O Ministério da Saúde confirmou nesta quarta-feira que iniciará ainda neste mês a vacinação contra a Covid-19 para crianças de 5 a 11 anos. Conforme antecipado pelo EXTRA, o intervalo será de oito semanas. A imunização será escalonada, primeiro por prioridades e, depois, por faixa etária.
Confira a lista:
* Crianças de cinco a 11 anos com deficiência permanente ou com doenças preexistentes;
* Crianças de cinco a 11 anos com deficiência permanente ou com doenças preexistentes;
* Indígenas e quilombolas;
* Crianças que residem com pessoas de grupos de risco para Covid-19, a exemplo dos idosos;
* Sem comorbidades, em ordem decrescente de idade: 10 e 11 anos; oito e nove anos; seis e sete anos; e cinco anos.
Como antecipou o EXTRA, não haverá exigência de receita médica. A autorização dos pais ou dos responsáveis será recomendada, mas não obrigatória. Essas decisões representam um recuo em relação ao que foi defendido pela pasta. Neste mês, estão previstas cerca de 3,7 milhões de doses. Segundo a pasta, outras 16 milhões de doses devem chegar em fevereiro.
Segundo a secretária de enfrentamento à Covid-19 do ministério, Rosana Leite de Melo, o ministério optou por um intervalo maior entre doses porque estudos demonstram maior proteção quando esse período é maior. Além disso, Melo afirmou que o risco de miocardite, que já é raro, pode reduzir ainda mais com um intervalo maior.
— Todos sabem que os estudos demonstraram, principalmente em adultos, que em um intervalo maior de três semanas há maior produção de anticorpos neutralizantes. Temos uma benefício maior. E se não estamos num ambiente que não haja necessidade premente de completar o esquema vacinal, é muito melhor que o intervalo se amplie- argumentou, complementando:
— Em relação às crianças, elas têm um risco de miocradite, é um risco raro, mas queremos que o risco seja o menor possível. Os trabalhos demonstram que se a gente ampliar espaço de tempo, acima de 21 dias até 8 semanas, dá uma maior preoteção para esse efeito adverso.
Antes de aprovar a vacinação, o ministério realizou uma consulta à população sobre o tema. A pasta apresentou os resultados em audiência pública na última terça: a maior parte das 99,3 mil respostas se posicionou contra à exigência de prescrição médica.
Durante o anúncio, a secretária defendeu o processo de decisão feito pelo ministério e afirmou que a medida ocorreu no tempo adequado.
— Esse anúncio é a concretude de todo um processo que já estávamos a fazer e não apenas quando se teve a ideia em algum país, outro lugar. O MS não só está extremamente atento ao que acontece em cada estado, unidade da federação, município, mas também nos outros países. afinal estamos numa pandemia — afirmou a secretária Rosana Leite de Melo. — Como tudo, não só em administração pública, temos uma tempestividade, o tempo correto de ser feito. Acredito que esse, sim, é o tempo adequado.
Embora o ministério pressionasse pela obrigatoriedade, sociedades médicas, o Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Saúde (Conass) e o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) foram contrários.
— Infelizmente, tivemos perdas de crianças. Não é o grupo que tem maior mortalidade, mas toda vida é importante — afirmou o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, ao justificar a inclusão de crianças no Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra Covid-19 (PNO).
O início da imunização infantil depende da entrega de doses por parte do ministério. Cabe aos estados, aos municípios e ao Distrito Federal definirem os cronogramas de vacinação, já que os entes federativos têm autonomia para tal. O governo de São Paulo anunciou que pretende começar a vacinar o público infantil daqui a três semanas. Já a cidade do Rio de Janeiro, a partir do dia 16.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou o uso da vacina da Pfizer no público de 5 a 11 anos em 16 de dezembro. A composição das vacinas infantis é diferente da dos adultos e contém um terço da dose. Para distingui-las, os frascos terão as cores laranja e roxa, respectivamente.
EXTRA RJ
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