Um hotel no Setor Hoteleiro Norte, em Brasília, foi evacuado, na tarde desta terça-feira (27/12), após uma denúncia de suspeita de bomba na região. Policiais militares do Batalhão de Operações Especiais (Bope) estão no local para averiguar a denúncia, É o quarto chamado semelhante em menos de quatro dias — e em dois casos foi confirmado se tratar de um artefato explosivo. A operação ocorre a cerca de dois quilômetros do hotel onde o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está hospedado.
Segundo informações preliminares da Polícia Militar (PMDF), uma mochila azul foi encontrada próximo ao sistema de gás do Lets Idea Brasília Hotel. Um homem teria deixado a mochila no jardim do hotel e saído do local, segundo uma funcionária. Os policiais isolaram a área. Até o momento, não há informações sobre os objetos que estão na mochila. A operação conta com o apoio do Corpo de Bombeiros.
"Está sendo feito o primeiro procedimento, em que um robô vai até o objeto suspeito e passa um raio-X para identificar o que há dentro da mochila. Em outro ponto, um policial militar acompanha as imagens pela câmera. Tendo algo suspeito, é feito outro procedimento. Se for artefato, é retirado e levado para um local seguro para detonação", afirmou o major Michello Bueno, porta-voz da PMDF.
O futuro ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, estava na sede da Transição, no Centro Cultura Banco do Brasil (CCBB), quando recebeu a informação da operação. “Estamos vendo uma tentativa, infelizmente, de trazer o terrorismo político para o Brasil, e não vamos aceitar. As investigações estão em andamento, pessoas foram presas, mais pessoas serão presas. Em relação a essa ocorrência, há equipes lá fazendo apuração e assim que houver o esclarecimento técnico, essas informações serão repassadas com total transparência”, disse em entrevista exibida no canal CNN.
Quarto caso em menos de uma semana
A suspeita de bomba aumenta um clima de terror que invade a capital federal na última semana. É a quarta suspeita de bomba em menos de quatro dias. PCDF investiga se há conexão entre as bombas encontradas no fim de semana.
No domingo (25/12), as equipes detonaram um artefato de 40kg em uma área de mata do Gama. A bomba estava junto de dois coletes balísticos. Os policiais do Bope foram acionados por volta das 15h30 de domingo. Todo o processo de identificação, contenção e destruição da bomba levou mais de sete horas.
No dia anterior, o sábado (24/12), uma bomba foi encontrada no eixo de um caminhão-tanque, abastecido com 63 mil litros de querosene de aviação, na Estrada Parque Aeroporto (Epar), em frente à Concessionária V1. Horas depois, o empresário George Washington de Oliveira Sousa, 54 anos, foi preso pelo atentado.
Em depoimento, o empresário afirmou ser um apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL), e que o objetivo do atentado era criar um clima de caos para instaurar um "estado de sítio". George Washington de Oliveira Sousa mora no Pará, mas veio para Brasília em novembro, para participar do acampamento bolsonarista em frente ao Quartel General do Exército de Brasília, no Setor Militar Urbano. Envolvidos em atentado estiveram no Senado com parlamentares bolsonaristas.
O artefato próximo ao aeroporto seria explodido por meio de um dispositivo remoto. A perícia da PCDF identificou que houve tentativa de detonar a bomba. "Graças a Deus, conseguimos interceptar. Não conseguiram explodir, mas a perícia nos relata que eles tentaram", frisou o diretor-geral da corporação, Robson Cândido. Peritos avaliam que a quantidade de explosivos seria capaz de romper o compartimento do tanque, mas ainda não há confirmações concretas.
Por: Correio Braziliense
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