Para celebrar a data,histórica, a Famáilia convida para uma missa em ação de Graças a ser realizada neste domingo (20) às 8:30 na Igreja da Matriz.
Há um ano, no aniversários dos 99 anos, o seu neto mais velho - Assis Ramalho - fez gravação de um bate papo, onde ela fez um resgate de sua vida.
O gostoso bate-papo aconteceu na residência da família - na Quadra 05 de Petrolândia.
Com uma memória de dá inveja a qualquer jovem, ela recordou com muita clareza seus tempos desde sua chegada no distrito de Tacaratu, em 1942.
Ela ultrapassou inúmeros desafios, muitas provas de fogo! em sua longa tragetória, sempre foi uma pessoa que não soube o que é desistir.
Expedita Jacobino Ramalho nasceu em 19 de novembro de 1922, no Sítio Cajazeiras, município de Ibiara, no sertão da Paraíba. Filha de Isaías Jacobino de Souza e Ana Ramalho de Souza, ficou órfã de mãe aos 20 anos de idade.
A convite do pai, Isaías, fizeram um passeio para visitar familiares que residiam na região de Tacaratu-PE. Nessa visita conheceu o então jovem Antônio Nunes de Souza [In Memorian], filho único do tacaratuense Pedro Nunes de Souza e de Marcionila Gomes Souza, natural de Floresta-PE.
Apaixonados, casaram-se um ano depois.
Antônio e Expedita constituíram família e tiveram 11 filhos: Elita [mãe deste blogueiro], Maria José, Eliêda, Socorro, Carminha, Aparecida, Naninha, Manoel (falecido), Pedro, Antônio e Isaías.
Os onze filhos já renderam dezenas de netos e bisnetos.
Paraibana de Conceição do Piancó, Expedita Jacobino Ramalho cuidava da casa e na hora da colheita ajudava o marido Antônio Nunes, mas nunca precisou trabalhar de enxada. Levava comida para os trabalhadores e, aqui acolá, se juntava às mulheres para apanhar feijão quando a safra era farta. Antônio Nunes e Expedita Jacobina gostavam de ver o trabalho animado da casa de farinha. Era tanta mandioca que precisava chamar gente de fora para ajudar.
As mulheres, normalmente eram as encarregadas de raspar a mandioca, que depois de raspadas eram colocadas na cevadeira, espécie de triturador, fazendo a massa cair em um grande cocho de madeira , que depois era levada para a prensa. Fazer a roda da prensa girar era coisa de homem, precisava ter força. A água que desprendia da massa era jogada fora. Era venenosa. Já a massa, agora livre da água, era peneirada e seguia para o forno, onde era mexida por braços de homem até torrar. Uma parte dessa massa, antes de ir ao forno, era novamente lavada e jogada dentro de uma pequena rede para coar. O caldo que dela escorria era aparado, da água decantada surgia a goma branquinha com a qual se fazia o tapioca e o beijú.
Eram noites animadas na casa de farinha de propriedade de Antônio Nunes. De manhã beiju quentinho pra todo mundo comer com o café que Expedita trazia de casa logo cedo. Também costurava enormes sacos de tecido para armazenar toda a farinha, resultado de até um mês de farinhada, muitas vezes.
Antônio Nunes e Expedita Jacobina criaram seus seis filhos: Elita, Maria José, Eliêda, Ana (Naninha) , Manoel, Pedro, Antonio (Toinho), Socorro, Maria do Carmo (Carminha), Maria Aparecida (Cida) e Isaías.
A única festa que o casal não perdia perdia era a de Nossa Senhora da Saúde em Tacaratu. Antonio Nunes levava carne de bode retalhada e ficavam por lá, pelo menos os últimos três da festa em casa de amigos. Religiosa, católica fervorosa, Expedita é integrante do Apostolado da Oração desde esse tempo. Muitas vezes o casal ia a pé assistir à missa do Sagrado Coração de Jesus em Tacaratu.
Os filhos foram crescendo e precisavam continuar a estudar, pois no sítio Mundo Novo só havia o primário. Antônio Nunes, que era marchante, matava boi para a feira de Barreiras, comprou casa lá e botou os filhos mais velhos para estudar. Anos depois teve que comprar casa em Petrolândia para que fizessem o segundo grau. Moraram na rua Gonçalves Dias, 126.Antônio Nunes e Expedita Jacobina continuavam no Mundo Novo. Agora, o que era bom ficou melhor. Energia, água encanada e muito mais gente morando por lá. Ao todo dezoito famílias.
Mas havia a questão indígena. As terras, segundo eles, haviam sido doadas aos índios pela Princesa Isabel, conta de ouvir falar, Expedita Jacobina. Já havia uma parte delas demarcadas. Uma cerca passava perto de uma propriedade da família dos Nunes. Mas eles reivindicavam toda a aérea e nela incluía toda a terra do Mundo Novo. Essa questão durou anos. Antes de chegarem a uma solução, Antonio adoeceu e tiveram que vir morar em Petrolândia.
Antônio Nunes tinha adquirido a doença de Chagas, o coração estava crescido. Só depois de falecido a família recebeu a indenização de suas terras do Mundo Novo. Com o dinheiro construíram casa na nova cidade de Petrolândia, que estava mudando de localização em função da inundação causada pela barragem de Itaparica. Ficaram casados por 50 anos. Ele faleceu em 2001, aos 89 anos.
Fonte: Museu da Pessoa
As mulheres, normalmente eram as encarregadas de raspar a mandioca, que depois de raspadas eram colocadas na cevadeira, espécie de triturador, fazendo a massa cair em um grande cocho de madeira , que depois era levada para a prensa. Fazer a roda da prensa girar era coisa de homem, precisava ter força. A água que desprendia da massa era jogada fora. Era venenosa. Já a massa, agora livre da água, era peneirada e seguia para o forno, onde era mexida por braços de homem até torrar. Uma parte dessa massa, antes de ir ao forno, era novamente lavada e jogada dentro de uma pequena rede para coar. O caldo que dela escorria era aparado, da água decantada surgia a goma branquinha com a qual se fazia o tapioca e o beijú.
Eram noites animadas na casa de farinha de propriedade de Antônio Nunes. De manhã beiju quentinho pra todo mundo comer com o café que Expedita trazia de casa logo cedo. Também costurava enormes sacos de tecido para armazenar toda a farinha, resultado de até um mês de farinhada, muitas vezes.
Antônio Nunes e Expedita Jacobina criaram seus seis filhos: Elita, Maria José, Eliêda, Ana (Naninha) , Manoel, Pedro, Antonio (Toinho), Socorro, Maria do Carmo (Carminha), Maria Aparecida (Cida) e Isaías.
A única festa que o casal não perdia perdia era a de Nossa Senhora da Saúde em Tacaratu. Antonio Nunes levava carne de bode retalhada e ficavam por lá, pelo menos os últimos três da festa em casa de amigos. Religiosa, católica fervorosa, Expedita é integrante do Apostolado da Oração desde esse tempo. Muitas vezes o casal ia a pé assistir à missa do Sagrado Coração de Jesus em Tacaratu.
Os filhos foram crescendo e precisavam continuar a estudar, pois no sítio Mundo Novo só havia o primário. Antônio Nunes, que era marchante, matava boi para a feira de Barreiras, comprou casa lá e botou os filhos mais velhos para estudar. Anos depois teve que comprar casa em Petrolândia para que fizessem o segundo grau. Moraram na rua Gonçalves Dias, 126.Antônio Nunes e Expedita Jacobina continuavam no Mundo Novo. Agora, o que era bom ficou melhor. Energia, água encanada e muito mais gente morando por lá. Ao todo dezoito famílias.
Mas havia a questão indígena. As terras, segundo eles, haviam sido doadas aos índios pela Princesa Isabel, conta de ouvir falar, Expedita Jacobina. Já havia uma parte delas demarcadas. Uma cerca passava perto de uma propriedade da família dos Nunes. Mas eles reivindicavam toda a aérea e nela incluía toda a terra do Mundo Novo. Essa questão durou anos. Antes de chegarem a uma solução, Antonio adoeceu e tiveram que vir morar em Petrolândia.
Antônio Nunes tinha adquirido a doença de Chagas, o coração estava crescido. Só depois de falecido a família recebeu a indenização de suas terras do Mundo Novo. Com o dinheiro construíram casa na nova cidade de Petrolândia, que estava mudando de localização em função da inundação causada pela barragem de Itaparica. Ficaram casados por 50 anos. Ele faleceu em 2001, aos 89 anos.
Fonte: Museu da Pessoa
Veja abaixo fotos de arquivo da família
Antônio Nunes faria 103 anos no dia 30 de junho de 2022
Blog de Assis Ramalho
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