O presidente Jair Bolsonaro (PL) desembarcou nesta sexta-feira (15) em Juiz de Fora (MG). Essa é a primeira vez que o chefe do Executivo visita o local após a facada na pré-campanha eleitoral em 2018. Em discurso no culto da 43ª Convenção Estadual das Assembleias de Deus (CONAMAD), evento evangélico, Bolsonaro relembrou o caso.
"Depois de quase 4 anos eu retorno a Juiz de Fora. Em cada 100 médicos que me viram naquele estado ou melhor, a maioria dos médicos que me viram naquele estado disse que a cada 100 pessoas que levam uma facada daquela, apenas uma tinha a chance de sobreviver. Alguns acham que é sorte. Eu acho que é outra coisa: é a mão de Deus. Ou melhor, eu tenho a certeza", disse sendo ovacionado pela plateia.
“Todos nós temos um ponto final. Não sou pregador, sou militar, mas acho que certas coisas só Deus explica. A minha vida está recheada dessas coisas: sobrevivência, a decisão sozinho de vir candidato a presidente em novembro de 2014”.
Bolsonaro então se referiu aos meses que antecederam as eleições de 2018, relatou “lembrar de todos os passos” do dia 6 de setembro em Juiz de Fora e disse que tinha que “cumprir uma missão”.
“Eu lembro todos os passos daquele dia. Cheguei, fui almoçar, depois quando cheguei na praça, tinha umas 30 mil pessoas ou mais. Procurei meu colete, não achei. Eu tinha que cumprir uma missão como sempre vinha fazendo ao longo de 3 anos e meio, já que eu comecei a andar pelo Brasil em novembro de 2014. E aconteceu. Eu só me lembro que quando levei o baque na barriga e caí, eu queria continuar. Eu falava com o pessoal da segurança, alguém me deu um soco. Vamos em frente. Uma bolada na boca do estômago”.
“Levantaram a minha camisa, viram que tinha um buraco e quem é médico sabe disso, nessa região [estômago] o sangramento é para dentro, não é para fora. Me jogaram no carro, entrei na Santa Casa e só me lembro que alguém falou: ‘Vamos operá-lo’. Depois disso, acordei no dia seguinte entrando no avião do QI aqui em Juiz de Fora. Tinha na frente uma pessoa que eu não sabia quem era. Depois fiquei sabendo que era o médico, o Dr. Macedo. Dormi de novo, acordei em São Paulo entrando num helicóptero da Polícia Militar e fui para o hospital Albert Einstein”, emendou.