quinta-feira, dezembro 30, 2021

Com 11 mortes causadas por gripe, governo de Pernambuco anuncia mais leitos: 'vivemos epidemia de H3N2 na pandemia de Covid', diz secretário


Secretário estadual de Saúde André Longo falou sobre os problemas causados pela gripe — Foto: Pedro Alves/g1

O número de registros de mortes provocadas pela gripe quase dobrou, saindo de cinco para 11, em Pernambuco, em uma semana. A informação é do secretário de Saúde do estado, André Longo, que anunciou a abertura de mais leitos para pacientes com problemas respiratórios. “Estamos vivendo uma epidemia de H3N2 dentro da pandemia da Covid”, declarou (veja vídeo acima).

As informações foram repassadas durante entrevista coletiva concedida na sede da Secretaria Estadual de Saúde no bairro do Bongi, na Zona oeste do Recife, nesta quinta.

De acordo com ele, todas as pessoas que morreram tinham fatores de risco preponderantes. O estado informou que, na penúltima semana de 2021, registrou um aumento de 59% dos casos Síndrome Respiratória Aguda Grave (Srag).

“Já totalizamos mais de 2,4 mil casos de influenza nas últimas duas semanas especialmente e 11 óbitos, o que mostra que o vírus circula com muita força em nosso estado”, afirmou.

Esta semana, afirmou o governo, foram registrados 583 casos de síndrome respiratória. Em 15 dias, o crescimento foi de 46%.

O número de solicitações de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) teve incremento de 68% em comparação com a semana anterior e 61% em 15 dias.

Essa alta foi provocada pela Influenza, que chegou a 2.466 casos confirmados em todas as macrorregiões do estado. “Estamos vivendo a epidemia sobretudo no Grande Recife”, disse Longo.
De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde (SES), Pernambuco contabiliza 2.449 casos da nova cepa do subtipo A (H3N2) e 17 casos não subtipáveis. Do total de registros, 139 (5,6%) apresentaram Srag.

De acordo com Longo, a positividade da Influenza atingiu patamares superiores a 60%, desde a penúltima semana de dezembro.

“Em relação à Covid-19, a positividade geral continua estável nos exames processados tanto por antígeno quanto no Lacen, entre 4 e 6% de positividade nas últimas semanas”, comentou.

“Não temos notado um aumento da positividade dos casos da Covid-19 nesse momento, mas há um grande aumento de positividade de influenza no estado”, acrescentou.

Epidemia é o nome que se dá quando há um aumento nos casos de uma determinada doença, seguido por um pico e depois uma diminuição. Já pandemia é definida por uma epidemia que ocorre, ao mesmo tempo, em diversos locais ao redor do mundo.

Hospital Otávio de Freitas fica no bairro do Sancho, na Zona Oeste do Recife — Foto: Reprodução/ Google Street View

Por causa do aumento dos casos de gripe, o governo de Pernambuco abriu 193 novos leitos para pacientes com Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), desde a sexta-feira (24). Segundo o secretário estadual de Saúde, André Longo, 36 vagas de UTI foram abertas na quarta-feira (29).

De acordo com a SES, a grande maioria dos leitos funcionam na capital pernambucana, nas seguintes unidades de saúde:

Hospital Agamenon Magalhães (32 leitos de enfermaria);
Hospital de Referência à Covid-19 Unidade Boa Viagem (10 leitos de enfermaria);
Hospital Maria Lucinda (10 leitos de enfermaria e 6 de UTI);
Hospital Maria Vitória (10 leitos de UTI);
Hospital Evangélico (10 leitos de enfermaria);
Hospital Apami Vitória (40 leitos de enfermaria);
Hospital Otávio de Freitas (10 leitos de UTI).

Além do Recife, também receberam novos leitos as cidades de Vitória de Santo Antão, Olinda e São Lourenço da Mata, nas seguintes unidades de saúde:

Hospital Santa Maria, em Vitória de Santo Antão (20 leitos de enfermaria);
Hospital Brites de Albuquerque, em Olinda (20 de enfermaria e 10 de UTI);
Hospital Maria Vitória, em São Lourenço da Mata (15);

Hospital Agamenon Magalhães, localizado na Zona Norte do Recife, foi um dos locais que recebeu novos leitos — Foto: Reprodução/Google Street View

Nesta quinta, a ocupação de UTI estava na casa dos 90% na Região Metropolitana do Recife. “Por isso que estamos abrindo novos leitos. Lembrando que ainda há leitos ociosos no interior do estado”, disse.

“Estávamos com mais de 150 leitos ociosos nas regiões 2, 3 e 4, onde a Influenza não chegou ainda com muita força. Temos os primeiros sinais que ela chega com mais força agora no Agreste. Tem sido uma onda forte. Muito provavelmente porque se trata dessa variante Darwin que muita gente não estava protegida para ela, mesmo as que tomaram a vacina”, afirmou.

“Uma pessoa se expõe e traz o vírus para dentro de casa. É fundamental o cuidado com idosos, crianças e pessoas com comorbidades. Essas pessoas precisam de proteção”, disse.

Longo afirmou que, nesta quinta (30), mais espaços devem ser reservados para pessoas com Srag. Dez leitos devem ser criadas no Hospital Otávio de Freitas, no Sancho, na Zona Oeste, e outros dez no Hospital Memorial Guararapes, em Jaboatão, na Região Metropolitana.

O secretário afirmou que “ainda há a previsão de mais leitos 108 de UTI e 95 de enfermaria para os próximos dias". “A gente está prospectando e avaliando isso. É um período difícil para mobilização dos profissionais de saúde porque é um período de recesso”, observou.

Análise

Segundo André Longo, a grande maioria das contaminações está acontecendo dentro das casas das pessoas.

O gestor também falou que não “é momento de falar sobre carnaval” “Vamos olhar os números da primeira quinzena de janeiro para poder tomar uma decisão final sobre o carnaval. Vamos focar agora em se cuidar e ter cuidado nesses próximos dias e evitar a exposição desnecessária”, declarou.

Para o gestor, é preciso evitar que as pessoas se tornem agentes de contaminação. “Quem se expõe de forma inadequada, pode ser um agente de contaminação de uma pessoa querida”, disse.

Longo também orientou as pessoas. Ele afirmou que os quadros gripais “costumam ser quadros leves”.

“A gente tem orientado que as pessoas procurem se isolar, […] fazer a testagem se tem sintomas gripais […] e utilizar o atende em casa para ser orientado”.

Sobre os casos mais graves, o secretário declarou que, se a pessoa estiver com febre persistente ou alguma alteração no comportamento, como dor no peito e falta de ar, deve ir parocupar isso são sintomas que devem levar uma pessoa a uma unidade de saúde”.

Por G1 PE

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