Na manhã desta sexta-feira (12/08), a candidata a deputada estadual Lucinha Mota, andidata a deputada federal Gláucia Andrade, foi entrevistada ao vivo por Assis Ramalho, na Web Rádio Petrolândia. Lucinha é mãe da menina Beatriz, assassinada a facadas dentro de uma escola em Petrolina, em 2015, enquanto Gláucia Andrade é ex-Secretária de Desenvolvimento da Prefeitura de Petrolina. Nomes petrolinenses referendados pelo candidato a senador Guilherme Coelho, a dupla concorre na eleição proporcional com apoio à chapa de Raquel Lyra e Priscila Krause. O vereador de Petrolina, petrolandense Ronaldo Silva, acompanhou a comitiva de Lucinha Mota e Gláucia Andrade em sua visita a Petrolândia e outras cidades da região.
Conhecida pela longa luta em busca do assassino de sua filha, inclusive com uma caminhada de 23 dias de Petrolina ao Recife, Lucinha declara que a bandeira de sua candidatura é a segurança pública, para evitar que outras "beatrizes" sejam vítimas de criminosos no estado. Na entrevista, Lucinha não poupou críticas à Segurança Pública e ao governo estadual.
''O que me trouxe até aqui, a ser candidata a deputada estadual foi as causas da luta. A falta de segurança pública, a falta de estrutura que a Polícia Civil e Militar não têm para trabalhar. É um descaso total, é uma falta de compromisso com a vida dos pernambucanos. O governo Paulo Câmara só fez alguma coisa (para solucionar o Caso Beatriz) depois da minha caminhada. Foram seis anos de luta, e foram 23 dias de caminhada de Petrolina até o Recife, gritando e pedindo justiça. E Pernambuco me ouviu e pressionou o governo Paulo Câmara. Na verdade, Assis, (quando foi ao Recife) eu queria que o governador parasse um pouquinho para me ouvir. Eu tinha uma proposta para apresentar a ele, para identificar o assassino de Beatriz. Quando nós chegamos em Recife, ele queria receber só eu e o meu marido, e eu disse que não, que eu só entrava com as pessoas que caminhavam comigo e mais algumas testemunhas. Por que testemunhas? Porque eu estou preparando um documento para denunciar o Estado de Pernambuco à Corte Internacional de Justiça. Então, Assis, eu corria o risco de chegar lá, só eu e meu marido, com dois ou três deputados da base aliada do governo, e depois ele não cumprir, e eu não teria testemunhas para colocar neste documento. Isso porque, infelizmente, a grande parte dos deputados fazem parte da base aliada do governo, e são omissos. Eles não estão à disposição da sociedade, isso aconteceu comigo várias vezes. Então, naquele dia, eu precisava de pessoas que tivessem realmente a coragem de se colocar como testemunha neste documento. E assim aconteceu. Por que eu consegui? Porque Pernambuco me ajudou, porque essas pessoas gritavam junto comigo. O governador me recebeu porque ele é bonzinho não. Ele me recebeu por que o povo obrigou ele me receber", disse Lucinha, acrecentado que foi agredida fisicamente por um segurança de Paulo Câmara, durante uma visita do governador a Petrolina.
''Ele não me recebeu e ainda colocou um segurança, e esse segurança me agrediu fisicamente, na porta de uma escola, que é um local público. Então, por isso que eu me coloquei como candidata a deputada, porque eu não tive deputados que comprassem a minha luta, que fosse na ALEPE (Assembleia Legislativa de Pernambuco) falar por minha Beatriz, falar por milhares de pernambucanos que estão sendo assassinados todos os anos, e que não tem solução. Nós somos o terceiro estado que mais mata em nosso país, e o caso de Beatriz não é um caso isolado. São muitas beatrizes em todo estado de Pernambuco. Então, eu quero ser a voz das Lucinhas e dessas pessoas de Pernambuco. Pernambuco vai ter uma legisladora que vai falar por todas essas famílias'', disse.
Na entrevista, Lucinha diz que onze dias depois da caminhada o governador lhe ouviu e colocou em prática o plano que ela queria para descobrir o assassino de sua filha.
''Depois de onze dias o governador me ouviu e colocou em prática o plano que eu queria, que era pegar o DNA do assassino, que foi encontrado na cena do crime, botar no banco de dados para cruzar com outros criminosos que estão ali naquele banco. E foi identificado. (O homem preso pelo crime) ele é sim o assassino de Beaytiz. Após essa confirmação, outras evidências e outras provas apereceram e, nós, da família de Beatriz, não temos dúvidas da autoria do crime. O Marcelo da Silva é o assassino de Beatriz. Agora a gente está aguardando o Ministério Público analisar, estudar todo o processo, para encaminhar para o Poder Judiciário. E nós estamos acompanhando tudo, Assis, por que eu não vou permitir, novamente, que arquive esse processo ou que demore para que vá a júri popular, Nós não vamos permitir", afirma Lucinha, que ainda relatou o bom relacionamento com o atual Promotor de Justiça, responsável pelo inquérito.
''A minha relação com o Promotor de Justiça que está responsável pelo inquérito é uma relação muito boa. É uma relação de respeito, diferente de outros, e de outras vezes'', ressalta.
Na entrevista que teve participação de ouvintes, através de mensagens de Whatsapp, entre outros assuntos, Lucinha afirma que a história de Beatriz vai ser contada por meio de livrose filmes, e possivelmente será produzido uma série.
"Livros e filmes, nós estamos analisando a possibilidade de o caso da Beatriz virar uma série. Estamos tratando com produtoras, tanto aqui no Brasil, quanto no exterior, a gente está em contato, e quem sabe nos próximos meses a gente tem alguma novidade", antecipa Lucinha. O Blog de Assis Ramalho postará matéria específica sobre o andamento do Caso Beatriz.
Devido à pressa para cumprimento da agenda programada, a candidata à Câmara Federal Gláucia Andrade pouco pronunciou-se durante a entrevista. Possivelmente, a candidata retornará a Petrolândia durante atos de campanha e será entrevistada por este Blog.
Blog de Assis Ramalho
Fotos: Lúcia Xavier
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