O governo já decidiu quem será o sucessor de Pedro Guimarães, que pediu demissão nesta quarta-feira (29), na presidência da Caixa. É uma mulher: Daniella Marques, que, desde fevereiro, comanda a Secretaria de Produtividade e Competitividade do Ministério da Economia, informou o colunista do Globo Lauro Jardim.
Ao assumir a Secretaria Especial de Produtividade e Competitividade do Ministério da Economia, Daniella Marques quis deixar como marca um programa de empreendedorismo para mulheres.
Em seu discurso ao lançar o programa, chamado de Brasil Pra Elas, em março, no Palácio do Planalto ao lado do presidente Jair Bolsonaro, ela alertou para a necessidade de reduzir os índices de violência contra a mulher.
— Ainda estamos falando de um país em que, com tudo o que foi feito, uma em cada quatro mulheres sofre violência doméstica — afirmou.
Daniella Marques assume a Caixa Econômica Federal para substituir Pedro Guimarães, após denúncias de assédio sexual feitas por servidoras do banco público. Terá como missão agora, segundo integrantes do governo, limpar a imagem do banco depois das denúncias.
Marques é braço direito do ministro da Economia, Paulo Guedes, desde antes dos dois chegarem ao governo. Trabalhava com ele na Bozano Investimentos e foi levada ao Ministério da Economia inicialmente como sua assessora especial.
Em diferentes cargos na pasta, ela participava de todas as decisões importantes do Ministério da Economia, da área de contas públicas ao comércio exterior.
Como auxiliar direta de Guedes, Marques participa de reuniões no Palácio do Planalto e com lideranças do Congresso diariamente. Ajuda nas negociações políticas para avançar propostas de interesse do ministério, assim como atua para tentar barrar o que a pasta considera bombas fiscais.
Por isso, tem em seu gabinete, no Ministério da Economia, uma imagem de Nossa Senhora Desatadora dos Nós.
Dentro da equipe econômica, a escolha para a Caixa foi elogiada por quem trabalha com ela direta ou indiretamente. É descrita como séria e com forte conhecimento do mercado, além de credibilidade dentro e fora do governo.
Em entrevista ao Globo em abril, ela se apresentou como a principal interlocutora econômica de Bolsonaro depois de Guedes, defendeu a agenda econômica e disse que ainda via o governo como liberal.
— Teve um choque econômico e de saúde que nos tirou desse caminho. Saímos do pior momento da pandemia e fechamos 2021 com superávit de contas públicas. Se isso não é ser liberal, não sei o que é. Muito foi feito e obviamente muito tem a fazer — afirmou.
Formada em Administração pela Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio de Janeiro e com MBA em Finanças pelo IBMEC/RJ, ela atuou por 20 anos no mercado financeiro, na área de gestão independente de fundos de investimentos. Foi sócia-fundadora e diretora de fundos de investimento antes de ingressar no governo.
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