sexta-feira, abril 01, 2022

Oficinas do Juventude Presente estimulam a cultura de paz e revelam jovens talentos

 

Aulão de intercâmbio de capoeira reuniu alunos de três oficinas do Juventude Presente do Cabo de Santo Agostinho. As oficinas oferecem diversas modalidades socioculturais que despertam talentos e vêm mudando trajetórias dos participantes (Foto: William Oliveira)

Um aulão com o Mestre Marco Angola reuniu três turmas da oficina de capoeira do Programa Juventude Presente, na tarde da última quarta-feira (dia 30), na Estação de Cidadania do Cabo de Santo Agostinho. Os alunos das turmas da Cohab, Gaibu e de Ponte dos Carvalhos aprenderam um pouco mais com as orientações e jogadas do mestre. Ele ensina adultos e crianças há 40 anos e possui o grupo Volta que o Mundo dá. O grupo ensina há 26 anos, no Cabo de Santo Agostinho, promovendo a cultura negra. “Doar parte de mim, para ensinar o mantimento da identidade do povo brasileiro, é fundamental. A capoeira está em mais de 180 países e é uma ferramenta de educação. É importante para mostrar as possibilidades que a capoeira traz para esses jovens, os aspectos positivos que tragam resultados benéficos para a vida deles”, disse Marco Angola.

A oficina de capoeira é uma das modalidades oferecidas pelo Programa Juventude Presente, coordenado pela Secretaria de Políticas de Prevenção à Violência e as Drogas (SPVD), com a proposta de valorizar a comunidade e estimular a cultura de paz, promovendo a inserção ou reinserção social. O programa oferece a capacitação dos oficineiros, que moram na própria comunidade e também abre atividades esportivas e culturais, de acordo com a solicitação dos jovens e adolescentes. São atendidas 44 comunidades mapeadas pelo Pacto pela Vida e classificadas como prioritárias para implantação de políticas de prevenção social.

As oficinas são de futebol, grafite, danças urbanas, capoeira, meio ambiente e percussão. Cada jovem pode escolher e participar de mais de uma atividade. Cada oficina tem a duração de oito encontros, contabilizando 16 horas de atividades. As oficinas estão no segundo ciclo. Já foram realizadas 327 oficinas, com 928 jovens e adolescentes inscritos. Desse total, 60 foram de capoeira, 54 de danças, 46 de grafite, 30 de conscientização ambiental, 30 de percussão e 117 de futebol, que é a mais procurada, e esses números vão aumentar até o fim do ciclo. No primeiro ano do programa foram 472 oficinas com 8.852 jovens participando. A expectativa é fechar essa nova etapa com mais participantes e um maior número de oficinas.

A oficina de capoeira vem mudando a vida das jovens Júlia do Nascimento, de 15 anos, e de Ana Beatriz da Silva, 12. “Eu defino a capoeira como meu refúgio, defesa e salvação até hoje, porque me ajudou a superar a ansiedade e a depressão. Eu sugiro a qualquer um, de qualquer idade, a procurar uma oportunidade de fazer capoeira ou outro esporte”, disse Júlia. Seu sonho é ser mestre de capoeira e criar um grupo para ensinar. Ana Beatriz do Nascimento da Silva está na oficina do Juventude Presente há quase um ano. “Capoeira é vida. Acho perfeita. Meu dia fica melhor. É remédio porque ela apaga a dor, o desânimo e hoje é a minha maior motivação. É tudo de bom.”

O Programa Juventude Presente começou em 2020 e contou com a parceria da Cooperação Pernambuco, nome do convênio do Governo do Estado com três agências das Nações Unidas (UNODC, PNUD e ONU-Habitat) e com o Instituto Igarapé, uma ONG que trabalha com propostas e parcerias para desafios globais.

“O Juventude Presente é um programa que, além de estreitar laços nas comunidades, ajuda na implantação de políticas públicas mais eficientes, e na mudança de trajetórias de jovens e adolescentes. As oportunidades que são oferecidas para os participantes contribuem para a redução de casos de violência, estimulando talentos através do esporte e da cultura”, afirma o Secretário Cloves Benevides.

SPVD-PE

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