Torres foi preso na condição de secretário de segurança do DF por determinação do ministro do STF Alexandre de Moraes. A detenção se deu em razão dos atos de terror praticados por bolsonaristas contra as sedes dos três poderes, em Brasília, em 8 de janeiro.
As declarações estão registradas em ata da audiência de custódia à qual Torres foi submetido depois de ser preso pela Polícia Federal (PF), em 14 de janeiro.
"O Ministério de Justiça e Segurança Pública foi o primeiro ministério a entregar os relatórios da transição. Eu jamais questionei resultado de eleição, não tem uma manifestação minha nesse sentido, eu fui o primeiro ministro a entregar os relatórios", afirmou.
Em cumprimento a mandados de busca e apreensão na casa de Torres, a PF encontrou uma minuta com teor golpista, que visava instaurar estado de defesa no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O objetivo era mudar o resultado das eleições de 2022.
'Um tiro de canhão no peito'
O ex-secretário de Segurança Pública do DF disse que recebeu a notícia de que seria preso como "um tiro de canhão no peito" e afirmou não ter relação com as depredações.
"Isso foi um tiro de canhão no meu peito, no segundo dia de férias, acontece esse crime horrendo em Brasília e esse atentado contra o país e eu fui responsabilizado por isso. Eu jamais daria condições de isso ocorrer, eu sou profissional, sou técnico e jamais faria isso."
Torres estava em viagem aos EUA quando os atentados ocorreram. Ele assinou um plano estratégico para garantir a segurança na Esplanada antes de viajar, mas as instruções falharam.
Segundo o então secretário-executivo da pasta, Fernando de Souza Oliveira, a Polícia Militar do Distrito Federal errou na execução do plano.
"Do jeito que saí, o que deixei assinado, eu deixei tranquilo, porque nem se caísse uma bomba em Brasília teria ocorrido o que ocorreu", disse Torres
O ex-ministro também afirmou ter atuado em nome do equilíbrio e citou visitas a ministros do STF.
"Fora daqui, se a gente tiver oportunidade... vários ministros do Supremo Tribunal Federal são testemunhas de que eu fui na casa de vários deles para buscar o equilíbrio. Eu não estou mentindo, eu não sou maluco."
"Até 15 dias atrás, eu era ministro da Justiça, hoje estou preso. Foi um suplício chegar no Brasil sem problemas, escondido, escondendo a cabeça, foi um negócio horroroso, que nem em pesadelo", apontou Torres.
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'Guerra ideológica'
O ex-ministro de Bolsonaro ainda exaltou a redução do número de homicídios e o aumento da apreensão de drogas durante sua gestão na pasta da Justiça no governo Bolsonaro. Torres disse ter perfil técnico e equilibrado.
"Essa guerra que se criou no país, essa confusão entre os Poderes, essa guerra ideológica, eu não pertenço a isso, eu sou um cidadão equilibrado e essa conta eu não devo."
g1 e TV Globo
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