Aos quatro anos de idade, Edson e sua família mudaram-se para Bauru, em São Paulo. Nessa época, ele era chamado de Dico pela família e de Edson pelos amigos. Influenciado pelo pai, Dico sempre foi fã de futebol e logo começou a fazer parte dos times de garotos que jogavam nas ruas de Bauru. Ele gostava de atuar no gol, inspirado no goleiro José Lino da Conceição Faustino, o Bilé, amigo de time de seu pai, o Vasco de São Lourenço (Minas Gerais).
Como Edson não conseguia pronunciar o nome Bilé corretamente, durante os jogos com os amigos, ele falava algo semelhante com “Seguuura, Pilééé!”, quando fazia suas defesas. O fato fez com que os amigos passassem a chamá-lo de Pelé. Ele não gostou disso, e foi aí que o apelido pegou entre os amigos.
Além dos jogos de futebol, durante a infância, o garoto ajudava a família como podia. O pai lesionou-se e não continuou a jogar futebol, o que deixou a família em dificuldades. Para contribuir com a renda familiar, Pelé trabalhou como engraxate em Bauru.
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Carreira
Destaque dos jogos nas ruas de Bauru, Pelé passou por algumas equipes amadoras durante sua infância, e, aos 11 anos, o jogador Waldemar de Brito descobriu-o e convidou-o para a equipe que estava formando: o Clube Atlético de Bauru. Passados poucos anos, Waldemar percebeu o enorme talento de Pelé e decidiu levá-lo para um time maior, o Santos Futebol Clube.
"Em 1956, Pelé chegou ao Santos como promessa de Waldemar de Brito, que, de acordo com informações do site oficial do Santos, afirmou ao clube: “Esse menino vai ser o melhor jogador de futebol do mundo!”. Passado um mês de sua chegada ao clube, o jovem fez sua primeira partida na equipe profissional. O jogo foi contra o Corinthians de Santo André, e o Santos venceu por 7 a 1. Pelé entrou no segundo tempo de partida e marcou o sexto gol.
Pelé começou a ser reconhecido nacionalmente ainda com 16 anos de idade. Em 1957, o garoto já era titular do Santos e foi artilheiro do Campeonato Paulista, o mais jovem até hoje, marcando 36 gols. O Rei do Futebol atuou durante quase toda sua carreira no Santos, entre 1956 a 1974. No período, ele levou o clube a conquistar dez títulos estaduais e seis campeonatos nacionais (Taça Brasil e Torneio Robertão), além de duas Copas Libertadores e dois Mundiais de Clubes, em 1962 e 1963.
Na Libertadores, na época ainda conhecida como Copa Campeões da América, o Santos, com uma das melhores equipes de todos os tempos, conhecida como Balé Branco e liderada por Pelé, atraiu a atenção internacional para o torneio. Em 1962, a equipe venceu o então bicampeão Peñarol, do Uruguai, na final e foi o primeiro time brasileiro a garantir o título na competição. Já em 1963, Pelé contou com o apoio de Coutinho para vencer o torneio de novo, mas, dessa vez, em cima do Boca Juniors, da Argentina.
Também no Santos, em 1969, Pelé marcou seu milésimo gol. O feito ocorreu em uma partida contra o Vasco, no Maracanã, e foi realizado em uma cobrança de pênalti."
"Seleção Brasileira
Passados dez meses da contratação de Pelé pelo Santos, o garoto foi convocado pela Seleção Brasileira pela primeira vez para disputar a Copa Roca (atual Superclássico das Américas). A competição era um torneio amistoso entre a Seleção Brasileira e a Seleção Argentina.
As duas partidas foram realizadas no Brasil. A primeira marcou a estreia de Pelé com a camisa do Brasil e foi realizada no Maracanã. A Argentina venceu por 2 a 1, e o gol brasileiro foi marcado por Pelé. Na partida de volta, no Estádio do Pacaembu, o Brasil venceu por 2 a 0, com um gol de Pelé e outro de Mazzola. Foi o primeiro título de Pelé pela Seleção Brasileira."
"Pelé é, até hoje, o jogador mais novo a vencer uma Copa do Mundo de Futebol. Com apenas 17 anos e 8 meses, Pelé foi campeão do mundo em 1958, na Suécia. O então garoto fez seis gols em sua primeira Copa do Mundo e foi o artilheiro do Brasil. Nessa edição, Pelé foi chamado pelos franceses de Rei do Futebol.
O primeiro gol de Pelé em uma Copa do Mundo foi contra o País de Gales, nas quartas de final do Mundial de 1958. O feito concede a Pelé o recorde de jogador mais novo a fazer um gol em uma Copa do Mundo.
Na Copa da Suécia, os dirigentes brasileiros esqueceram de enviar a numeração dos jogadores para a FIFA, e a entidade precisou defini-la. Pelé era reserva e recebeu a camisa 10, número que ficou eternizado em suas costas. Por causa de Pelé, os jogadores mais habilidosos passaram a usar a camisa 10.
O Mundial de 1958 na Suécia iniciou a chamada Era de Ouro da Seleção Brasileira. De 1958 a 1970, foram três títulos em quatro Copas. Em 1962, no Mundial do Chile, Pelé fez um gol antológico no primeiro jogo, contra o México, mas sofreu uma contusão no segundo jogo e ficou fora do restante do torneio. Sorte do Brasil que tinha também outras estrelas, como Nílton Santos, Didi, Zagallo, Vavá e Garrincha, que garantiram o bicampeonato.
"New York Cosmos
Após 18 anos atuando pelo Santos e pela Seleção Brasileira, Pelé assinou contrato com a equipe do New York Cosmos, dos Estados Unidos, para jogar a temporada de 1975. Durante anos, Pelé recusou a proposta de grandes times mundiais alegando que não queria jogar por outra equipe que não fosse o Santos. A chegada do jogador ao país norte-americano era tida como uma influência para despertar o interesse da população do país pelo futebol.
Anos depois, em publicação feita em suas redes sociais, Pelé contou como foi convencido a aceitar o convite do Cosmos. “O treinador do Cosmos, Clive Toye, disse para mim. 'Você pode ir para Espanha ou Itália e ganhar um título, mas você pode vir para o Cosmos e ganhar um país.' Que grande experiência foi essa.” — relatou o Rei do Futebol.
O início nos Estados Unidos foi complicado para Pelé, já que a equipe ainda era um pouco fraca e o país não tinha a tradição do futebol. Em 1976, os jogadores Beckenbauer, alemão, e Chinaglia, italiano, chegaram para reforçar o Cosmos, ajudando Pelé a ser eleito o Jogador mais valioso (ou Most Valuable Player - MVP) da Liga. Já em 1977, Carlos Alberto Torres também chegou à equipe. Juntos, Pelé e Torres foram campeões do Campeonato da North American Soccer League (NASL).
No Cosmos, entre jogos oficiais e amistosos, Pelé fez 106 partidas e marcou 64 gols. A ida de Pelé para a equipe também fez a média de público aumentar. O número que era de 3.578 pessoas por jogo em 1974, passou para 10.450 (1975), 18.227 (1976) e 34.142 (1977). Com isso, o time que jogava no Downing Stadium acabou mudando, em 1976, para o Yankee Stadium e, na outra temporada, para o Giants — estádios de beisebol e de futebol americano, respectivamente.
A passagem de Pelé surtiu o efeito que os norte-americanos buscavam. A Seleção dos EUA voltou à Copa do Mundo em 1990, quebrando um jejum de 40 anos, e o país recebeu o Mundial em 1994.
Aposentadoria
Pelé despediu-se dos gramados em 1977 em um jogo do Cosmos contra o Santos, nos Estados Unidos. A partida contou com a presença de artistas, políticos e personalidades mundiais. O Rei disputou o primeiro tempo da partida com a camisa do Cosmos e o segundo tempo com a camisa do Santos. De acordo com o Guinness Book (Livro dos Recordes), Pelé marcou em sua carreira 1281 gols, sendo o maior artilheiro da história do futebol."
Blog de Assis Ramalho
Fonte: Futebol Brasileiro Memória
UOL
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