Diante da escala dos bloqueios feitos por caminhoneiros em rodovias pelo país – até o momento, em 16 estados – o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) gravou um áudio direcionado aos manifestantes afirmando que os bloqueios atrapalham a economia, pois provocam desabastecimentos, inflação e prejudicam a todos, “em especial os mais pobres.”
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O presidente afirma que os caminhoneiros são aliados, e pede, então, para que liberem as estradas e deixem “seguir com a normalidade”. “A gente em Brasília aqui agora, não é fácil negociar e conversar com outras autoridades, mas a gente vai fazer a nossa parte e vamos buscar uma solução para isso, tá ok?”, diz Bolsonaro no áudio.
O presidente finaliza a mensagem enviando um abraço para todos os caminhoneiros.
O presidente finaliza a mensagem enviando um abraço para todos os caminhoneiros.
Segundo o ministro, o áudio “mostra a preocupação do presidente com a paralisação”. “Essa paralisação ia agravar efeitos da economia, inflação, impactar os mais pobres e mais vulneráveis. Nós já temos hoje um efeito nos preços dos produtos em função da pandemia”, reforçando a mensagem de Bolsonaro.
Tarcísio de Freitas segue dizendo que é uma preocupação de todos a melhoria da situação do país e com a resolução de problemas graves. “Mas a gente não pode tentar resolver um problema criando outro, principalmente os mais vulneráveis. Daí a preocupação do presidente da república.”
Na noite desta quarta-feira, a Polícia Rodoviária Federal contabilizava bloqueios parciais de estradas em 16 estados.
Mais cedo, ao falar com apoiadores, o presidente já havia feito um “apelo” aos caminheiros, pedindo que não houvesse paralisação nas rodovias do país.
“Não parem, caminhoneiros. Se tiver uma paralisação no Brasil, todos vão sofrer. Desde o abastecimento, inflação, vai ter problemas sociais graves. Se eu puder apelar aos caminhoneiros aqui é que não parem o Brasil. Eu sei do poder que eles têm e reconheço o trabalho que eles fazem, mas acredito que a paralisação não interessa para nenhum de nós”, disse Bolsonaro.
O presidente agradeceu ainda aos caminheiros e disse saber o que eles têm suportado diante do preço do combustível e dos pedágios, mas pediu “moderação”.
“Não é a gente matando a vaca que vai liberar o carrapato, então moderação para todo mundo. Sabemos onde está o erro. O outro lado também sabe onde está o erro, mas não quer dar o braço a torcer. Eu não tenho os poderes que vocês pensam que eu tenho”, disse Bolsonaro.
Os bloqueios nas estradas chegaram a ser discutidos por Bolsonaro durante a reunião ministerial na manhã desta quarta-feira. A avaliação no Palácio do Planalto é que o fato de não haver uma pauta setorial e se tratar de um movimento ser descentralizado dificulta a atuação do governo. Por isso, os recados enviados pelo presidente para tentar desarticular a ação dos caminhoneiros.
Do UOL*, em São Paulo
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