O ministro Alexandre de Moraes Imagem: Alejandro Zambrana/TSE
O ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, confirmou nesta sexta-feira que foi procurado pelo senador Marcos do Val para falar sobre um suposto golpe que estava sendo planejado contra ele. Mas qualificou a ofensiva de "Operação Tabajara", "ridícula" e ironizou a "ideia genial" de o grampear.
Essa foi a primeira vez que o ministro falou depois das denúncias apresentadas pelo senador Marcos do Val sobre um suposto plano de golpe. Moraes participou, por videoconferência, de uma conferência realizada pelo Lide, em Lisboa.
"A ideal genial era colocar escuta no senador para que o senador que pudesse gravar", disse Moraes, ironizando o plano. "A partir disso, poderiam solicitar a minha retirada da presidência dos inquéritos", disse.
Moraes então perguntou se o senador estava disposto a colocar essas informações no papel e que tomaria um depoimento. Mas o ministro indicou que aquilo seria "uma questão de inteligência" e que não poderia confirmar..
Durante o evento, o ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes também reagiu às denúncias feitas pelo senador Marcos do Val (Podemos-ES), que ligou o ex-presidente Jair Bolsonaro mais uma vez a uma ideia de um golpe..
O senador Marcos do Val, em coletiva de imprensa na quinta-feira, detalhou um plano supostamente articulado pelo ex-deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ) para grampear o ministro Alexandre de Moraes. A meta seria constrangê-lo e, eventualmente, promover um golpe..
Do Val detalhou ainda uma reunião com o Jair Bolsonaro. O senador contou como ocorreu o encontro entre ele, o ex-presidente e Daniel Silveira. "Na hora eu disse o seguinte: 'não vou dar a resposta agora, vou pensar sobre isso', porque eu já estava pensando que eu precisava reportar isso pro ministro [Alexandre de Moraes]", narrou o senador. "Ele [Bolsonaro] falou 'tá bom, nós aguardamos'. Só isso", relatou Do Val..
Questionado se a resposta de Bolsonaro não indicaria que ele endossou o plano de golpe, Do Val disse que isso teria que ser perguntado ao próprio ex-presidente.
Jamil Chade*
Colunista do UOL, em Lisboa
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