Essa saudade que não passa..
Das brincadeiras nas barrancas do Pontilhão....
Das cheias e águas turvas do São Francisco...
Das águas diáfanas e areias brancas da prainha do São Francisco (roça de João Rodrigues)
Do espiar entre as pedras da cachoeira o lindo corpo
da cabocla tomando banho...
Do banho após pelada de futebol no Campinho do Delmiro Gouveia ou da Gameleira, sob a luz da lua nas escadarias do cais...
Do zagueiro Assis Ramalho, aplicando a refinada técnica do valente beque “xerife” Moisés do Vasco da Gama-RJ “zagueiro que se preza não pode ganhar o troféu Belfort Duarte”.... para o deleite do saudoso farmacêutico Valter de Barros, com seu estoque de Iodex e Bálsamo Benguê...[Vale explicar que o troféu Belfort Duarte era, na época um prêmio concedido a um atleta brasileiro que passasse 10 anos sem ser expulso pela arbitrágem).
Das mestras iniciadoras do sexo “Peloca” “Picolé de Onça”...estejam em paz, mitigadoras dos instintos concupiscente primata...
Do “Shell”... Pretinha...Benzota... ao som da eletrola, Genival Santos, Bartô Galeno...Amado Batista...
Da voz estridente do seresteiro Bedé...
Do satirista “Bilau”...sorríamos fácil...
Do bom humor do sapateiro “Mila”...parceiro do saudoso Nogueira...
Da beleza natural das jovens estudantes de uniformes azul e branco passeando numa boa pela Trav. D. Pedro II....(Rosi, Conceição, Fátima, Marcia...)
Do simpático ‘Labi’ da Padaria, amenizando o esfaimar com as bolachas regalia....
Do sorriso aberto do técnico de futebol Antonio de Lino..
Do desfile elegante e sem censura da musa sensual, morena, cabelo esvoaçante, pela Av. D. Pedro II....
Da colega de classe, de sorriso angelical, em dias de provas, guardava secretamente a cola na calcinha....
Do Ron Montila Carta Oro nas festas de padroeiro...sob a trilha sonora “foi na montanha russa’” do trio nordestino...
Do trio brincante carnavalesco, Panta, Zé de Meroza e Zé Fernando....
Das noites brancas,monótonas e sem sexo no “Bar do Redondo”
Das ninfas bucólicas dos bailes de carnaval no Clube da Barreira, e insalubre banheiro...
Do amigo torcedor do Flamengo(não era chato)Arnaldo “Morcego” que me ensinou a gostar do Colorado de Falcão e Dom Elias Figueiroa...
Dos bailes da festa de padroeiro no Grêmio, ao som do Pink Floyd, Led Zepellin pela Banda Homens de Ouro...
O melancólico cair da tarde, da janela da sala de aula da professora Dona Das Dores, com sua pacificadora palmatoria pendurada no armador na parede....
....do reboar de asas dos pombos retornando ao Mercado Público...
Da benfazeja homilia catequizadora e libertadora do saudoso Padre Cristiano...
Do batente da minha casa, no arrebol crepuscular da tarde, ouvindo a melíflua Ave Maria de Schubert na Difusora do Salão do Coral...
Do artesão Luiz Guará, dos seus formões e inspiração arrancava da umburana arte que a gente não via....
Do conjugar de um simples lançar d’olhos sobre o arrebol do cair da tarde, degustando o saboroso pão francês com cajuína na Venda do Saudoso e acolhedor Senhor Maninho.....
Dos dribles de França - na quadra do Colégio Normal - Edson Madeira e Carlos Caçote, nossos mestres no conjugar arte e futebol...
Aos domingos, de banho tomado, assistir no Estádio Galegão, o clássico, Independente Futebol Clube - uniforme parecido com o meu Sport Clube Internacional - Totó, Agobar, Nandão, Valdão, Dinho, Ivaldo, Tui, Loucha, França, Eron, Cafuringa, enfrentando o Vila do Moxoto, minhas origens....
Do amigo Vicente, vanguarda na escola chamada vida ...
Do riff da musica Smoke on the water do Deep Purple no toca fita - gravador Phllipis - do nosso Bakunin, Rômulo Pedrosa...
Da brisa esbraseante sertaneja nas tardes de domingo azul - sem a Belle de Jour - degustando o refrescante picolé de imbu na Sorveteria de Luiz Carlos...
Do primeiro labor, com o amigo Catita, no Armazém do Seu Davi, espichando coro...
Do saudoso Nogueira e seus gladiadores canários...
Do coreografo carnavalesco Nó de Mudinha – pedreiro - e sua sombrinha preta nas previas carnavalesca...
Das brincadeiras nas barrancas do Pontilhão....
Da roça do querido e saudoso Tio Nozinho, onde como bom selvagem de Rousseau, dei as primeiras braçadas, aprendi a nadar na piscina do Giradoro do Trem...
Dos bons ensinamentos do primo Robson, com suas leituras sob as sombras do frondoso pé de tamarindo...
Das cheias e águas turvas do São Francisco, arrastando troncos de árvores caídas...
Das águas diáfanas e areias brancas da prainha do São Francisco, na roça do saudoso João Rodrigues.
Do espiar entre as pedras da cachoeira o lindo corpo da linda cabocla tomando banho...
Me lembro de quase tudo...
ResponderExcluirBacana
ResponderExcluirBacana
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