A primeira criança de Pernambuco a ser vacinada contra a Covid-19 recebeu a dose do imunizante às 14h desta sexta-feira (14). Maria Antônia, de 11 anos, tem síndrome de Down e foi vacinada na Associação Afeto, na Encruzilhada, Zona Norte do Recife (veja vídeo acima).
A vacinação ocorreu em ato simbólico, poucas horas após a chegada das primeiras vacinas pediátricas da Pfizer a Pernambuco. Nesta sexta-feira, seis crianças participaram da vacinação. A campanha começa efetivamente no sábado (15), segundo a prefeitura.
O avião co os imunizantes pousou no Aeroporto do Recife às 10h50. As doses, então, foram levadas para a sede estadual do Programa Nacional de Imunizações (PNI), na Zona Norte do Recife, onde foram checadas e posteriormente começaram a ser distribuídas.
Conforme o protocolo do Ministério da Saúde, a menina ficou 20 minutos em observação no local em que ocorreu a aplicação. “Estou feliz”, disse a menina, logo após receber a dose.
Maria Antônia, de 11 anos, tem síndrome de Down e foi a primeira criança vacinada em Pernambuco — Foto: Pedro Alves/g1
Pai de Maria Antônia, o técnico em manutenção Samuel de Oliveira afirmou que o sentimento era de alívio. “Estou voando, estou muito feliz. Não dá nem para explicar. Lá em casa somos quatro pessoas. Só faltava ela para completar. Todo mundo da família está vacinado”, afirmou o pai da garota.
Outro imunizado foi Lucas Soares Cavalcante Silva, de 8 anos, que recebeu a vacina dentro do carro dos pais. De acordo com a mãe dele, a professora universitária Raquel Soares, isso ocorreu porque, além de ter síndrome de Down, ele é imunodeficiente e tem histórico de doenças respiratórias graves.
Lucas Soares Cavalcante Silva, de 8 anos, recebeu a vacina contra a Covid-19 dentro do carro dos pais — Foto: Pedro Alves/g1
“Ele já foi internado na UTI duas vezes, com problemas respiratórios. Ficou dois anos isolado, sem terapias presenciais e houve uma perda muito grande pra ele e a família. A vacina significa a possibilidade de retornar à escola presencialmente e dar visibilidade porque as crianças com deficiência e vulnerabilidade para Covid foram muito invisibilizadas pela própria política. É um reconhecimento da valorização da vida”, declarou a mãe.
Bela Carvalho, de 7 anos, estava toda feliz e dançando para tomar a vacina. A mãe dela, Juliana Gomes de Carvalho, se emocionou e chorou no momento da vacinação da filha.
“Passamos o ano de 2020 sem aula, com privação de amigos, de tudo. Para chegar aqui, só a gente sabe o que passou. É muita emoção. Ela se emocionou já na vacinação dos pais. Agora, chegou a vez dela”, declarou.
Quem vacinou a todos foi a superintendente de imunizações do estado, Ana Catarina de Melo.
“A gente fica bem feliz com tudo isso, o envolvimento da equipe para que dê certo, a vacina chegue em tempo hábil. Isso faz valer a pena todo o trabalho. Isso é muito gratificante pra gente porque é uma proteção e a garantia de redução de casos e hospitalizações”, declarou.
Ana Catarina de Melo afirmou, ainda, que os pais podem ajudar na fiscalização para que não haja erros no momento da aplicação. Isso porque as vacinas da Pfizer pediátrica e de adultos têm frascos diferentes e precisam ser aplicada em dosagens diferentes, pois possuem composições distintas.
“Muito importante que os pais e responsáveis verifiquem se a tampa da vacina é laranja, porque garante que usou a vacina de 5 a 11 anos. A crianças que receberam do calendário básico de vacinação devem dar um intervalo de 15 dias para tomar a vacina de Covid e, se tomaram a vacina de Covid, precisam esperar o mesmo tempo para tomar as outras vacinas do calendário”, explicou.
Devido à escassez de doses pediátricas enviadas ao Brasil, Pernambuco recebeu, no primeiro lote, 60 mil unidades. A vacina da Pfizer é a única que tem autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para ser aplicada em crianças entre 5 e 11 anos.
Pai de Maria Antônia, o técnico em manutenção Samuel de Oliveira afirmou que o sentimento era de alívio: 'Estou voando, estou muito feliz. Não dá nem para explicar' — Foto: Pedro Alves/g1
A aprovação ocorreu no dia 16 de dezembro e as primeiras vacinas só chegaram ao país depois de quase um mês, na madrugada de quinta-feira (13).
A primeira criança vacinada no Brasil foi Davi Seremramiwe Xavante, menino indígena com uma doença genética que mora em São Paulo.
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