran prestou depoimento na segunda (27) à Justiça Federal — Foto: Reprodução

O juiz Eduardo Appio, da 13ª Vara Federal de Curitiba e responsável pelos processos da Lava Jato, encaminhou ofício para que a Polícia Federal do Paraná instaure "urgente" um inquérito para apurar a suposta extorsão praticada contra o advogado Rodrigo Tacla Duran, que citou o senador Sergio Moro (União Brasil) e o deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos) no caso.

Durante audiência nesta segunda-feira (27) na Justiça Federal em processo que é réu por lavagem de dinheiro para a Odebrecht, Tacla Duran envolveu os parlamentares na possível extorsão.

Moro e Dallagnol rebateram a denúncia. O senador disse que "não teme qualquer investigação" e afirmou que Tacla Duran fez "falsas acusações". O deputado afirmou, pelo Twitter, que o caso "é uma história falsa".

Este foi o primeiro depoimento de Tacla Duran à Justiça brasileira em sete anos. Ele chegou a ser preso em 2016 em Madri, quando foi alvo de uma das fases da Lava Jato. Na época, recorreu à Justiça espanhola para permanecer no país.
Por conta da prerrogativa de foro, Appio repassou a acusação para o Supremo Tribunal Federal (STF).

No ofício endereçado ao superintendente regional da PF no Paraná, Rivaldo Venâncio, Appio diz:

"Encaminho cópia da referida audiência (notícia crime) para fins de instauração urgente de inquérito policial visando a apuração da prática, em tese, de crime de extorsão (alegadamente agentes políticos federais)".

Em resposta incluída no processo perto das 18h, Venâncio sugere que o magistrado repasse o caso "para análise de eventual acompanhamento ao STF".

Proteção de testemunhas

O juiz, no mesmo ofício, cita o encaminhamento do pedido ao ministro da Justiça, Flávio Dino, da inclusão de Tacla Duran no programa federal de testemunhas.


Conforme Appio, "a urgência da medida se dá em face de potencial risco de vida da testemunha a ser protegida, ante grande poderio econômico e político dos denunciados por Rodrigo Tacla Duran".

Por Rafael Machado, g1 PR

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