segunda-feira, dezembro 20, 2021

Calendário de 2022 da Cepe faz homenagem ao pintor modernista Vicente do Rego Monteiro

Janeiro (O Cambiteiro, 1961) - Acervo Fundaj

Vicente do Rego Monteiro (1899-1970), um dos mais importantes pintores modernistas do Brasil, terá sua obra estampada no calendário de 2022 da Companhia Editora de Pernambuco (Cepe). A homenagem remete a um fato curioso: ele foi o único pernambucano a expor quadros no Teatro Municipal de São Paulo na Semana de Arte Moderna de 1922. Considerada um marco do modernismo no país, a manifestação artístico-cultural completa 100 anos em fevereiro próximo.

O calendário reproduz 14 obras de Vicente do Rego Monteiro, que representam diferentes fases da produção artística do pintor, dos anos 1920 até a década de 1960, informa o jornalista e editor da Cepe, Diogo Guedes. Apenas uma delas é de propriedade particular. As outras 13 compõem o acervo de instituições culturais - Museu do Estado de Pernambuco, Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães, Museu de Arte Contemporânea de Pernambuco e Fundação Joaquim Nabuco.

De acordo com Diogo Guedes, as imagens selecionadas foram cedidas pela família do artista, pelos proprietários dos quadros e pelo fotógrafo Fred Jordão. Abre o calendário o óleo sobre tela de 1929 “Moderna degolação de São João Batista”, do Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães. O mês de janeiro é ilustrado com “O Cambiteiro”, de 1961, óleo sobre tela da Fundaj. Julho vem com o “Estudo nº 31, Série R”, feito em 1942 na técnica óleo sobre cartão, do acervo do Museu do Estado. A capa traz uma foto de Vicente do Rego Monteiro.

“Com a proposta de celebrar o centenário da Semana de Arte Moderna, marco fundamental na história do Brasil, o calendário da Cepe olha para a obra de Vicente do Rego Monteiro, único pernambucano das artes plásticas presente no evento. A homenagem é também uma lembrança de que existiram modernistas (e modernismos) gestados fora de São Paulo e do Rio de Janeiro, com artistas como Vicente, que equilibraram a vertigem das vanguardas, o olhar regionalista e a própria originalidade de forma singular”, destaca Diogo Guedes.

Da mesma forma que procedeu em 2021, na homenagem ao centenário de nascimento do educador e filósofo Paulo Freire (1921-1997), Patrono da Educação Brasileira, o anuário não será comercializado. Uma cota é distribuída com instituições do Governo do Estado e outra parcela é destinada a ações promocionais da editora pública. A partir desta semana, se a pessoa fizer uma compra no valor de R$ 50 em alguma das lojas físicas da Cepe, leva um calendário de presente.

Pintor, desenhista, escultor, ilustrador, poeta, artista gráfico e professor, Vicente do Rego Monteiro era um homem de múltiplas facetas. No texto de apresentação do calendário, ele é retratado como um desbravador: “Vicente, um dos maiores nomes das artes plásticas pernambucana e nacional, foi pioneiro na busca por pensar as vanguardas à brasileira - o seu primitivismo, já na década de 1920, trazia a preocupação de se apropriar dos elementos nacionais e também das revoluções da arte da época.” Morreu antes de ter sua obra devidamente reconhecida.

Assessoria de Imprensa da Cepe

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