O ministro ucraniano das Relações Exteriores, Dmytro Kuleba, nesta terça-feira (22/2), defendeu o pedido e alegou que essa seria uma forma de resistir contra a Rússia.
“Nesta manhã, enviei uma carta ao secretário britânico das Relações Exteriores pedindo armas defensivas adicionais para a Ucrânia. Com a mesma pergunta, vou me dirigir aos meus interlocutores nos Estados Unidos”, afirmou.
Kuleba falou em “diplomacia”, mas não descartou um conflito armado. “Nossas melhores garantias serão nossa diplomacia e armas. Vamos mobilizar o mundo inteiro para termos tudo de que precisamos para fortalecer nossas defesas”, frisou.
O secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Jens Stoltenberg, fez um alerta sobre a possibilidade iminente de um ataque russo à Ucrânia.
Em entrevista nesta terça-feira, Stoltenberg afirmou que mais soldados foram enviados a Donbass, região das áreas separatistas da Ucrânia. “Há possibilidade de ataque russo a qualquer momento”, frisou Otan.
Stoltenberg pediu calma e defendeu uma solução diplomática. “Nunca é tarde para não atacar. Pedimos à Rússia que recue, desescale militares e se esforce diplomaticamente”, salientou.
O presidente da Rússia, Vladmir Putin, voltou a defender separatistas ucranianos e prometeu ajuda militar para Donetsk e Luhansk, territórios que foram reconhecidos pelo governo russo como repúblicas independentes.
“A Ucrânia, desde a época soviética, possui grande força nuclear, como usinas. O que falta para eles é somente um sistema de enriquecimento de urânio. Para a Ucrânia, isso é um problema simples. Para nós, é uma ameaça estratégica”, frisou Putin.
Segundo o presidente russo, o que o país está fazendo é uma defesa da paz para evitar riscos que, de acordo com ele, a Ucrânia oferece à região do Leste Europeu.
Entenda a crise
Rússia e Ucrânia vivem um embate por causa da possível adesão ucraniana à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
Os Estados Unidos e o Reino Unido acusam a Rússia de querer incitar a violência nesses territórios controlados por separatistas pró-Rússia para encontrar uma razão para invadir a Ucrânia. O governo de Putin enviou cerca de 150 mil soldados às fronteiras.
Na prática, Moscou vê essa possível adesão como uma ameaça à sua segurança. Os laços entre Rússia, Belarus e Ucrânia existiam desde antes da criação da União Soviética (1922-1991).
Por Metrópoles
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