segunda-feira, julho 26, 2021

Pernambuco tem seis atletas na Olimpíada de Tóquio; veja quem são


Os seis pernambucanos são 5 mulheres e um homem; três já disputaram Jogos Olímpicos e três fazem sua estreia este ano - Montagem: Brasil de Fato Pernambuco / Fotos de Sátiro Sodré, Sam Robles e arquivo pessoal

Adiado em um ano devido à pandemia da covid-19, os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 teve a abertura na sexta-feira (23)..

No Brasil, o direito de transmissão das Olimpíadas 2021 são exclusivos da Rede Globo todas as competições com brasileiros transmitidas nos canais Sportv (tv a cabo) e apenas alguns na TV aberta.

Atletas pernambucanos em busca de medalhas e mais incentivos::

Maria Eduarda Francelino, ou simplesmente “Duda”, 26 anos, está estreando em Jogos Olímpicos. Apesar de ter integrado o elenco do Mundial sub-20 de 2014, na Seleção principal ela só passou a ser convocada com a chegada da técnica sueca Pia Sundhage. Duda costuma ser reserva, mas contra a China foi titular e joga com a camisa 7. Com a amarelinha ela tem menos de 10 jogos e 1 gol.


Duda começou a carreira no Vitória das Tabocas (de Vitória de Santo Antão) e é bicampeã pernambucana (2012 e 2013) / Sam Robles/CBF

Duda começou a carreira aos 16 anos no Vitória das Tabocas (de Vitória de Santo Antão), sendo bicampeã pernambucana em 2012 e 2013. Passou pelo São Francisco (BA), Centro Olímpico (SP), Audax (SP), Corinthians (SP), 3B da Amazônia, jogou três temporadas no exterior pelo Daejon (Coreia do Sul) e Avaldsnes (Noruega), até chegar ao São Paulo (2019), onde hoje veste a camisa 10 e comanda o meio-campo do terceiro colocado no Brasileirão Feminino 2021, pelo qual ela já marcou 9 gols (ainda haverá mata-mata em agosto).

Já Bárbara, 33 anos, chega a sua quarta Olimpíada e tem o status de veterana, assim como Marta e Formiga. Já em 2007, no início da carreira, Bárbara jogou o Mundial sub-20 com a Seleção, ficando com o bronze.

Na equipe principal foi prata nas Olimpíadas de Pequim 2008, maior resultado da equipe feminina nos Jogos. Mas ela conquistou medalha de ouro com a Seleção no Pan-americano 2007 e 2015, além da prata em 2011.

No Rio 2016, nas quartas-de-final, Bárbara defendeu dois pênaltis contra a Austrália e levou o Brasil às semifinais. Tóquio pode ser sua última Olimpíada com a camisa verde-amarela. Ela é titular na Seleção.


A experiente Bárbara começou a carreira no Sport em 2006 e foi campeã pernambucana (2007) / Daniela Porcelli/CBF

A pernambucana começou a carreira no Sport em 2006, sendo campeã estadual (2007). Jogou na Suécia por duas temporadas, voltou ao Sport (até 2011) e se transferiu para o Foz Cataratas (PR), partindo em seguida para uma única temporada na Alemanha (2013). Voltou ao Brasil para jogar no Kindermann (2014-15), sendo campeã da Copa do Brasil (2015). Passou rapidamente por São Caetano (SP), Botafogo (PB), novamente Foz Cataratas (PR) e voltou ao Kindermann em 2017, onde é titular há 5 temporadas e tricampeã catarinense. Hoje o clube atua em parceria com o Avaí.

No futebol masculino, o técnico André Jardine convocou o pernambucano Nino, de 24 anos, zagueiro titular do Fluminense. Nascido no Recife, ele foi formado na base do Criciúma (SC), onde se profissionalizou. Foi emprestado ao Fluminense em 2019 e o clube carioca resolveu compra-lo. Ele é titular na seleção olímpica e joga com a camisa 15.


Nascido no Recife, o zagueiro Nino é formado na base do Criciúma (SC) e hoje é titular no Fluminense (RJ) / Marco Galvão/CBF

No torneio masculino jogam 16 nações com seleções sub-24 (e mais três atletas acima da faixa). Passam ao mata-mata as duas melhores de cada grupo.

O Brasil está no Grupo D ao lado de Alemanha, Costa do Marfim e Arábia Saudita. A equipe da Espanha é tida como favorita, já que levou ao Japão um elenco de jovens que já atuam em alto nível como Pedri (Barcelona), Marco Asensio (Real Madrid), Mikel Oyarzabal (Real Sociedad) e Dani Olmo (RB Leipzig), que apesar de jovens já integram a equipe principal da país.

Natação

Nos últimos Jogos Olímpicos o estado de Pernambuco sempre tem atletas em alto nível nas piscinas. Em Atenas 2004, Joanna Maranhão foi 5º lugar nos 400 metros medley (maior resultado de uma brasileira em Olimpíadas), 7º no 4x200 livre e 11º nos 200m medley. Ela também disputou Pequim 2008.

Pernambuco voltou às piscinas olímpicas com Etiene Medeiros, no Rio 2016. Ela foi 8º nos 200m livre, 16º nos 100m livre, 25º nos 100m costas e 11º no revezamento 4x100 livre. Em Jogos Panamericanos ela tem um ouro, uma prata e dois bronzes (2015); um ouro, duas pratas e dois bronzes (2019). No Mundial de Natação ela tem um ouro (2017) e duas pratas (2015 e 2019). Etiene reside em São Paulo, onde treina e compete representando o Sesi.


Etiene reside em São Paulo, onde treina e compete pelo Sesi; às 8h40 deste sábado (24) ela nada o revezamento 4x100 livre e na sexta (30) disputa os 50m livre / Sátiro Sodré/reprodução do Instagram

É Etiene (30 anos) que representa os pernambucanos nas piscinas de Tóquio. Neste sábado (24), às 8h40 da manhã, ela nada o revezamento 4x100 livre feminino e, caso classifique, a final é no mesmo dia às 23h40.

Na sexta-feira seguinte (30), Etiene disputa os 50m livre. As baterias têm início às 7h20, mas Etiene nada apenas na bateria 9, marcada para 7h35. Caso obtenha tempo para ir às semifinais, volta a nadar no mesmo dia às 23h30. Se classificar novamente, nada a final no sábado (31) às 22h30.

Marcha atlética (20 km)

Natural de Camaragibe (PE) e residindo no Equador, a corredora Érica Sena (36 anos) ficou em 7º lugar nos Jogos Olímpicos do Rio 2016, 3º nos Pan-americanos de 2019 e duas vezes 4º lugar no Mundial de Atletismo (2017 e 2019). É a atual 1º lugar no ranking sul-americano da modalidade. Ela corre na sexta-feira (6), às 4h30 da madrugada. A prova tem duração aproximada de 1h30.

De Camaragibe, mas morando no Equador, Érica Sena corre das 4h30 às 6h da manhã da sexta (6) / reprodução do Instagram

Handebol feminino

A olindense Renata Arruda (22 anos) é goleira titular na Seleção brasileira de handebol. Rubro-negra, ela começou na equipe do Colégio Anglo, chegou a vestir a camisa do Santa Cruz, mas atuou mais pelo Clube Português. Ela está há quatro anos atuando na Espanha, pelo La Calzada e pelo Super Amara Bera Bera, onde veste a camisa 87 em homenagem ao Sport.


A olindense Renata Arruda é rubro-negra, jogou pelo Colégio Anglo, Santa Cruz, Clube Português e há quatro anos atua na Espanha / Patrícia Lima/CBHB

Nos Jogos Olímpicos 12 países estão divididos em dois grupos. O Brasil está no Grupo B e enfrenta as demais equipes do grupo. A estreia será às 23h do sábado (24), contra a Rússia; depois enfrenta a Hungria às 23h da segunda-feira (26); a Espanha às 23h da quarta (28); a Suécia às 4h15 da madrugada da sexta (30); e a França às 23h do domingo (1º). Ao fim das cinco rodadas, as quatro melhores de cada grupo avançam ao mata-mata, que ocorre na quarta (4), sexta (6) e a final no domingo (8).

Nas duas Olimpíadas anteriores uma outra pernambucana foi destaque: a ponta Samira Rocha ajudou o Brasil a ficar com o 6º lugar em Londres 2012 e 5º no Rio 2016, além do inédito ouro no Mundial de 2013. São melhores desempenhos do handebol feminino brasileiro. Mas Samira engravidou em 2018, foi dispensada do clube em que atuava na Hungria e nunca mais foi convocada para a Seleção.

Outros pernambucanos, mas fora das Olimpíadas

Os recifenses Priscila Oliveira e Felipe Nascimento são ambos 3º colocados nos rankings brasileiros feminino e masculino / reprodução do Instagram

Alguns atletas pernambucanos de alto rendimento que não conseguiram índice para os Jogos Olímpicos deste ano, mas que vale a pena conhecer, são o judoca arcoverdense Kayo Fabrício Santos (20 anos), que está na delegação brasileira em Tóquio como apoio técnico da equipe de judô; o recifense Wagner “Montanha” Domingos (38), do lançamento de martelo, 9º lugar no Rio 2016 e recordista brasileiro na modalidade; e no pentatlo moderno, modalidade em que Pernambuco fez história com o bronze de Yane Marques em Londres 2012, hoje a história segue com os recifenses Priscila Oliveira (32) e Felipe Nascimento (28), ambos 3º colocados nos rankings brasileiros feminino e masculino.

Nordeste no campo e nas praias de Tóquio

Há outros nordestinos que merecem ser acompanhados nessas Olimpíadas. De acordo com o levantamento do portal NE45, a região Nordeste tem 45 membros (15%) dos 304 que compõem delegação brasileira. Se o Nordeste fosse um país, teríamos a 55ª maior delegação. Assim como na delegação pernambucana, a hegemonia é feminina, com 28 mulheres e 19 homens.


Rayssa “Fadinha” Leal foi 3º lugar no Mundial de 2021 e 2º lugar em 2019; ela tem 13 anos / reprodução do Instagram

No futebol, destaques para a alagoana Marta, a baiana Formiga e o também baiano de Juazeiro (pertinho de Petrolina), o experiente lateral-direito Daniel Alves.

Um dos “xodós” da delegação brasileira em Tóquio é a maranhense Rayssa Leal. Ela tem apenas 13 anos e é skatista (que estreia como esporte olímpico este ano). Rayssa também é conhecida como “Fadinha”, porque em suas primeiras competições, ainda bem criança, gostava de competir vestida de fada. Mas não subestime: Rayssa foi 3º lugar no Mundial de 2021, 2º lugar em 2019. Ela compete na modalidade Street, prevista para o domingo (25) a partir das 20h30, mas com possibilidade de reagendamento.

Muitos nordestinos se destacam nas praias. A sergipana Duda Lisboa (22) faz dupla com Ágatha no vôlei de praia, representando o Brasil na modalidade. Elas chegam fortes para a disputa do ouro. Enfrentam a dupla da Argentina às 23h da sexta-feira (23); da China às 10h da terça (27); e do Canadá às 9h da quinta (29).


A sergipana Duda Lisboa (de rosa) faz dupla com Ágatha no vôlei de praia e são fortes postulantes ao ouro; estreiam às 23h da sexta-feira (23) / reprodução do Instagram

A baiana Ana Marcela Cunha (29), da maratona aquática, vai encarar 10 quilômetros de nado às 18h30 da terça-feira (3). Ela foi 5º lugar em Pequim 2008 e 10º no Rio 2016. No Mundial de 2019, levou ouro nos 5km e 25km, mas na prova de 10km foi novamente 5º lugar. A maratona aquática acontece numa área litorânea planejada, construída ainda nos anos 1800, com ilha artificial, mas banhada naturalmente pelo mar em Odaiba.

Também baiano, o medalhista Isaquias Queiroz (27 anos), da canoagem, que levou duas pratas e um bronze no Rio 2016, além do ouro no Pan 2019, chega mais uma vez para buscar o pódio. Ele compete nos 1000 metros em dupla, a partir das 22h do domingo (1º), com final às 23h55 da segunda (2); e ainda nos 1000 metros individual, às 21h45 da quinta (5) e final na sexta (6), às 23h45.


A cearense Silvana Lima competiu na Liga Mundial de Surf por quatro anos, tendo suas melhores temporadas em 2017 e 2019 (12ª colocação em ambas); em competição no Japão, em 2019, Silvana ficou em 2º / reprodução do Instagram

Outra modalidade que estreia como esporte olímpico é o surf. Da equipe de quatro brasileiros, dois são nordestinos. A cearense Silvana Lima (36 anos) competiu na World Surf League (WSL) por quatro anos (2016-2019), tendo como melhor resultado na temporada a 12ª colocação (2017 e 2019).

Em competição realizada no Japão, em 2019, Silvana ficou em 2º lugar. Já o potiguar Ítalo Ferreira (27 anos) disputa a WLS desde 2016, tendo sido campeão Mundial em 2019. Em competição realizada no Japão (2019) ele ficou em 1º lugar. O surfista que começou com tampas de isopor em Baía Formosa (RN) tem boas chances de conquistar o ouro olímpico.

As baterias tanto masculinas como femininas estão previstas para ocorrer do sábado (24) à terça (27), começando sempre às 19h, podendo se estender até as 4h da madrugada.

Mas as competições de surfe dependem do “humor” da natureza, seus ventos e ondas. O normal é haver dias sem vento que inviabilizam a realização da competição. Então, apesar de a final estar inicialmente prevista para a noite da terça (27), a praia de Tsurigasaki tem datas reservadas para o surfe até o dia 1º de agosto.


Ítalo Ferreira disputa o Mundial de Surf desde 2016, tendo sido em 2019; natural de Baía Formosa (RN), ele tem boas chances de conquistar o ouro olímpico / reprodução do Instagram

Fonte: BdF Pernambuco

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