As investigações mostraram que Condori invadiu o imóvel para roubar o celular da vítima. Ele matou a brasileira para que ela não o entregasse aos policiais. De acordo com a agência de notícias argentina "Télam", o boliviano foi condenado pelo crime de homicídio em concorrência com o crime de furto.
A mãe de Luana, Rosemary Carneiro de Freitas, esteve presente em todas as audiências do julgamento. afirmou que "sempre lutou pela Justiça" e a condenação "representa a persistência dessa luta".
— Em vida, Luana sempre lutou pela justiça e pelos direitos das mulheres. A condenação de seu assassino, para nós, representa a persistência dessa luta — disse Rosemary, à "Télam".
— Embora nada possa trazer nossa Luana de volta, saber que seu algoz não sairá às ruas para ferir outras mulheres, e que a Justiça foi feita em sua memória, nos traz alívio. Agradecemos ao Ministério Público e aos peritos criminais por sua incansável trabalham na busca de respostas e justiça — acrescentou Rosemary.
A sentença foi proferida pelos desembargadores Luis Oscar Márquez, Darío Martín Medina e Claudia Beatriz Moscato, membros do Tribunal Oral e Criminal. Com a decisão, Condori permanecerá preso no Complexo Penitenciário Federal II Marcos Paz, do Serviço Penitenciário Federal (SPF).
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O advogado Macos Tosato, que representou a família de Luana, disse que o caso foi "complicado desde o início", pois Condori sempre se declarou inocente e nunca reconheceu o crime, apesar de ter deixado vários rastros.
— O assassino deixou um rastro indelével de sua presença no local. Depois mudou as versões. Acomodou-as às evidências. Ele tentou contradizer um conselho de tanatologistas especialistas, médicos forenses. Foi uma decisão justa — afirmou Tosato.
Invasão de apartamento
Condori invadiu o apartamento da jovem entre 13h e 14h do dia 30 de março de 2018, de acordo com a Justiça argentina. O imóvel ficava no segundo andar de um prédio situado no bairro Colegiales. O objetivo do boliviano era furtar o iPhone, o notebook, uma mochila, 50 dólares e 900pesos argentinos. Mas o criminoso matou Luana para que ela não o identificasse à polícia.
Luana morava na Argentina para estudar o idioma local. Ela era goiana, de Jataí, e trabalhava como analista financeira para uma empresa multinacional. Em Buenos Aires ela dividia o apartamento com a proprietária, que era patroa de Condori em uma oficina clandestina que ficava no terceiro andar do mesmo prédio.
A dona do imóvel não estava no local na hora do crime, pois era um feriado prolongado e ela havia viajado. Como Luana não atendeu o telefone por várias horas, uma amiga foi até o apartamento e encontrou a vítima morta na cama.
Inicialmente o caso foi tratado como "morte por causa duvidosa", devido à falta de evidências. Mas três meses depois, as investigações apuraram que o celular da vítima estava ativo e conseguiram rastreá-lo. O aparelho foi encontrado em poder do irmão de Condori.
Por O Globo — Rio de Janeiro
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