Em entrevista à Assis Ramalho, no programa Acordando com as Notícias, transmitido pela Web Rádio Petrolândia, Rosa diz que a sua candidatura não representa apenas ela, mas o povo da terra.
Em sua candidatura, ela afirma que não representa apenas a pessoa que ela é, mas representa uma massa que precisa de todos os tipos de representações. A história dela com o MST é um retrato da tradição. Desde o dia em que nasceu, Rosa foi levada, por seus pais, que já eram militantes, ao Assentamento Normandia, em Caruaru, cidade onde nasceu.
Rosa Amorim é filha do catarinense Jaime Amorim e da baiana Rubneuza Leandro, ambos com formação nas comunidades católicas, que se tornaram dirigentes do MST e foram deslocados para construir o movimento em Pernambuco, ainda em 1989. Rosa nasceu em 1997, única filha mulher entre três irmãos homens. “Desde que nasci fui para as fileiras da luta do movimento, como sem terrinha”, diz ela, que passou a maior parte da vida em Caruaru, transitando entre a área urbana e o assentamento Normandia.
Ela diz ser negra e lésbica com orgulho, como ela sinalizou. Em sua candidatura, ela afirma que não representa apenas a pessoa que ela é, mas representa uma massa que precisa de todos os tipos de representações. A história dela com o MST é um retrato da tradição. Desde o dia em que nasceu, Rosa foi levada, por seus pais, que já eram militantes, ao Assentamento Normandia, mesma cidade que nascera.
Em entrevista à Assis Ramalho, no programa Acordando com as Notícias, transmitido pela Web Rádio Petrolândia, Rosa diz que a sua candidatura não representa apenas ela, mas o povo da terra. “O nosso mandato, se o povo de Pernambuco nos eleger, será um mandato de um grande coletivo chamado Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra. Então, não estou aqui para colocar a minha candidatura individual, mas sim, fui colocada pela direção nacional e pela direção estadual para representar o MST nas eleições. Essa não é uma candidatura da Rosa, mas sim do MST”, crava.
Em entrevista à Assis Ramalho, no programa Acordando com as Notícias, transmitido pela Web Rádio Petrolândia, Rosa diz que a sua candidatura não representa apenas ela, mas o povo da terra. “O nosso mandato, se o povo de Pernambuco nos eleger, será um mandato de um grande coletivo chamado Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra. Então, não estou aqui para colocar a minha candidatura individual, mas sim, fui colocada pela direção nacional e pela direção estadual para representar o MST nas eleições. Essa não é uma candidatura da Rosa, mas sim do MST”, crava.
Na entrevista na Web Rádio Petrolândia, Rosa criticou duramente o governo Bolsonaro pelo abandado ao povo brasileiro. Ela lembrou a volta do país ao mapa da fome, os altos índices de desemprego, a negligência na condução da pandemia, o desmonte da educação, da cultura e a política econômica do governo federal.
Rosa Amorim é filha do catarinense Jaime Amorim e da baiana Rubneuza Leandro, ambos com formação nas comunidades católicas, que se tornaram dirigentes do MST e foram deslocados para construir o movimento em Pernambuco, ainda em 1989. Rosa nasceu em 1997, única filha mulher entre três irmãos homens. “Desde que nasci fui para as fileiras da luta do movimento, como sem terrinha”, diz ela, que passou a maior parte da vida em Caruaru, transitando entre a área urbana e o assentamento Normandia.
Ela conta que passou a infância acompanhando marchas, ocupações e encontros do movimento, especialmente na chamada “ciranda”, espaço em que os militantes deixam suas crias enquanto participam das atividades.
“Na ciranda aprendemos as músicas do MST e desconstruímos as ideias que a mídia comercial criam sobre o movimento sem terra”, resume Rosa. Ainda criança ela iniciou no ballet clássico e dança contemporânea, mas se encontrou mesmo no teatro. Aos 11 anos passou a integrar o Teatro Experimental de Arte (TEA), importante escola de artistas em Caruaru.
Também aos 11 começou a se envolver no movimento estudantil, participando do grêmio de sua escola e mobilizando colegas para protestar pela redução das passagens de transporte público em Caruaru.
Após as “jornadas de junho” de 2013, então com 16 anos, Rosa foi apresentada ao Levante Popular da Juventude, movimento urbano que àquela altura ainda estava em processo de nacionalização. No Levante ela construiu um envolvimento orgânico, passando por posições de direção. Já são nove anos militando junto à organização.
Em 2016, iniciou a graduação em teatro na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) – e o ano foi intenso na vida da militante. Logo após o impeachment que derrubou a presidente Dilma Rousseff, o sucessor Michel Temer conseguiu aprovar a Emenda Constitucional 55, que estabeleceu um “teto de gastos” e congelou por 10 anos os recursos para a educação, saúde e outros setores.
Em resposta, milhares de estudantes participaram de ocupações em universidades e escolas de ensino médio por todo o país.
“Ocupamos a UFPE por dois meses. Todas as atividades da universidade ficaram paralisadas. Eu fui uma das que estive à frente da ocupação”, lembra Rosa. “Ao fim, sofremos um processo de perseguição e criminalização do movimento estudantil. Acabei sofrendo um processo administrativo e quase fui expulsa da universidade”, lembra ela, que considera esse período como um “divisor de águas” em sua trajetória como militante.
As organizações estudantis protestaram, pressionaram a universidade, que ainda assim suspendeu Rosa por um semestre. Os meses longe da universidade a levaram a mergulhar de cabeça nas atividades políticas.
“Não tinha como eu ficar distante das lutas do nosso país. Acabei me envolvendo mais com a militância e, quando voltei à universidade, já era tida como uma referência no movimento estudantil dentro do estado”, conta Amorim. Hoje Rosa é diretora da União Nacional dos Estudantes (UNE).
Mas ela diz nunca ter pensado em se candidatar a um cargo eletivo. “Cresci em organizações como o Levante, a Consulta Popular e o MST, que fazem a luta focada principalmente na organização popular, na construção de força na sociedade, sem pretensões na institucionalidade. Então nossas lideranças, mesmo quando são referências na sociedade, não saem candidatas”, explica Rosa.
Mas a opinião no MST mudou desde 2018. “Se a sociedade nos legitima, temos que colocar nossos nomes à disposição para as eleições. Se não ocuparmos esse espaço, outras pessoas vão ocupar, sem levar nossas pautas ou nosso legado”, avalia.
Ano passado, ao receber o convite para a disputa, Rosa topou de pronto. “Esse lugar não foi feito para nós. Eles não nos querem lá. Mas eu quero ver mais mulheres nesses espaços, mais jovens, LGBTs, negros e negras, quero sem terra nesse lugar”, diz ela, que considera esta uma candidatura coletiva de todo o movimento.
E a candidatura não poderia ser por outro partido que não o PT. “É um dos maiores partidos populares que temos nessa parte do mundo”, diz Rosa, que lembra a relação histórica entre MST e PT, com maior aproximação a partir dos processos que culminaram com o impeachment de Dilma e a prisão do ex-presidente Lula.
Perguntada se sua postulação poderia causar atritos com candidatos que foram apoiados pelo MST em eleições anteriores, Rosa torce para que não ocorra.
“O MST luta pela unidade da esquerda e dos movimentos sociais e sempre construímos alianças com diversos grupos políticos dentro da esquerda. Essa relação é muito maior do que uma eleição ou um mandato. Sei que nas eleições essas coisas mudam, mas nós não queremos perder esse vínculo por estarmos na disputa”, explica.
A pré-candidata coloca como principal desafio enfrentar ideias bolsonaristas que ganharam espaço na sociedade. “O discurso da antipolítica, o discurso anti-MST”, exemplifica.
“É um desafio no campo da batalha das ideias”, diz Rosa. Ela diz estar alerta para os ataques que virão. “O MST lida historicamente com isso e não seria diferente agora. Quero conquistar uma vaga mostrando que somos sem terra. Não daremos um passo atrás na nossa identidade de quem somos”, afirma, garantindo o uso do nome “Rosa do MST” na campanha.
O período eleitoral vai servir também para propagandear as ações dos sem terra durante a pandemia, que ganharam destaque pelas campanhas de solidariedade, distribuição de alimentos e combate ao desemprego e à fome. “Enquanto eles pregam o ódio e a criminalização de movimentos sociais, é assim que vamos responder”, acrescentou.
A campanha será direcionada aos assentamentos, acampamentos, à população urbana alcançada pelas ações do MST e também para os setores sociais simpáticos ao movimento.
As pautas não devem se restringir ao povo do campo, mas abraçar bandeiras do feminismo, LGBTs, população negra, quilombola e indígena, além da luta pela educação. “Queremos avançar na reforma agrária, mas em todas a dimensões da conquista por direitos”, resume.
Ato de filiação
Além do MST, a atividade de filiação contou com a participação de vários movimentos sociais e sindicais, como a Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares de Pernambuco (Fetape), a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e a Federação Única dos Petroleiros (FUP). Também a UNE, União da Juventude Socialista (UJS), Marcha Mundial das Mulheres, Via Campesina, o Levante Popular da Juventude, o Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), Movimento Camponês Popular (MCP) estiveram presentes com representações.
O MST e o PT têm relação de proximidade desde o nascimento de ambas, na década de 1980. Mas as filiações visando as eleições deste ano são parte desta uma construção nacional do MST, que este ano deve lançar candidaturas “do movimento” através do PT em diversos estados. Em Pernambuco o movimento tomou a decisão no fim de 2021 de lançar Rosa Amorim para a Assembleia Legislativa (Alepe). Ela estuda na UFPE, mora no Recife há alguns anos, mas é “filha do movimento”, tendo vivido boa parte da vida no Assentamento Normandia, em Caruaru.
Com fonte BdF Pernambuco
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