Cantadas em verso e em prosa pelos bolsonaristas, vistas como um divisor de águas na medição de forças entre Executivo e Judiciário, temidas até como um recado de ruptura institucional, as manifestações previstas para hoje no 7 de setembro em todo o País tendem a ser gigantescas. As atenções se voltam especialmente para Brasília e São Paulo, que serão as maiores e contarão com a presença do presidente Bolsonaro.
No Distrito Federal, a concentração ocorrerá pela manhã, na Esplanada dos Ministérios, sob grande foco da Segurança, que vai impedir o acesso à Praça dos Três Poderes, incluindo a preservação física do Congresso Nacional, STF e Palácio do Planalto. Centenas de caminhões adesivados estão concentrados na periferia de Brasília, além de grande quantidade de ônibus vindos de diversos estados.
Manifestação de esquerda também está programada para Brasília, em outra área reservada pelo Governo do DF. Em São Paulo, o encontro de grande número de partidários do Presidente Bolsonaro ocorrerá à tarde, na Avenida Paulista, com o mesmo teor: demonstração de solidariedade ao presidente Bolsonaro no seu confronto público com o Supremo Tribunal Federal (STF).
Os atos têm tirado o sono dos que cuidam da segurança. As secretarias estaduais de Segurança Pública e o Congresso pediram reforço na segurança diante do risco de vandalismo e até invasão de prédios públicos. Na capital paulista, os atos já viraram caso judicial. O Tribunal de Justiça do Estado decidiu que o governador João Doria (PSDB) não pode proibir manifestações contra o Governo, desde que ocorram em locais distintos dos protestos a favor do Planalto convocados para a Avenida Paulista.
Doria havia dito que, para evitar risco de confrontos, atos contra o governo federal não seriam permitidos no dia 7. Líderes da oposição na Câmara assinaram requerimento para convocar o ministro da Justiça, Anderson Torres, para explicar as medidas tomadas pela pasta para evitar ataques contra instituições no feriado. Senado, Câmara e o Supremo Tribunal Federal (STF) pediram ao governo do Distrito Federal reforço na segurança da Esplanada dos Ministérios.
A principal preocupação é com a presença de radicais bolsonaristas, incluindo policiais militares. O governador Ibaneis Rocha (MDB) decretou ponto facultativo às vésperas do feriado para evitar aglomerações. Ele afirmou que “manterá a segurança da população e dos manifestantes pacíficos”, e que o plano de contingência está sendo elaborado pela Secretaria de Segurança.
Solavancos – Questionado sobre as manifestações, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou: "A gente tem que se esforçar para que os movimentos de rua aconteçam e sejam pacíficos. Grandes ou pequenos, isso é irrelevante. A gente tem trabalhado em Brasília para distensionar, diminuir, dirimir e exterminar com as versões". Segundo ele, o Brasil é "acostumado a solavancos" e que a antecipação do processo eleitoral "machuca o País". "Não cabe a qualquer político deixar de ser otimista ou tentar diminuir versões que são impostas", afirmou.
O recado de Bolsonaro – Na véspera do grande e esperado dia, o presidente Bolsonaro disse que o Brasil vive momentos não muito tranquilos. “Mas a certeza da resistência daqueles que têm acima de tudo a sua pátria conforta toda a nossa nação. Nos momentos mais difíceis da história, os sensatos se destacaram. O que está acima de tudo é o destino da nossa Nação. Não temos vaidades, ambições ou sede do poder. Mas temos uma inabalável vontade e disposição para que a nossa Constituição, a nossa democracia, e a nossa liberdade sejam mantidos a qualquer preço", afirmou.
Marco Civil – O presidente Jair Bolsonaro assinou, ontem, uma Medida Provisória que altera o Marco Civil da Internet a menos de 24 horas das manifestações pró-governo convocadas por apoiadores no 7 de setembro. Segundo publicação da Secretaria Especial de Comunicação Social, a medida visa assegurar a “liberdade de expressão “. A alteração beneficiará aliados do presidente, já que alguns – incluindo o próprio chefe do Executivo – são alvos de inquérito do Supremo Tribunal Federal por divulgar fake news. Nos últimos dias, o ministro Alexandre de Moraes determinou a prisão de influenciadores bolsonaristas, entre eles o ex-deputado Roberto Jefferson.
Bloqueio – O ministro Alexandre de Moraes, do STF, ordenou o bloqueio das contas nas redes sociais do bolsonarista Oswaldo Eustáquio. A decisão foi tomada no inquérito que apura a realização de supostos atos antidemocráticos no 7 de setembro. Eustáquio estava usando seu perfil no Twitter para divulgar declarações do caminhoneiro Marco Antônio Pereira Gomes, conhecido como Zé Trovão, alvo de mandado de prisão preventiva e que atualmente está foragido. Oswaldo Eustáquio é formado em comunicação e autointitula-se “jornalista de alta performance”. Ele já foi preso duas vezes por ordem de Moraes. As suspeitas são a de que ele organizou atos antidemocráticos. A decisão do ministro está sob sigilo.
CURTAS
Bem de longe – Ao longo da última semana, o primeiro escalão do Governo procurou se desvencilhar das manifestações de 7 de setembro promovidas pelo presidente Jair Bolsonaro. Nos bastidores, ministros demonstraram desacordo com o acirramento institucional e constrangimento com a moldura autoritária dos protestos e a convocação feita por Bolsonaro para aderirem aos atos.
Incômodo – Boa parte dos ministros evitou até mesmo comentários em pronunciamentos e nas redes sociais sobre o convite público feito pelo presidente para eventos cuja pauta inclui a destituição de ministros do Supremo Tribunal Federal e a adoção do voto impresso, ambos assuntos superados no Congresso. Muitos podem aceitar o convite, mas não escondem incômodo.
Perguntar não ofende: Brasília ou São Paulo: quem fará o maior ato hoje?
Marco Civil – O presidente Jair Bolsonaro assinou, ontem, uma Medida Provisória que altera o Marco Civil da Internet a menos de 24 horas das manifestações pró-governo convocadas por apoiadores no 7 de setembro. Segundo publicação da Secretaria Especial de Comunicação Social, a medida visa assegurar a “liberdade de expressão “. A alteração beneficiará aliados do presidente, já que alguns – incluindo o próprio chefe do Executivo – são alvos de inquérito do Supremo Tribunal Federal por divulgar fake news. Nos últimos dias, o ministro Alexandre de Moraes determinou a prisão de influenciadores bolsonaristas, entre eles o ex-deputado Roberto Jefferson.
Bloqueio – O ministro Alexandre de Moraes, do STF, ordenou o bloqueio das contas nas redes sociais do bolsonarista Oswaldo Eustáquio. A decisão foi tomada no inquérito que apura a realização de supostos atos antidemocráticos no 7 de setembro. Eustáquio estava usando seu perfil no Twitter para divulgar declarações do caminhoneiro Marco Antônio Pereira Gomes, conhecido como Zé Trovão, alvo de mandado de prisão preventiva e que atualmente está foragido. Oswaldo Eustáquio é formado em comunicação e autointitula-se “jornalista de alta performance”. Ele já foi preso duas vezes por ordem de Moraes. As suspeitas são a de que ele organizou atos antidemocráticos. A decisão do ministro está sob sigilo.
Grito dos excluídos – Neste 7 de setembro, no Recife, também está programada a 27ª edição da manifestação popular do Grito dos excluídos. Começa a partir das 10h, na Praça do Derby, e percorrerá a Avenida Conde da Boa Vista até a Praça do Carmo, no bairro de Santo Antônio. Este ano, o lema da manifestação será: “Na luta por participação popular, saúde, comida, moradia, trabalho e renda já!”. A manifestação também realiza uma campanha de doação de alimentos para ajudar entidades que fazem apoio a pessoas em situação de rua. Para doar, é só levar 1 kg de feijão e entregar no coreto da praça, durante a concentração.
CURTAS
Bem de longe – Ao longo da última semana, o primeiro escalão do Governo procurou se desvencilhar das manifestações de 7 de setembro promovidas pelo presidente Jair Bolsonaro. Nos bastidores, ministros demonstraram desacordo com o acirramento institucional e constrangimento com a moldura autoritária dos protestos e a convocação feita por Bolsonaro para aderirem aos atos.
Incômodo – Boa parte dos ministros evitou até mesmo comentários em pronunciamentos e nas redes sociais sobre o convite público feito pelo presidente para eventos cuja pauta inclui a destituição de ministros do Supremo Tribunal Federal e a adoção do voto impresso, ambos assuntos superados no Congresso. Muitos podem aceitar o convite, mas não escondem incômodo.
Perguntar não ofende: Brasília ou São Paulo: quem fará o maior ato hoje?
Da Coluna do Blog do Magno
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