Foto: Ricardo Stuckert
O pernambucano Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi eleito, neste domingo (30/10), para presidir o Brasil pela terceira vez, 12 anos após deixar o cargo. Embora o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ainda não tenha concluído a apuração dos votos, o petista já garantiu a vitória no segundo turno, contra o candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL).
O resultado impõe uma derrota histórica para Bolsonaro, primeiro presidente brasileiro que não consegue renovar o mandato nas urnas desde o instituto da reeleição, em 1998. Já Lula será o segundo mandatário que comandou o país por mais tempo, atrás apenas de Getúlio Vargas. No caso do petista, todo o período no poder foi conquistado de forma democrática, por eleições diretas.
Lula chegou a sonhar com uma inédita vitória em primeiro turno, mas faltaram votos para esse objetivo: o petista passou para a rodada final com 48,4% dos votos, contra 43,2% de Bolsonaro.
O candidato à reeleição passou a campanha de segundo turno na tentativa de superar essa diferença, que superava 6 milhões de votos. Bolsonaro chegou a largar forte, encurtando a distância nas pesquisas, mas perdeu fôlego na reta final, sobretudo devido aos próprios erros. Exemplo disso é a declaração do mandatário sobre o episódio em que “pintou um clima” com adolescentes venezuelanas, que Bolsonaro teve dificuldades para explicar.
Já Lula se beneficiou de uma ampla rede de apoios na reta final. Como atuais aliados, constam adversários políticos históricos, a exemplo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e Simone Tebet (MDB), que ficou em terceiro lugar no primeiro turno, com 4,2% de votos, e participou ativamente da campanha do petista na segunda fase da disputa.
Para vencer a disputa, a campanha de Lula vendeu seu nome como vacina contra uma suposta ameaça à democracia: a permanência no poder do presidente Bolsonaro. O mandatário, por sua vez, “ajudou” na tática petista, ao questionar, durante todo o seu mandato, a confiabilidade do sistema eleitoral brasileiro, mesmo sem apresentar provas. A última pedrada bolsonarista contra o pleito foi cogitar um adiamento do segundo turno devido à denúncia de que rádios teriam boicotado a campanha do presidente, que segue no cargo até o fim de dezembro.