“Era ele chorando de felicidade, lá, e a gente chorando de alegria, aqui”, declarou a mãe do jogador, Josy Mota, horas depois da conquista, em entrevista ao G1.
Nino foi titular na partida em que a seleção masculina venceu a Espanha, por 2x 1, na prorrogação. "Parece um sonho. A medalha de ouro é a realização desse sonho”, acrescentou, dona Josy.
Nino é o quarto pernambucano na história a conseguir uma medalha de ouro olímpica. Antes, o feito foi dos jogadores de vôlei Pampa (em Barcelona, em 1992), Dani Lins (em Londres, em 2012) e Jaqueline Carvalho (em Pequim, em 2008, e em Londres, em 2012).
Pais do zagueiro Nino arrumam a casa para o jogo contra a Espanha, no sábado (7) — Foto: Reprodução/TV Globo
Ainda emocionada, dona Josy assistiu ao jogo com parte da família, por causa dos cuidados com o distanciamento social na pandemia. “Se não fosse isso, a casa estaria cheia”, afirmou a moradora de Paulista, no Grande Recife.
Marcílio Mota Filho, o Nino, tem duas irmãs. Ele é o filho do meio. Para aumentar ainda mais a alegria da família, dona Josy conta que essa medalha olímpica será um presente ainda mais especial para o pai do atleta. “Amanhã é o Dia dos Pais e aniversário do pai dele. Um dia especial”, disse.
Horas depois do encerramento da partida, dona Josy lembrou como passou as últimas horas antes de a medalha ser colocada no peito de Nino.
“Não dormi muto. Falei com ele na noite de sexta e conversamos um pouco. Hoje [sábado] acordei às 6h30 e não parei mais”, afirmou.
Nino saiu de casa aos 14 anos. Jogou em clubes de vários estados. Atualmente, mora no Rio de Janeiro, com a esposa, e atua pelo Fluminense.
Para a família, o momento, agora, é esperar pela oportunidade de um encontro com o mais novo medalhista de ouro do futebol masculino do Brasil.
“A vida de jogador tem muitas renúncias. Ele perdeu eventos, como o casamento da irma. Por isso, esse é um momento tão importante, que compensa tudo o que a gente fez para ele realizar o sonho e mostrar o talento que sempre teve”, disse a mãe do jogador.
“Ele deve voltar direto para o Rio, na segunda-feira (9). Vamos falando , por enquanto, pelo telefone. Mas em setembro, a gente vai lá dar um beijo nele”, afirmou.
A fé na medalha já era grande, desde a véspera da partida. Na sexta, dona Josy afirmou que acreditava na vitória. A família arrumou a casa e afastou os móveis para poder torcer melhor (veja vídeo acima)
No dia da estreia, em 22 de julho, a família também esteve reunida para torcer por Nino. Na época, dona Josy disse que não acreditava que o sonho de ver o filho jogando uma Olimpíada tinha virado realidade.
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