A fama pode até ajudar, mas não é determinante para eleger um dos candidatos que ocuparão as 70 cadeiras de deputados federais que São Paulo têm direito na Câmara dos Deputados, em Brasília, a partir de 1º de janeiro de 2023.
Com as urnas apuradas neste domingo (2), os candidatos que lideraram o número de votos eram políticos tradicionais. A maior votação foi do candidato Guilherme Boulos (PSOL), com mais de 1 milhão de votos. Ele foi seguido por Carla Zambelli (PL) e Eduardo Bolsonaro (PL) (veja lista completa dos 70 eleitos aqui).
Veja, abaixo, alguns nomes famosos que conseguiram se eleger e outros que ficaram de fora.
Entre os eleitos:
O comediante cearense Francisco Everardo Tiririca Oliveira Silva, que em 2010 foi o deputado federal mais votado do país, com 1,3 milhão de votos, foi reeleito para o seu quarto mandato, mas com uma votação bem menos expressiva: 71.754 votos.
Em 2018, Tiririca recebeu 445.521 votos, e em 2014, ultrapassou 1 milhão de votos. Neste ano, ele chegou a afirmar que deixaria a disputa após ter perdido o número que o elegeu em eleições passadas para Eduardo Bolsonaro.
Delegado Palumbo (MDB)
Famoso por participar de um reality show da RedeTV que mostrava operações policiais em São Paulo, o Delegado Palumbo foi o terceiro vereador mais votado da capital paulista, em 2018. Agora, obteve 254.898 votos e garantiu uma vaga na Câmara dos Deputados.
Mario Frias (PL)
Ex-secretário especial de Cultura do governo Jair Bolsonaro, o ex-ator Mario Frias foi exonerado em 31 de março, para concorrer às eleições como deputado federal por São Paulo. Ele garantiu a vaga com 122.564 votos.
Ficaram de fora:
Kid Bengala (União Brasil)
Famoso ator pornô, Kid Bengala teve 1.095 votos na disputa pelo cargo de deputado estadual em São Paulo em 2014. Quando foi candidato a vereador de São Paulo em 2020, teve apenas 953 votos. Neste ano, mesmo obtendo uma votação maior - foram 10.312 votos - ele não conseguiu ser eleito. Durante a campanha, propagandas eleitorais do candidato chegaram a ser proibidas pelo Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo.
Felipe Folgosi (PL)
O escritor e ator, que atuou em algumas novelas como "Explode Coração" e "Sex Appeal", resolveu estrear na política se lançando candidato a deputado federal pelo partido do presidente Jair Bolsonaro (PL). Com 30.921 votos, ele não conseguiu se eleger.
O escritor e ator, que atuou em algumas novelas como "Explode Coração" e "Sex Appeal", resolveu estrear na política se lançando candidato a deputado federal pelo partido do presidente Jair Bolsonaro (PL). Com 30.921 votos, ele não conseguiu se eleger.
Maurren Maggi (União Brasil)
Única mulher brasileira a conquistar uma medalha de ouro de atletismo em uma Olimpíada, Maurren Higa Maggi já havia tentado concorrer a uma vaga no Senado em 2018 pelo PSB, mas não foi eleita.
Desta vez, mesmo com a candidatura a deputada federal indeferida pelo Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP), recebeu 3.385 votos.
Monica Calazans (PSDB)
A enfermeira Mônica Calazans, que ficou conhecida por ser a primeira pessoa no Brasil a ser vacinada contra a Covid-19, disputou uma vaga na Câmara dos Deputados. Com 9.149 votos, ele não conseguiu se eleger.
Nise Yamaguchi (PROS)
A médica Nise Yamaguchi, que ficou conhecida nacionalmente durante a pandemia contra a Covid-19 pela defesa do tratamento precoce, comprovadamente sem eficácia contra a doença, recebeu 36.690 votos e não se elegeu deputada federal por São Paulo.
Políticos que também ficaram de fora
Eduardo Cunha, José Serra e Joice Hasselmann não conseguem se eleger.
De José Serra (PSDB) a nomes que apostaram no vínculo com Bolsonaro na eleição passada, candidatos que tinham números expressivos ficaram de fora neste ano.
A mulher mais votada da Câmara Federal em 2018 com a marca de 1.064.047, Joice Hasselmann (PSDB), recebeu neste ano 13.679 votos.
Na eleição passada pelo PSL e defensora do atual presidente, ela ficou atrás apenas de Eduardo Bolsonaro — que teve 1.814.443.
A jornalista, na ocasião, ficou à frente de Celso Russomanno, Kim Kataguiri, Tiririca e Tabata Amaral.
Em 2019, ela chegou a ser líder do governo no Congresso em 2019. Chegou a escrever um livro sobre Sérgio Moro.
José Serra teve 88.926 votos pelo PSDB e ficou como suplente.
Alexandre Frota (PSDB) teve 24.224 votos ao tentar uma cadeira na Alesp neste ano. Em 2018, o candidato carioca era do PSL, o até então partido de Bolsonaro, e teve 152.958 votos. Foi o 17º mais votado na época.
Natural do Rio de Janeiro e candidato por São Paulo neste ano, Eduardo Cunha (PTB) teve apenas 5.044 votos a deputado federal.
Ele havia sido suspenso do mandato de deputado federal, na Legislatura 2015-2019, e da função de presidente da Câmara dos Deputados a partir de 5 de maio de 2016.
A deputada federal Kátia Sastre (PL), a policial militar que ficou conhecida em 2018 por ter atirado e matado um assaltante armado na frente da escola da filha, em Suzano, teve 60.330 neste ano, e ficou de fora. Na outra eleição conseguiu 260.364 votos.
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