A biografia do petrolandense João Pernambuco ainda não foi devidamente contada, pois precisa ser redimensionada. João Teixeira Guimarães, o João Pernambuco, é um dos maiores artistas brasileiros da primeira metade do século 20. É o primeiro grande compositor de choro para violão solo do Brasil e influenciou grandes nomes como Villa-Lobos. João é também um dos pais da canção sertaneja, tendo liderado diversos movimentos musicais em Pernambuco, Rio de Janeiro e São Paulo. Um deles é o Grupo Caxangá, que reunia diversos músicos, que se apresentavam de sandálias e chapéus de couro, tocando e cantando emboladas, cocos, sambas e choros. Pixinguinha e Donga integravam este grupo, que depois foi reduzido a oito instrumentistas e passou a se chamar Os Oito Batutas.
Biografia
Filho de Teresa Vieira e do português Manuel Teixeira Guimarães, com o falecimento do pai em 1891 a mãe casou-se novamente, transferindo-se com a família para o Recife. Começou a tocar viola na infância, por influência dos cantadores e violeiros locais.
Aprendeu a tocar violão com cantadores sertanejos como Bem-te-vi, Mandapolão, Manuel Cabeceira, o cego Sinfrônio, Fabião das Queimadas e Cirino Guajurema.
Em 1902, mudou-se para o Rio de Janeiro, passando a residir com sua irmã e empregando-se numa fundição. Seis anos depois passou a trabalhar como servente na prefeitura do Rio, mudando-se para uma pensão no centro da cidade. No Rio travou contato com violonistas populares, ao mesmo tempo em que trabalhava como ferreiro, em jornadas de até dezesseis horas diárias. Para os seus amigos e admiradores, em número sempre crescente, contava e cantava coisas de sua terra, daí o apelido de João Pernambuco.
Já em 1908, era considerado um dos bambas do Choro, ao lado de nomes como Quincas Laranjeiras, Ernani Figueiredo, Zé do Cavaquinho e Satyro Bilhar.
Compunha músicas de inspiração nordestina, baseadas em cantigas folclóricas. É o caso do hino Luar do Sertão, composto em 1911, seu maior sucesso, não creditado pelo parceiro letrista Catulo da Paixão Cearense, que ficou como o único autor. Pixinguinha certificou em sua entrevista no Museu da Imagem e do Som que ele ouviu João Pernambuco tocá-la antes de Catulo colocar a letra. João e Catulo apresentavam-se juntos em reuniões da classe alta carioca.
Paralelamente ao Choro, desenvolvia seu trabalho nas canções regionais através de composições suas e de violeiros e cantadores nordestinos. João Pernambuco também cantava e cantava bem. Nas cordas, além do violão, que manejava com maestria e no qual desenvolveu uma técnica peculiar, era hábil na viola. Compôs mais de cem músicas entre choros, valsas, jongos, maxixes, emboladas, toadas, cocos, prelúdios e estudos.
Em 1916, montou a Troupe Sertaneja, com que se apresentou em São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre.
Participou dos Turunas Pernambucanos e dos Oito Batutas, entre 1919 e 1922, ao lado de Pixinguinha, que mais tarde alcançaria fama ao excursionar pela Europa.
Amigos desde 1912, Donga, Pixinguinha (este com quatorze anos) e João moravam numa república na rua do Riachuelo 268. Era de lá que saia nos carnavais o Grupo Caxangá e foi também nesta época que produziram Sabia, Os Três Companheiros e Estou Voltando. Estiveram juntos de 1914 até 1919 no Caxangá e de 1919 até 1922 nos Oito Batutas, que nesta fase era um conjunto predominantemente sertanejo.
De 1928 até 1935, João Pernambuco morou no casarão da Av. Mem de Sá, 81, onde funcionava uma república que abrigava, em sua maioria, músicos e jogadores de futebol. Lá João organizava animadas e concorridas rodas de choro que contavam com a participação de Donga, Pixinguinha, Patrício Teixeira, Rogério Guimarães e, ocasionalmente, Villa-Lobos. Foi também neste lugar que João conheceu, por intermédio de seu amigo Levino, um então jovem e promissor violonista chamado Dilermando Reis.
A santíssima trindade dos precursores do violão brasileiro é constituída por Quincas Laranjeiras, João Pernambuco e Levino Albano da Conceição e a obra violonística de João era de tal densidade e profundidade que a ela assim Villa-Lobos se manifestou:
Filho de Teresa Vieira e do português Manuel Teixeira Guimarães, com o falecimento do pai em 1891 a mãe casou-se novamente, transferindo-se com a família para o Recife. Começou a tocar viola na infância, por influência dos cantadores e violeiros locais.
Aprendeu a tocar violão com cantadores sertanejos como Bem-te-vi, Mandapolão, Manuel Cabeceira, o cego Sinfrônio, Fabião das Queimadas e Cirino Guajurema.
Em 1902, mudou-se para o Rio de Janeiro, passando a residir com sua irmã e empregando-se numa fundição. Seis anos depois passou a trabalhar como servente na prefeitura do Rio, mudando-se para uma pensão no centro da cidade. No Rio travou contato com violonistas populares, ao mesmo tempo em que trabalhava como ferreiro, em jornadas de até dezesseis horas diárias. Para os seus amigos e admiradores, em número sempre crescente, contava e cantava coisas de sua terra, daí o apelido de João Pernambuco.
Já em 1908, era considerado um dos bambas do Choro, ao lado de nomes como Quincas Laranjeiras, Ernani Figueiredo, Zé do Cavaquinho e Satyro Bilhar.
Compunha músicas de inspiração nordestina, baseadas em cantigas folclóricas. É o caso do hino Luar do Sertão, composto em 1911, seu maior sucesso, não creditado pelo parceiro letrista Catulo da Paixão Cearense, que ficou como o único autor. Pixinguinha certificou em sua entrevista no Museu da Imagem e do Som que ele ouviu João Pernambuco tocá-la antes de Catulo colocar a letra. João e Catulo apresentavam-se juntos em reuniões da classe alta carioca.
Paralelamente ao Choro, desenvolvia seu trabalho nas canções regionais através de composições suas e de violeiros e cantadores nordestinos. João Pernambuco também cantava e cantava bem. Nas cordas, além do violão, que manejava com maestria e no qual desenvolveu uma técnica peculiar, era hábil na viola. Compôs mais de cem músicas entre choros, valsas, jongos, maxixes, emboladas, toadas, cocos, prelúdios e estudos.
Em 1916, montou a Troupe Sertaneja, com que se apresentou em São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre.
Participou dos Turunas Pernambucanos e dos Oito Batutas, entre 1919 e 1922, ao lado de Pixinguinha, que mais tarde alcançaria fama ao excursionar pela Europa.
Amigos desde 1912, Donga, Pixinguinha (este com quatorze anos) e João moravam numa república na rua do Riachuelo 268. Era de lá que saia nos carnavais o Grupo Caxangá e foi também nesta época que produziram Sabia, Os Três Companheiros e Estou Voltando. Estiveram juntos de 1914 até 1919 no Caxangá e de 1919 até 1922 nos Oito Batutas, que nesta fase era um conjunto predominantemente sertanejo.
De 1928 até 1935, João Pernambuco morou no casarão da Av. Mem de Sá, 81, onde funcionava uma república que abrigava, em sua maioria, músicos e jogadores de futebol. Lá João organizava animadas e concorridas rodas de choro que contavam com a participação de Donga, Pixinguinha, Patrício Teixeira, Rogério Guimarães e, ocasionalmente, Villa-Lobos. Foi também neste lugar que João conheceu, por intermédio de seu amigo Levino, um então jovem e promissor violonista chamado Dilermando Reis.
A santíssima trindade dos precursores do violão brasileiro é constituída por Quincas Laranjeiras, João Pernambuco e Levino Albano da Conceição e a obra violonística de João era de tal densidade e profundidade que a ela assim Villa-Lobos se manifestou:
"…Bach não se envergonharia em assinar os estudos de João Pernambuco como sendo seus…".
O renomado musicólogo Mozart de Araújo não fez por menos:
"João Pernambuco está para o violão assim como Ernesto Nazareth está para o Piano".
O exímio violonista Maurício Carrilho certa vez escreveu o seguinte sobre João Pernambuco e sua música:
"Dificilmente se encontra um violonista brasileiro, seja ele músico erudito ou popular, que não tenha em seu repertório alguma música do João."
Junto com a música de Heitor Villa-Lobos, a obra de João Pernambuco tornou-se "a mais legítima expressão do jeito brasileiro de tocar o violão", acrescentou Maurício.
Blog de Assis Ramalho
O renomado musicólogo Mozart de Araújo não fez por menos:
"João Pernambuco está para o violão assim como Ernesto Nazareth está para o Piano".
O exímio violonista Maurício Carrilho certa vez escreveu o seguinte sobre João Pernambuco e sua música:
"Dificilmente se encontra um violonista brasileiro, seja ele músico erudito ou popular, que não tenha em seu repertório alguma música do João."
Junto com a música de Heitor Villa-Lobos, a obra de João Pernambuco tornou-se "a mais legítima expressão do jeito brasileiro de tocar o violão", acrescentou Maurício.
Principais sucessos
- Cabocla di Caxangá (com Catulo da P. Cearense)
- Dengoso
- Estou voltando (com Pixinguinha e Donga)
- Estrada do sertão (com Hermínio Bello de Carvalho)
- Graúna
- Interrogando
- Luar do sertão (com Catulo da Paixão Cearense)
- Rosa carioca
- Sons de carrilhões
- Valsa em lá[5]
Discografia
- Mimoso (1926) Odeon 78
- Lágrimas (1926) Odeon 78
- Magoado (Com Nelson Alves) (1926) Odeon 78
- Sons de carrilhão (Com Nelson Alves) (1926) Odeon 78
- Pó de mico/Suspiro apaixonado (1930) Columbia 78
- Sonho de magia/Magoado (1930) Columbia 78
- Rosa carioca/Rebuliço (1930) Columbia 78
- Interrogando/Recordando (1930) Columbia 78
- Sentindo/Dengoso (1930) Columbia 78[6]
Que maravilha conhecer a biografia ,de João Pernambucano contada por RAMALHO.
ResponderExcluirAcredito que todo pernambucano , os nordestinos e os que têm sensibilidade se emocionam ao ouvir a melodia LUAR DO SERTÃO.
Maravilhoso João Pernambucano.
ResponderExcluirVou procurar outras composições dele. Luar do sertão é muito conhecido e admirado.
Assim são os nordestinos. Pessoas de muito talento.